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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Nordeste desaparece do mapa na pe�a do grupo potiguar Estop� Balaio

Em cartaz nesta quinta, espet�culo que ironiza preconceito contra o nordestino faz parte do projeto on-line Cena Agora, cuja programa��o vai at� domingo


06/05/2021 04:00 - atualizado 06/05/2021 07:48

O grupo potiguar Estopô Balaio apresenta ''EX-NE: O sumiço'', nesta quinta-feira, no site do Itaú Cultural (foto: Estopô Balaio/reprodução)
O grupo potiguar Estop� Balaio apresenta ''EX-NE: O sumi�o'', nesta quinta-feira, no site do Ita� Cultural (foto: Estop� Balaio/reprodu��o)

Embora seja formado por nove estados, abrigue muitos sotaques e variadas culturas, o Nordeste costumeiramente � enquadrado em estere�tipos reducionistas a partir da �tica da popula��o de outras regi�es brasileiras. Com objetivo de dar visibilidade � diversidade local, o projeto Cena Agora, do Ita� Cultural, abre seu palco virtual para “Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas po�ticas”.

De hoje (6/5) a domingo (9/5), estar�o em cartaz cenas curtas e experimenta��es teatrais de grupos de Alagoas, Maranh�o, Para�ba, Rio Grande do Norte e Sergipe, al�m de companhias nordestinas radicadas em S�o Paulo.

SUMI�O

O evento come�a nesta quinta-feira, �s 20h, com o grupo Estop� Balaio. Sediado na Zona Leste paulistana e formado por artistas do Rio Grande do Norte, ele apresenta “EX-NE: O sumi�o”, recorte de cenas on-line que preceder�o o espet�culo “Ex-nordestines”, previsto para estrear em junho.

A montagem convida o p�blico a imaginar o Nordeste fora do mapa do Brasil, explorando viv�ncias pessoais dos atores como migrantes em S�o Paulo.

A atriz potiguar Ana Carolina Marinho explica que a trama dist�pica se passa em 2032. “Brincamos com a est�tica futurista para dar conta de uma mudan�a de tempo. Temos alguns personagens que se conhecem pela internet. Uma delas descobre que o Nordeste sumiu do mapa e tenta encontrar algu�m que tamb�m tenha visto isso. V�o surgindo teorias sobre o que pode ter acontecido. Um golpe de Estado? Um tsunami? Declara��o de independ�ncia pol�tica? Ou o Nordeste simplesmente nunca existiu?”, descreve.

A produ��o se baseou na leitura de “A inven��o do Nordeste e outras artes”, de Albuquerque J�nior, e “S�o Paulo 1932: Mem�ria, mito e identidade”, de Marco Cabral dos Santos, obras que ampliaram a discuss�o sobre a constru��o da identidade estigmatizada da popula��o nordestina. Al�m dos livros, o grupo revisitou a publica��o preconceituosa “Fa�a um favor a S�o Paulo e mate um nordestino afogado”, publicada por uma estudante em 2010, no Twitter.

“Em nossa distopia, o Nordeste ficou afogado. Se ele deixa de existir, aquele espa�o vira Oceano Atl�ntico. Tudo isso permeia os 23 minutos da cena que o espectador poder� acompanhar”, afirma Ana Carolina. Ao final da apresenta��o, a diretora Quit�ria Kelly, o dramaturgo Henrique Fontes e o elenco conversam com Ivana Moura e Pollyanna Diniz, cr�ticas de teatro.

Galiana Brasil, gerente de Artes C�nicas do Ita� Cultural, explica que a ideia � promover o encontro do p�blico com os artistas nestes tempos de distanciamento social. O objetivo da curadoria � dar a devida dimens�o territorial e cultural ao Nordeste, reunindo grupos sediados em capitais, no interior e tamb�m fora de l�, como � o caso do Estop� Balaio.

Na sexta-feira (7/5), ser� a vez da cena “Prisioneiro do reggae”, do grupo alagoano Clowns de Quinta, que pesquisa a linguagem da palha�aria. No mesmo dia, o Coletivo de Teatro Alfenim, da Para�ba, apresenta “Pequeno invent�rio das afinidades nordestinas”. O diretor e dramaturgo M�rcio Marciano define esse trabalho como experi�ncia audiovisual, e n�o como cena de teatro filmada.

A ideia � valorizar mem�rias afetivas da trupe ligadas � inf�ncia e adolesc�ncia em diferentes localidades nordestinas, mas conectadas a uma perspectiva atual: o angustiante isolamento social em Jo�o Pessoa.

Os relatos foram retrabalhados por Mariano em forma de poema e devolvidos ao elenco para interpreta��es individuais dom�sticas, pensadas para a linguagem audiovisual. A montagem inclui textos de Jo�o Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira.

NORDESTINIDADE

“Tentamos dar o testemunho do que � a nordestinidade num grupo da Para�ba que tem gente do Brasil todo. Organizamos o experimento a partir da nossa compreens�o do que � ser nordestino”, afirma o diretor, que nasceu em S�o Paulo e mora em Jo�o Pessoa.

Completam a programa��o “Remundados”, do grupo sergipano Boca de Cena (s�bado, �s 20h), seguida de “Encontros, N�?”, do coletivo Casa de Zo�. No domingo (9/5), os maranhenses Brenna Maria e Ywira Ka’i apresentam “Voc� j� sangrou hoje?” e a Cia. Tijolo, “O outro nome da amizade”.


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