(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas M�SICA E LITERATURA

Marianne Faithfull enfrenta a COVID e n�o sabe se poder� voltar a cantar

Aos 74 anos, a artista brit�nica lan�a o disco de poemas 'She walks in beauty', com Brian Eno e Nick Cave, projeto iniciado antes da pandemia


28/04/2021 04:00 - atualizado 28/04/2021 08:27

Marianne Faithfull não sabe se voltará a cantar, por causa da COVID-19. Na foto, ela se apresenta no Bataclan, em Paris, em 2016(foto: François Guillot/AFP %u2013 25/11/16)
Marianne Faithfull n�o sabe se voltar� a cantar, por causa da COVID-19. Na foto, ela se apresenta no Bataclan, em Paris, em 2016 (foto: Fran�ois Guillot/AFP %u2013 25/11/16)
A artista brit�nica Marianne Faithfull, de 74 anos, que se trata de uma COVID-19 prolongada, teme n�o poder voltar a cantar, mas acaba de presentear os f�s com um novo �lbum de poesia musicada. Devido ao novo coronav�rus, ela foi hospitalizada por tr�s semanas em abril de 2020. Por telefone, Marianne conversou com a ag�ncia AFP de sua casa, em Londres. A voz parece distante e cansada.

Ao comentar como est� a sa�de, ela � direta: “Tive uma doen�a muito dura, quase morri, e agora tenho o que chamam de COVID prolongada. N�o � o v�rus, mas certamente parece. Est� nos meus pulm�es, ent�o n�o posso falar por muito tempo”.

Marianne n�o sabe se voltar� a cantar. “Espero que consiga, canto uma vez por semana. Um amigo vem, toca meu ador�vel viol�o e eu pratico”, revela. “� um pensamento horr�vel. Independentemente do que aconte�a, n�o posso mudar (os fatos).”

ROM�NTICOS 

No entanto, n�o desistiu. Ela acaba de finalizar um projeto iniciado antes da doen�a: recitar, com o apoio de m�sicos famosos, a obra de poetas rom�nticos do s�culo 19 – Lord Byron, Percy Bysshe Shelley e John Keats, entre outros.

O lan�amento do �lbum “She walks in beauty” (“Ela caminha sobre a beleza”, em tradu��o livre, t�tulo inspirado em um poema de Byron) est� marcado para sexta-feira (30/4). O projeto � antigo, mas “como nem todos o compreendiam”, diz Marianne, foi preciso “encontrar as pessoas adequadas”.

Tudo come�ou com Fran�ois Ravard, seu empres�rio franc�s, e o australiano Warren Ellis, compositor, multi-instrumentista e velho parceiro de Marianne. Assinado por ela e por Ellis, “She walks in beauty” conta com o australiano Nick Cave no piano, assim como com outro c�lebre m�sico, o brit�nico Brian Eno e o violoncelista franc�s Vincent Segal.

“Tenho muita sorte, todos s�o meus amigos”, explica Faithfull, que se refere aos poetas selecionados como “antigos companheiros”. Ela descobriu a obra dos autores oitocentistas quando estudava em um convento na Inglaterra, devido “a uma professora maravilhosa, a senhora Simpson, que certamente n�o era cat�lica”.

Apesar do sonho de estudar literatura, Marianne mergulhou no pop sessentista. Durante uma festa, o empres�rio do Rolling Stones n�o tirou os olhos dela, que se tornou amiga de jovens artistas que despontavam na capital inglesa h� seis d�cadas.

Estrela da efervescente “Swinging London”, Marianne namorou Mick Jagger, o que a associou � classifica��o redutora de musa dos Rolling Stones. Por�m, ela sempre foi muito mais do que isso. Afinal de contas, � uma sobrevivente – e n�o s� da COVID-19, que a obrigou a mudar sua maneira de criar �lbuns.

“Com a pandemia, n�o era poss�vel fazer como antes no est�dio, todos juntos. Gravei em meu apartamento”, conta. Depois, ela enviou o material para Warren Ellis, que vive na Fran�a.

“N�o foi t�o dif�cil como pensei, mas foi um problema. Quando todos est�o juntos no est�dio, voc� consegue dizer muito sobre o que as pessoas est�o pensando ao observar sua linguagem corporal. N�o t�nhamos nada disso. � uma sorte incr�vel que tenha ficado t�o bom”, afirma.

JAGGER E RICHARDS 

Marianne Faithfull tinha 17 anos quando foi descoberta na tal festa em Londres. Garota da elite brit�nica, bonita e inteligente. Mick Jagger e Keith Richards escreveram para ela a balada “A tears go by”, a pedido do empres�rio dos Stones que a “descobrira”. Casou-se com um galerista famoso, separou-se para viver romance atribulado com Jagger por quatro anos, viveu � risca os anos “drogas and rock and roll”.

A bela inglesa fez sucesso com uma s�rie de compactos –  “This little bird”, “Summer nights” e “Sister morphine”, can��o dela, Jagger e Richards. A parceria nesta famosa m�sica sobre as drogas rendeu briga na Justi�a, pois o nome de Marianne n�o foi creditado na ficha do �lbum “Sticky fingers”, onde foi lan�ada. Marianne venceuos Stones nos tribunais.

Antes disso, a compositora e atriz tamb�m participou, a convite dos Beatles, do coro de “All you need is love” na primeira transmiss�o mundial de televis�o via sat�lite, ao lado de  Jagger, Keith Moon e Eric Clapton.

Enfrentando graves problemas com as drogas, Marianne se mudou para a Irlanda, nos anos 1970. Chamou a aten��o com o disco solo “Dreaming my dreams” (1976) e, sobretudo, com “Broken english” (1979) e “Stranger weather” (1987), trabalhos aclamados pela cr�tica, assim como “Blazing away”, lan�ado em 1990.

Admirada por Beck, PJ Harvey, Carla Bruni e Nick Cave (com quem fez �timas parcerias), Marianne lan�ou “Negative capabality” em 2018, disco influenciado pela poesia de John Keats, que ela volta a homenagear agora.

A cantora e atriz fez v�rios filmes. Era a Of�lia em “Hamlet”, longa de Tony Richardson lan�ado em 1969. Tamb�m participou de “Paris, te amo” (2006), que traz curtas de v�rios diretores; “Maria Antonieta” (2007), dirigido por Sofia Coppola; “Irina Palm” (2008), de Sam Garbarski; “Vis�es de um crime” (2011), de Julien Magnat; e do document�rio “My generation” (2017), de David Batty, ao lado de Paul McCartney e Michael Caine.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)