Festival Perpendicular tem de performances a aulas de ioga

Evento j� consolidado no calend�rio das artes visuais de Belo Horizonte, o Perpendicular � um festival de performances, que, em suas mais recentes edi��es, ocorreu em v�rios pontos da cidade. Em virtude das restri��es impostas pela pandemia do novo coronav�rus, as atividades de 2021 ser�o realizadas de forma on-line, via YouTube, mas prop�em uma reflex�o sobre o espa�o urbano a partir do tema "A rua como espa�o ut�pico".

A partir deste s�bado (15/5), o Perpendicular 'ocupa' a plataforma de v�deos com a��es planejadas especialmente para esta sua 18ª edi��o. At� o pr�ximo dia 25, o evento promove rodas de conversa, falas perform�ticas, relatos de processos, videoperformances e lives sonoras de artistas como Paulo Nazareth, Efe Godoy, Castiel Vitorino Brasileiro e Aline Motta.

"Convidamos um grupo de artistas muito potente cujo trabalho parte de um revisionismo em rela��o � nossa hist�ria. S�o pessoas que dialogam com uma �tica e est�tica descolonial, � margem das narrativas hegem�nicas", explica o artista Wagner Rossi Campos, coordenador do Perpendicular.

"Todos eles foram convocados a construir um trabalho a partir do questionamento: 'O que ser� do meu corpo na rua?'. Estamos passando por um momento de bastante esquecimento e apologia �s estruturas de opress�o. Os artistas convidados usam de seu lugar social e pol�tico para resistir contra essa realidade", afirma.

Como nunca seguiu um modelo-padr�o em suas outras 17 edi��es, o Perpendicular n�o limitou os artistas a um formato espec�fico. Neste primeiro dia, a programa��o come�a a partir das 19h, com a roda de conversa "Tecnologias ancestrais de sobreviv�ncia", que ter� a presen�a de Moara Tupinamb�, Barbara Matias e Nelson D. Em seguida, Matias apresenta videoperformance.

No domingo (16/5), �s 19h, Nelson D retorna ao festival com uma live musical. Ao longo da pr�xima semana, o Perpendicular promove tamb�m aulas de yoga com Danilo (nos dias 18, 20 e 22), e uma oficina culin�ria com Zora Santos.

"Assistindo ao material enviado pelos artistas, percebo que eles n�o foram nada literais ao pensar o tema proposto. E essa nunca foi a nossa inten��o. O tema funciona como um est�mulo. A partir disso, eles pensaram quest�es de g�nero, ra�a, mem�ria. Em alguns casos, s�o proposi��es bem pol�micas", conta Rossi Campos.

"Castiel Vitorino Brasileiro vai encerrar a nossa programa��o com o grupo de estudos 'Cl�nica da efemeridade: O princ�pio da intimidade na viol�ncia racial brasileira'. Trata-se de uma proposi��o libert�ria em que ela tamb�m entra com temas da psicologia", diz.

Apesar de ser a primeira edi��o do Perpendicular desde o in�cio da pandemia, essa n�o � a estreia do festival em ambiente on-line. Na edi��o realizada em 2019, intitulada Trocando experi�ncias/Intercambiando experi�ncias, o evento ocorreu na internet, por falta de verba suficiente para uma realiza��o presencial.

A edi��o 2021, viabilizada com recursos da Lei Aldir Blanc, recorre ao virtual com o objetivo de atingir p�blicos de qualquer parte do mundo.

"Os encontros f�sicos e presenciais s�o muito mais profundos. Eles t�m uma pot�ncia ineg�vel. Vamos suprir essa aus�ncia por meio das falas dos artistas. Por outro lado, a gente ganha em acessibilidade. Ele poder� ser visto em qualquer lugar. Ampliar essa possibilidade de acesso sempre foi um dos nossos objetivos", afirma.

Deste s�bado (15/5) at� 25/5. Programa��o virtual e gratuita por meio do canal no YouTube do Perpendicular. Mais informa��es: @projeto_perpendicular, no Instagram