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Estado de Minas ARTES VISUAIS

Museus dos EUA vendem obra para enfrentar a crise causada pela pandemia

Negocia��es envolveram quadros de Monet e Jackson Pollock, mas mobiliza��o em Baltimore impediu a venda de pintura de Andy Warhol


13/04/2021 04:00 - atualizado 13/04/2021 07:12

Venda do quadro 'Red composition', de Jackson Pollock, rendeu críticas e US$ 12 milhões ao museu de Syracuse(foto: Reprodução)
Venda do quadro 'Red composition', de Jackson Pollock, rendeu cr�ticas e US$ 12 milh�es ao museu de Syracuse (foto: Reprodu��o)
Fortemente atingidos pela pandemia, museus norte-americanos agora podem vender suas obras de arte para compensar as perdas. Alguns querem aproveitar a oportunidade para renovar ou diversificar o acervo, mas outros temem que isso afete as exposi��es.

Antes da pandemia, a venda de obras de arte por museus – pr�tica conhecida como aliena��o – s� podia ser realizada para a compra de novas pinturas, esculturas ou outros objetos art�sticos. Em abril de 2020, a Associa��o Americana de Diretores de Museus de Arte (AAMD) suspendeu a proibi��o e autorizou a venda de pe�as por dois anos para equilibrar or�amentos das institui��es.

Em setembro, o Museu do Brooklyn, em dificuldades financeiras j� antes da pandemia, colocou � venda 12 obras, entre elas um Monet e dois Dubuffets, com o objetivo de criar um fundo de manuten��o de seu acervo.

Em fevereiro de 2021, o diretor do Metropolitan Museum (Met), Max Hollein, admitiu que o mais prestigioso dos museus nova-iorquinos usaria verbas obtidas com a venda de obras para despesas de restaura��o do acervo este ano, principalmente para o sal�rio de funcion�rios dedicados a essa tarefa.

Hollein minimizou a import�ncia da decis�o, que ter� car�ter tempor�rio, segundo ele. “Muitas institui��es praticaram a aliena��o por d�cadas”, afirma, destacando que o Met n�o planeja vender mais obras em 2021 do que nos anos anteriores. “Achamos que isso beneficia o desenvolvimento de nossa cole��o.”

Max Hollein, diretor do Metropolitan Museum de Nova York, diz que a venda de obras terá caráter temporário
Max Hollein, diretor do Metropolitan Museum de Nova York, diz que a venda de obras ter� car�ter tempor�rio


'� muito preocupante que as obras penduradas na parede se transformem em ativos financeiros'

Laurence Eisenstein, advogado


POL�MICA

A negocia��o de obras de arte por museus � um assunto pol�mico. O mundo dos museus anglo-sax�es, geralmente, � mais aberto a vendas controladas, mas a maioria dos pa�ses com cultura latina, como a Fran�a, se op�e.

O presidente do Centro Pompidou, Serge Lasvignes, duvida “do interesse de avan�ar por essa via”, tanto “para compensar preju�zos financeiros” quanto “como instrumento de 'boa gest�o' da cobran�a”.

“� muito preocupante que as obras penduradas na parede se transformem em ativos financeiros”, adverte o advogado Laurence Eisenstein, que recentemente liderou uma rebeli�o contra os respons�veis pelo Museu de Arte de Baltimore, nos Estados Unidos.

A institui��o queria vender tr�s obras de sua cole��o, incluindo um Andy Warhol estimado em US$ 65 milh�es.

A venda das pinturas ajudaria a criar um fundo de preserva��o do acervo do primeiro museu da cidade, com popula��o predominantemente negra. E tamb�m permitiria “reequilibrar” a cole��o por meio da compra de obras de mulheres e artistas pertencentes �s minorias.

Por�m, diante das cr�ticas, o museu desistiu da venda em outubro e decidiu arrecadar fundos por meio de doa��es, anunciou seu diretor, Christopher Bedford.

A maioria dos museus se recusa a vender pe�as importantes de sua cole��o. O Museu Metropolitano (Met), por exemplo, negocia principalmente objetos dos quais j� possui v�rios exemplares ou trabalhos de artistas “dos quais j� temos dezenas de obras do mesmo per�odo”, informa o diretor Max Hollein.

'Muitas institui��es praticaram a aliena��o por d�cadas'

Max Hollein, diretor do Met



Christopher Bedford, diretor do museu de Baltimore, desistiu de vender quadros após protestos(foto: Eric Baradat/AFP %u2013 15/1/20)
Christopher Bedford, diretor do museu de Baltimore, desistiu de vender quadros ap�s protestos (foto: Eric Baradat/AFP %u2013 15/1/20)

POLLOCK

Por�m, institui��es menos conhecidas recorreram � negocia��o de obras importantes. Everson, museu de Syracuse, em Nova York, vendeu por US$ 12 milh�es um Pollock que havia recebido como doa��o, o que gerou rea��es raivosas. Dirigentes do Everson alegaram que a proposta � abrir sua cole��o � diversidade.

“Museu de arte vende sua alma”, reagiu o colunista Terry Teachout no The Wall Street Journal” acusando a institui��o de Syracuse de “trair a confian�a do p�blico”.

O advogado Laurence Eisenstein adverte que doadores e autoridades podem retirar o apoio financeiro a estabelecimentos que vendam parcelas importantes de seu acervo. “Eles podem pensar algo como 'por que eles precisam do nosso dinheiro? Em vez disso, vendam suas obras'”, argumenta.
“Seria muito dif�cil para os museus permanecerem como guardi�es confi�veis da propriedade cultural dos Estados Unidos”, ressalta Eisenstein.


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