
“Deus me 'live'.” Esse � um dos lemas adotados pelo premiado pianista, arranjador e compositor mineiro Deangelo Silva desde que as transmiss�es musicais on-line se popularizaram durante a pandemia. Para ele, o formato � “provis�rio” e perde o que um show presencial tem de mais precioso: “O calor do p�blico”. Mas Deangelo pretende superar esse impasse no projeto “Pra�a Sete instrumental”, nesta quinta-feira (20/5), �s 20h, no canal do Cine Theatro Brasil Vallourec no YouTube.
“� at� meio ego�sta da minha parte, mas a live tira aquela intera��o entre p�blico e artista. Estou habituado a festivais, ent�o tento criar uma atmosfera nas apresenta��es. N�o tem compara��o com show ao vivo, mas � um recurso provis�rio muito importante para atravessarmos essa pandemia”, analisa.
Junto do baterista Felipe Continentino e do baixista Bruno Vellozo, Deangelo vai tocar no foyer do Cine Theatro, com vista para a Pra�a Sete. Considerado o marco zero da capital, o local faz parte da rotina do m�sico, que mora na Pampulha e trabalha na Zona Sul de BH.
“A (avenida) Afonso Pena � como se fosse a veia aorta da minha vida. Passo por ela todos os dias”, conta. “J� toquei muitas vezes no Cine Theatro, sei da import�ncia que ele tem para a cidade. Toda a gera��o do Clube da Esquina passou por ele, que fica na regi�o da antiga boemia mineira.”
Celebrar o legado musical de Minas Gerais � algo a que Deangelo est� acostumado. O repert�rio de seus shows sempre conta com m�sicas de Toninho Horta, L� Borges e Beto Guedes. Tamb�m h� espa�o para cl�ssicos do jazz e do rock, como vers�es que ele fez para m�sicas da banda Nirvana.
Conversa
“Eu, Felipe e Bruno tocamos juntos h� mais de oito anos. Temos intimidade musical de sobra. A gente pensa um repert�rio e, a partir dele, fazemos uma s�rie de improvisa��es. � como uma conversa. Vamos criando setores musicais que se complementam ao longo da apresenta��o”, explica.
Em mar�o deste ano, com seu segundo �lbum, “Hangout” (2020), Deangelo venceu o Pr�mio Marco Ant�nio Ara�jo. Em 2017, j� havia sido contemplado com o Pr�mio BDMG Instrumental.
“Foi um grande lance ganhar o pr�mio. Antes disso, j� tinha assinado com uma das maiores gravadoras da �sia e lancei o meu disco l�, numa edi��o especial japonesa”, conta.
O registro, que chegou ao Brasil pela Savassi Records, tem cinco faixas e foi gravado antes da pandemia, reunindo Antonio Loureiro (bateria), Felipe Vilas Boas (guitarras) e Frederico Heliodoro (contrabaixo).
�SIA
Deangelo est� na expectativa de uma turn� na �sia, quando for poss�vel. “Meu disco entrou em listas de mais vendidos por l�. Os japoneses t�m a cultura do disco f�sico. Gostam de compr�-lo, ter a capa, colocar para tocar. J� temos a vers�o brasileira pronta, mas ela ainda n�o saiu porque precisamos esperar a volta dos shows.” Ele vende seus �lbuns diretamente ao p�blico, no final das apresenta��es. Em 2017, lan�ou “Down river” (2017).
A quinta edi��o do “Pra�a Sete instrumental” se prop�e a reunir artistas de diferentes regi�es de BH. Deangelo representa a Pampulha. Entre as atra��es est�o Camila Rocha (27/5), Daniel Souza (10/6), Alo�zio Horta e Sergio Perer� (17/6), Tulio Araujo (24/6), Glaw e Estevam Barbosa (1º/7), DoContra (8/7), Trivial e J�lia Ribas (15/7), Poliphonicos (22/7) e Semreceita com Tamara Franklin (29/7).
“PRA�A SETE INSTRUMENTAL”
Com Deangelo Silva Trio. Nesta quinta (18/5), �s 20h, no canal do Cine Theatro Brasil Vallourec no YouTube. Gratuito.