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Bob Dylan, 80 anos: os bastidores das cinco turn�s que o m�sico fez no Brasil entre 1990 e 2012

Ao longo de 22 anos, Dylan fez 19 shows em cinco cidades do pa�s e cantou 317 m�sicas. Resgatamos aqui as mem�rias destas passagens do artista por aqui.


24/05/2021 05:12 - atualizado 24/05/2021 08:41


Dos 19 shows de Bob Dylan no Brasil, três foram realizados em Porto Alegre. O segundo deles, em 7 de abril de 1998, no Bar Opinião
Dos 19 shows de Bob Dylan no Brasil, tr�s foram realizados em Porto Alegre. O segundo deles, em 7 de abril de 1998, no Bar Opini�o (foto: Adriana Franciosi/Ag�ncia RBS)

No dia 18 de janeiro de 1990, Bob Dylan fez seu primeiro show no Brasil. Foi na segunda edi��o do Hollywood Rock, em pleno Est�dio do Morumbi, em S�o Paulo. Naquela noite, o cantor abriu sua apresenta��o com Most Likely You Go Your Way (and I'll Go Mine), do �lbum Blonde on Blonde (1966).

No dia 19 de abril de 2012, 22 anos e 3 meses depois, Dylan tocou na casa de espet�culos Pepsi On Stage, em Porto Alegre. A �ltima m�sica do bis foi Blowin' in the Wind, um de seus maiores sucessos, do �lbum The Freewheelin' Bob Dylan (1963).

Dylan j� veio ao Brasil cinco vezes (1990, 1991, 1998, 2008 e 2012) e, ao longo desse tempo, fez 19 shows em cinco cidades: Rio, S�o Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Bras�lia.

Segundo seu site oficial, cantou 317 m�sicas - as mais tocadas foram Highway 61 Revisited (15 vezes), All Along the Watchtower (14) e Ballad of a Thin Man (12).

No palco, Dylan quase n�o interagiu com o p�blico. No m�ximo, esbo�ou um sorriso t�mido aqui ou soltou um "Thank you, guys!" (Obrigado, pessoal!) ali. Fora do palco, foi avesso a rep�rteres ou fot�grafos. N�o concedeu entrevista coletiva ou posou para fotos.

'Bob Dylan brasileiro'


Ao longo de 22 anos, Dylan cantou 317 músicas em seus shows no Brasil
Ao longo de 22 anos, Dylan cantou 317 m�sicas em seus shows no Brasil (foto: Adriana Franciosi/Ag�ncia RBS)

A primeira vez em que Bob Dylan colocou os p�s no Brasil foi em 1990, para participar do Hollywood Rock. Foram dois shows: um em S�o Paulo, no dia 18 de janeiro, e outro no Rio, na Pra�a da Apoteose, no dia 25.

O show em S�o Paulo foi marcado por um encontro inusitado: o de Dylan com Belchior. O encontro foi promovido por Gilberto Gil e est� contado no livro Belchior - Apenas Um Rapaz Latino-Americano (2017), escrito por Jotab� Medeiros.

Segundo o autor, Gil apresentou Belchior a Dylan como "o Bob Dylan brasileiro". Em tom de brincadeira, Dylan teria respondido: "� mais prov�vel que eu seja voc� na Am�rica". E, em seguida, perguntou: "Quero ouvir seu �lbum. Trouxe um?".

"Naquela noite, o destino colocou frente a frente duas estrelas de artesanato t�o parecido, mas, ao mesmo tempo, t�o diferente. Essa hist�ria � simb�lica, porque a aproxima��o entre Belchior e Dylan sempre rolou: os cantos quase falados, as letras longas e o refinamento intelectual", explica o jornalista e escritor.

Na noite anterior ao show do Rio, Dylan participou de uma grava��o no antigo est�dio de Chico Batera, o percussionista de Chico Buarque, em Botafogo.

A pedido do cantor, cerca de oito percussionistas tocaram diferentes ritmos brasileiros, como samba, bai�o e maracatu. L� pelas tantas, o est�dio recebeu outra visita ilustre: o guitarrista brit�nico Dave Stewart, do duo Eurythmics.

Como era um dos poucos brasileiros que falavam ingl�s, o percussionista L�o Leobons, que morou 17 anos nos Estados Unidos, se tornou uma esp�cie de "int�rprete" entre os m�sicos e o cantor.

Dylan, para frustra��o geral, n�o cantou nem tocou nada. Ficou o tempo todo no "aqu�rio", ouvindo os tapes. Terminada a grava��o, que durou algo em torno de tr�s horas, L�o recebeu seu cach� e seguiu para casa.

No dia seguinte, ainda sonolento, L�o recebeu um telefonema de um membro do entourage de Dylan convidando, ele e sua fam�lia, para assistir ao show da Apoteose. Em retribui��o, comprou um tamborim de presente e o entregou, pessoalmente, na su�te do Rio Palace, em Copacabana, onde o cantor estava hospedado.

No quarto, ensinou umas levadas b�sicas no instrumento, Dylan gravou suas instru��es e os dois se despediram. "Mais de trinta anos depois, a lembran�a que ficou foi a de sua apar�ncia. Suas m�os eram grandes e suas unhas mais pareciam garras", espanta-se L�o. "No entanto, Dylan � um sujeito doce, muito simp�tico".

Coincid�ncia ou n�o, quando lan�ou Under the Red Sky em setembro de 1990, Dylan convidou um brasileiro para tocar percuss�o: Paulinho da Costa, um dos mais requisitados dos Estados Unidos. Das dez faixas do �lbum, o m�sico carioca tocou em quatro: Born in Time, 2 x 2, God Knows e Handy Dandy.

'Recluso' e 'introspectivo'


Em sua segunda visita ao Brasil, em 1991, Dylan posa ao lado de Sérgio Lopes, da gravadora Sony Music; e de Luiz Oscar Niemeyer e Paulo Rosa, da produtora Mills & Niemeyer, responsável por trazer o cantor ao Brasil
Em sua segunda visita ao Brasil, em 1991, Dylan posa ao lado de S�rgio Lopes, da gravadora Sony Music; e de Luiz Oscar Niemeyer e Paulo Rosa, da produtora Mills & Niemeyer, respons�vel por trazer o cantor ao Brasil (foto: Acervo pessoal)

O respons�vel pela vinda de Dylan ao pa�s em 1990 e em 1991 foi o empres�rio Luiz Oscar Niemeyer. Respons�vel por trazer pesos-pesados do rock, como Paul McCartney, Rolling Stones, Eric Clapton, Sting e Elton John, Niemeyer define Dylan como "recluso" e "introspectivo".

"Durante o Hollywood Rock, ele fugiu da imprensa, saindo do hotel pela porta dos fundos", recorda Niemeyer. "Usava um engra�ado disfarce de casaco preto com capuz e �culos escuros".

Da segunda vez em que veio ao Brasil, apenas um ano depois da primeira, Dylan tocou em Porto Alegre (14 de agosto), S�o Paulo (16 e 17), Belo Horizonte (19) e Rio de Janeiro (21). Quem o acompanhou de perto em sua segunda vinda ao Brasil foi o cantor e guitarrista ga�cho Duca Leindecker.

Ele e Frank Solari foram contratados para abrir o show do cantor em Porto Alegre. Mas Dylan gostou tanto da apresenta��o da dupla que a convidou para abrir os demais shows da turn�.

"Em S�o Paulo, entrei no camarim, e conversamos um pouco. Um cara reservado, mas muito receptivo. Na �poca, eu n�o tinha a verdadeira no��o de quem era Bob Dylan", admite Duca.

Como uma pedra que rola


O vocalista do Camisa de Vênus, Marcelo Nova, viajou de São Paulo a Porto Alegre só para assistir ao show de Dylan no Opinião. Não se arrepende. Ficou a apenas dois metros da banda.
O vocalista do Camisa de V�nus, Marcelo Nova, viajou de S�o Paulo a Porto Alegre s� para assistir ao show de Dylan no Opini�o. N�o se arrepende. Ficou a apenas dois metros da banda. (foto: Drake Nova)

Sete anos depois, Dylan voltou a se apresentar no Brasil. Foram mais tr�s shows: em Porto Alegre (7 de abril), Rio (11) e S�o Paulo (13). Nos shows da Apoteose, no Rio, e do Ibirapuera, em S�o Paulo, Dylan dividiu o palco com os Rolling Stones. Juntos, ele e Mick Jagger cantaram Like a Rolling Stone, do �lbum Highway 61 Revisited (1965).

J� o show em Porto Alegre foi no Bar Opini�o. Um dos espectadores daquela noite foi o roqueiro Marcelo Nova, que pegou um voo em S�o Paulo s� para assistir � apresenta��o na capital ga�cha. O sacrif�cio, garante, valeu a pena. Ficou a menos de dois metros da banda.

"Minha conex�o com Bob come�ou quando eu tinha 14 anos e ouvi Like a Rolling Stone pela primeira vez", conta o vocalista do Camisa de V�nus. "� estimulante apreciar a obra de um artista que n�o se repete nunca. Ele n�o se prop�e a ser o maestro do baile da saudade".

No dia seguinte, Nova e a fam�lia convidaram o baixista da banda de Dylan, Tony Garnier, que estava hospedado no mesmo hotel, a juntar-se a eles no caf� da manh�. "Conversamos sobre shows, filmes noir e a melhor maneira de aparar cavanhaques", diverte-se.

Uma d�cada depois, Dylan voltou ao Brasil para sua quarta turn�. Dessa vez, tocou em apenas duas cidades: S�o Paulo (5 e 6 de mar�o) e Rio (8).


Editor do site Dylanesco e um dos maiores bibliófilos do artista no Brasil, com mais de 100 títulos, Pedro Couto já assistiu a três shows do cantor: um em 2008 e dois em 2012, todos em São Paulo
Editor do site Dylanesco e um dos maiores bibli�filos do artista no Brasil, com mais de 100 t�tulos, Pedro Couto j� assistiu a tr�s shows do cantor: um em 2008 e dois em 2012, todos em S�o Paulo (foto: Camila Zorzan)

"Dylan tem o h�bito de improvisar arranjos e melodias no palco. H� quem critique que muitas m�sicas ficam desfiguradas. Pessoalmente, vejo isso como um ato art�stico tremendo. � um m�sico que faz arte a todo momento", observa Pedro Couto, o editor do site Dylanesco e um dos maiores bibli�filos de Dylan no Brasil, com mais de cem t�tulos em seu acervo.

No show do dia 6, em S�o Paulo, uma f�, a estudante de Geografia, Laura Artioli, ent�o com 21 anos, conseguiu invadir o palco do Via Funchal. Detalhe: duas vezes.

Na primeira, conseguiu tocar no �dolo. Na segunda, foi "convidada" a se retirar da casa de espet�culos pelos af�veis seguran�as. "Paguei R$ 500 para tocar no Bob Dylan", declarou � reportagem do jornal Folha de S. Paulo, em mat�ria publicada no dia 7 de mar�o de 2008.

Talento vers�til


Uma das pinturas de Dylan teria sido inspirada, segundo o jornalista Eduardo Bueno, em um crime ocorrido na madrugada paulistana, no dia 18 de janeiro de 1990. Cada uma das telas foi avaliada em 1.250 libras
Uma das pinturas de Dylan teria sido inspirada, segundo o jornalista Eduardo Bueno, em um crime ocorrido na madrugada paulistana, no dia 18 de janeiro de 1990. Cada uma das telas foi avaliada em 1.250 libras (foto: The Brazil Series)

Em 2010, Dylan n�o tocou no Brasil. Em compensa��o, inaugurou uma exposi��o, The Brazil Series, no Museu Nacional de Arte de Copenhague, na Dinamarca. A mostra reuniu 40 pinturas em acr�lico e oito desenhos criados pelo m�sico no est�dio de sua casa, entre dezembro de 2008 e mar�o de 2010.

O convite da exposi��o partiu do curador da galeria, Kaspar Monrad (1952-2018). Sua cole��o anterior, Drawn Blank Series, de aquarelas, foi exposta em pa�ses, como Alemanha, em 2007, e no Reino Unido, em 2008. "Escolhi o Brasil como tema porque estive l� v�rias vezes e gosto da atmosfera", declarou o cantor, em comunicado oficial.

Das mais de 40 telas expostas no museu dinamarqu�s, duas chamaram a aten��o: Favela Villa Broncos (citada no cat�logo como sendo carioca) e The Incident. Segundo o jornalista e escritor ga�cho Eduardo Bueno, a tela The Incident teria sido inspirada na vis�o de um cad�ver na cal�ada da Avenida Ipiranga quase esquina com 7 de Abril.


Em 2010, Dylan inaugurou uma exposição na Dinamarca com 40 telas inspiradas em paisagens brasileiras. Uma delas chamava-se Villa Broncos. A favela, segundo o catálogo da galeria, fica no Rio
Em 2010, Dylan inaugurou uma exposi��o na Dinamarca com 40 telas inspiradas em paisagens brasileiras. Uma delas chamava-se Villa Broncos. A favela, segundo o cat�logo da galeria, fica no Rio (foto: The Brazil Series)

Na madrugada do dia 18 de janeiro de 1990, o cantor saiu para dar uma volta, em torno da meia-noite, pelas ruas de S�o Paulo, seguido de perto por dois guarda-costas, Rick Harder e Mitch Fennel. Entre outros points da noite paulistana, conheceu a antiga boate Kilt. Na volta ao Hilton, �s 4h da manh�, viu o tal corpo estirado no ch�o.

Eduardo Bueno, o Peninha, pode ser considerado um dos maiores "dylan�logos" brasileiros. N�o por acaso, fez parte da trupe que acompanhou o artista em algumas de suas turn�s, entre 1990 e 1998. O convite partiu de Victor Maymudes (1935-2001), tour manager de Dylan, sob uma condi��o: "N�o fa�a perguntas!".

Ao ser indagado sobre como descreveria Dylan na intimidade, Bueno n�o economiza adjetivos: "Complexo, incomum, diferente, inating�vel, enigm�tico, exclusivo, exclusivista, inconstante, eventualmente amedrontador, �s vezes gentil e, no meu caso, embora isso certamente n�o possa ser generalizado, muito generoso", enumera.

'O gigante da Am�rica Latina'

Em seu programa de r�dio, Theme Time Radio Hour, exibido entre 2006 e 2009, Dylan apresentou um epis�dio tem�tico sobre o Brasil, que ele chama de "o gigante da Am�rica Latina", com direito a Aquarela do Brasil, cantada por Elis Regina.

"Existe uma parte na Am�rica do Sul onde n�o se fala espanhol. Fala-se portugu�s. � um pa�s ador�vel, com 184 milh�es de habitantes. Esse pa�s ocupa quase metade do continente. Acredito que seja maior do que os Estados Unidos. Seu lema � 'Ordem e Progresso'. � onde voc� encontra S�o Paulo e Rio de Janeiro, dois dos lugares com as melhores festas que conhe�o. Estou falando do Brasil!", declarou no r�dio.

Em sua discografia, Dylan s� fez men��o ao Brasil uma �nica vez. Na can��o Union Sundown, do �lbum Infidels (1983), o pa�s � citado nos versos: "All the furniture, it says 'Made in Brazil' / Where a woman, she slaved for sure / Bringin' home thirty cents a day to a family of twelve / You know, that's a lot of money to her...".

Em 2012, Dylan voltou ao Brasil para sua mais longa turn� pelo pa�s. Foram seis shows em nove dias: Rio de Janeiro (15 de abril), Bras�lia (17), Belo Horizonte (19), S�o Paulo (21 e 22) e Porto Alegre (24). Como de h�bito, saiu pelas ruas da cidade onde se apresenta em busca de inspira��o para novas telas ou can��es.

Em suas andan�as pelo Rio, no dia 15 de abril de 2012, esbarrou com o jornalista Jotab� Medeiros, acompanhado da mulher, Nana Tucci, em uma rua de Copacabana.

Quando viu a m�quina fotogr�fica, fez uma careta: "You are f*cking paparazzi!" (Voc� � uma p* de um paparazzi). O rep�rter jurou que n�o! "� para o Facebook!", respondeu. "Por qu�?", quis saber o cantor.

"Voc� � um dos mais importantes artistas do s�culo 20!", relata Jotab� no livro O Bisbilhoteiro das Gal�xias - No Lado B da Cultura Pop (2013). "Trinta e quatro graus na sombra, e Dylan de casaco de couro, gorro de l� e bota de caub�i", descreve Jotab�.


De dentro do carro, a apresentadora Sarah Oliveira viu Dylan atravessar uma esquina de São Paulo. Só deu tempo de abrir a janela, berrar 'We love you!' e tirar uma foto tremida no celular
De dentro do carro, a apresentadora Sarah Oliveira viu Dylan atravessar uma esquina de S�o Paulo. S� deu tempo de abrir a janela, berrar 'We love you!' e tirar uma foto tremida no celular (foto: Acervo pessoal)

J� em S�o Paulo, seis dias depois, deu de cara com a apresentadora Sarah Oliveira cruzando a esquina da Jos� Maria Lisboa com a 9 de Julho. Da janela do carro, Sarah berrou: "We love you!". E sacou seu iPhone para tirar uma foto tremida.

"Sou muito f� do Dylan. Adoro esse jeito enigm�tico dele. Quase n�o d� entrevista. E, quando d�, voc� pergunta uma coisa e ele responde outra. Isso sem falar que � meio exc�ntrico. Ganha o Nobel de Literatura e n�o vai buscar", ri Sarah, que guarda at� hoje a autoriza��o dada pelo artista para o uso da can��o Mr. Tambourine Man, do �lbum Bringing It All Back Home (1965), na trilha sonora do filme Os Famosos e Os Duendes da Morte (2009), dirigido pelo seu irm�o, Esmir Filho.

Liberar m�sicas para artistas brasileiros, ali�s, n�o chega a ser uma novidade para Dylan. It's All Over Now, I, de Bringing It All Back Home (1965), virou Negro Amor (1977) na vers�o de Caetano Veloso e P�ricles Cavalcanti.

J� Romance in Durango, de Desire (1975), foi traduzido como Romance no Deserto (1987) pelo compositor Fausto Nilo. O cantor Z� Ramalho foi bastante literal ao traduzir Knockin' on the Heaven's Door, do filme Pat Garrett & Billy the Kid (1973), de Sam Peckinpah como Batendo na Porta do C�u (2008).

Dois dos 19 shows que Dylan fez no Brasil - o do Opini�o, em 1998, e o do Pepsi On Stage, em 2012 - foram analisados pelo jornalista e escritor M�rcio Grings no livro Quando o Som Bate no Peito (2021), que re�ne resenhas de 34 concertos de rock, como The Who, Roger Waters, Eric Clapton, Deep Purple e Black Sabbath.

"Foi uma epifania v�-lo t�o de perto", define Grings, em alus�o ao show do Opini�o, seu favorito.

"Nunca vou esquecer de I Want You um tom abaixo do original. Mais lenta, leve e reflexiva. Nunca mais fui o mesmo depois daquela noite", confessa.

Bueno passou por um "renascimento" semelhante. Tanto que diz que, se pudesse, mudaria a data de sua certid�o de nascimento para 9 de mar�o de 1975, quando ouviu, pela primeira vez, Before the Flood (1974).

"T�o logo a agulha tocou no vinil, as muralhas da mediocridade que me cercavam tombaram por terra e toda uma nova e ampla paisagem mental se descortinou � minha volta. Foi ali que minha vida se iniciou de verdade."

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