
O show � dedicado � comunidade de onde veio a fam�lia de Guegu�. “Queria fazer algo para homenagear esse povoado, na Para�ba, de onde tenho as melhores lembran�as da inf�ncia: �gua do pote, fog�o a lenha, luz de candeeiro, porque l� ainda n�o havia luz el�trica, e a gente no lombo do jumento indo buscar �gua no po�o”, explica. Outra boa lembran�a s�o os encontros festivos do interior, “aquele forr� p� de serra ainda da �poca da sala de reboco.”
Amigos
Guegu� convidou para acompanh�-lo amigos que fazem parte da cena do forr� paulista. Ele estar� acompanhado de Danilo Moraes Doratiotto (voz e guitarra), Eraldo Trajano da Silva (baixo), Luiz Gonzaga Trajano (voz e percuss�o), Ol�vio de Souza Filho (sanfona), Rafael Paschoalini Arthuso (voz e zabumba) e Salom�o Soares (piano).
“Todas as composi��es s�o in�ditas e foram preparadas para o projeto. Estou at� pensando em fazer um lan�amento, gravar o show ao vivo e colocar nas plataformas digitais”, diz. O repert�rio destaca o forr� p� de serra.
De uns tempos para c�, comenta Guegu�, o forr� vem apresentando desdobramentos e varia��es modernas “Entretanto, meu trabalho busca a afirma��o e a valoriza��o do estilo tradicional e original, pois o forr� � parte importante da cultura do pa�s”, explica.
Em junho, Guegu� apresentar� outro projeto: “Zabumbando – Um bando de zabumbeiros falando de forr�”. A s�rie documental em tr�s epis�dios conta a hist�ria da zabumba, da cultura em torno desse tambor e dos artistas que o tocam. Z� Pitoco, Dido Trajano e �der “O” Rocha ser�o entrevistados pela produ��o, que ficar� dispon�vel gratuitamente no YouTube.
O paraibano faz quest�o de ressaltar que se dedica ao forr� leg�timo, p� de serra. “Hoje, ele virou algo que voc� n�o sabe se � sertanejo, forronejo... Enfim, uma mistura. Quando falo de forr�, me refiro ao de raiz, igual ao dos mestres Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos.” Para ele, isso n�o significa limita��o. “A zabumba pode entrar no mesmo lugar de qualquer outro instrumento de percuss�o.”
O m�sico defende a import�ncia de valorizar a riqueza cultural do Brasil. “Basta circular por a� para perceber. Em Minas, ent�o, nem se fala. Ent�o, eu me pergunto: para onde vamos? Meu projeto ‘Zabumbando’ mostra um pouco disso.”
Pesquisa
Apaixonado pela zabumba, ele se dedica � pesquisa da sonoridade desse tambor. Tamb�m estuda o lugar do zabumbeiro no set de percuss�o. “Tocando forr� p� de serra, o posicionamento dele ali � diferente de quando est� tocando junto com a percuss�o, a bateria.”
Cada zabumbeiro tem a sua pr�pria maneira de tocar, explica Guegu�. “Acredito que seja pelo fato de isso ser passado oralmente. A cultura popular tem dessas coisas, voc� passa uma levada e caso a pessoa n�o grave na hora, quando chegar em casa para ensaiar, acrescentar� algo diferente ou esquecer� alguma informa��o. Depois ela passa, de forma diferente, para um amigo ou aluno. Isso me lembra a brincadeira do telefone sem fio, quando a informa��o vai sofrendo altera��es”, compara.
Na s�rie “Zabumbando”, Guegu� destaca a mudan�a de mestres zabumbeiros para o Sudeste, migra��o que influenciou o pr�prio forr�. “Isso tem import�ncia muito grande. O pai do zabumbeiro Dido Trajano veio para S�o Paulo fugindo da seca. A�, j� temos os meninos que come�aram a tocar por causa da seca. Alguns come�aram no final da d�cada de 1990, in�cio de 2000. Falo do forr� universit�rio, quando muitos j� vieram para o Sudeste com seus grupinhos de forr�. Ent�o, � algo que vai se transformando ao longo dos anos”, conclui.
'Meu trabalho busca a afirma��o e a valoriza��o do estilo tradicional e original, pois o forr� � parte importante da cultura do pa�s'
Guegu� Medeiros, m�sico
GUEGU� MEDEIROS
Show “Ipuera dos Linhares”, neste s�bado (3/4), na rede Zabumblog, no YouTube, e em 10 de abril, na p�gina do artista no Facebook. Em junho, estreia a s�rie “Zabumbando – Um bando de zabumbeiros falando de forr�”, com Z� Pitoco, Dido Trajano e �der “O” Rocha. Transmiss�es gratuitas no Facebook e YouTube do artista.