
Esta semana, um grupo de adolescentes vai alcan�ar o cl�max do processo de mil horas de ensaios ao se lan�ar no implac�vel mercado pop coreano, o K-pop, na esperan�a de se tornar o pr�ximo BTS.
Depois de enfrentar a maratona de sele��o que durou tr�s anos, os garotos do Blitzers apresentar�o seu trabalho em apenas tr�s minutos de m�sica (canto e dan�a), com o prop�sito de repetir o feito dos �dolos RM, Jin, Suga, J-Hope, Jimin, V e Jungkook. Em 2020, eles colocaram o BTS nas paradas da Billboard dos Estados Unidos.
Madrugada
A intensa rotina marcou os dias que antecederam � estreia do Blitzers, com sess�es de malha��o, aulas de canto, reuni�es de promo��o e cerca de 10 horas de dan�a pela madrugada adentro. O programa de treinamento permite que eles durmam menos de cinco horas por noite, em uma casa compartilhada em Seul.
No est�dio com espelhos, os sete jovens ensaiaram o primeiro single, “Breathe again”, supervisionados por diretores e core�grafos. A dan�a � r�pida e sincronizada. Quando a m�sica atinge o auge, eles se juntam em linha, fazendo poses caracter�sticas do pop coreano.
O K-pop conquistou o planeta por meio do BTS, que injeta bilh�es de d�lares na Coreia do Sul, a 12ª economia do mundo. A cada ano, gravadoras lan�am dezenas de boy bands de olho nesse lucrativo mercado.
O Blitzers, por exemplo, foi criado pela gravadora Wuzo Entertainment, com sede em Seul, que investiu cerca de US$ 900 mil no grupo.
Os lucros s�o enormes. A ag�ncia por tr�s do BTS, a Big Hit Entertainment, rebatizada de Hybe, abriu o capital em 2020, atraindo cerca de US$ 7 bilh�es.
Por�m, a m�quina da fama � cruel: a ind�stria do K-pop � acusada de consumir (e destruir) jovens promissores, pois pouqu�ssimos conseguem chegar ao estrelato.
Na pr�tica, o Blitzers, assim como outras boy bands, tem poucas chances de ir mais longe do que o mini�lbum de seis can��es que lan�ar� esta semana.
Os integrantes do septeto “candidato a BTS” t�m de 17 a 19 anos – a maioria foi recrutada muito jovem, ainda na escola.
O rigoroso processo de sele��o chegou a 30 candidatos, depois reduzidos a 10, que se mudaram para a casa coletiva na capital sul-coreana. Dali emergiram os sete Blitzers.
Choi Jin Hwa, de 19 anos, que viu cerca de 20 colegas serem despedidos, diz que nunca se acostumou a assistir � partida deles.
Sem lanches
A disciplina � implac�vel: a gravadora Wuzo determina a que horas os sete devem se levantar, quando e o que comem, como se maquiam e quando v�o dormir. O controle de peso � constante. “Proibimos lanches � noite”, diz o empres�rio Oh Chang Seok, que mora com o grupo.
Ryu Sera, ex-astro da banda Nine Muses, compara o processo ao “sistema de produ��o em massa semelhante a uma f�brica”.
Kim Jin-hyung, executivo da Wuzo Entertainment, rebate as cr�ticas, alegando que elas s�o “unilaterais”. Segundo o CEO, “deve-se lembrar que mais de 50 grupos s�o lan�ados no mercado a cada ano, e apenas alguns persistem”.
Oh Chang Seok, supervisor do Blitzers, concorda: “N�o podemos ajudar aqueles que tiveram a chance de melhorar, mas n�o conseguiram acompanhar os outros. Temos de apresentar o melhor ao p�blico.” (AFP)