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Hist�ria real de traficante do Rio que era filho de policial vira s�rie

Baseada na vida de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom (1981-2005), que j� foi tema de livro de Tony Bellotto, produ��o da Amazon estreia nesta sexta (04/06)


03/06/2021 04:00 - atualizado 03/06/2021 11:19

Com oito episódios, série faz recuo temporal aos anos 1990(foto: Amazon Prime Video/Divulgação)
Com oito epis�dios, s�rie faz recuo temporal aos anos 1990 (foto: Amazon Prime Video/Divulga��o)
Um pai que leva uma vida inteira para saber se acertou ou errou. Um filho que vive sempre no limite. � essa a jornada do policial civil Victor Lomba (Fl�vio Tolezani) e de seu filho, Pedro Dom (Gabriel Leone), personagens centrais de “Dom”. 

Criada por Breno Silveira (“2 filhos de Francisco”, “Gonzaga: De pai para filho”), a primeira s�rie dram�tica brasileira da Amazon Prime Video, com estreia nesta sexta-feira (4/6), apresenta em oito epis�dios de alta combust�o uma hist�ria baseada em fatos. 

Droga, funk, favela, temas quase onipresentes na produ��o nacional, surgem aqui sob o vi�s do afeto, ainda que mais de uma vez apresentados de uma maneira torta. “Entendemos que boa parte da rela��o dos dois � de conflito, embate, briga, �s vezes at� com certa fisicalidade. Ficar s� no lugar do confronto poderia ser uma armadilha. Nosso desejo foi contar uma hist�ria em que, mesmo que os dois vivam em lados opostos, houvesse cumplicidade, amor, e mostrasse a n�o desist�ncia um do outro”, afirma Leone.

“Dom” tem trama ambientada no Rio de Janeiro, entre as d�cadas de 1990 e 2000. Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom (1981-2005), foi um viciado em drogas de classe m�dia alta que chefiou uma quadrilha especializada em assaltar edif�cios de luxo. Era um astro do submundo carioca, com destaque na imprensa. 

Seu pai, Luiz Victor Dantas Lomba (1944-2018), policial civil aposentado que atuou no combate �s drogas e integrou o Esquadr�o da Morte, procurou Silveira h� 12 anos querendo que ele fizesse um filme a respeito de sua trajet�ria.

“O Victor se recusava a entender essa hist�ria como a de um tabloide sangrento. A s�rie partiu da �tica dele, como pai, depois virou um livro do Tony Bellotto (“Dom”, d�cimo romance do guitarrista dos Tit�s, lan�ado ano passado). A mensagem � muito forte, com personagens mais complexos do que estamos acostumados a ver”, afirma o diretor.

“Voc� est� falando de um policial e de um criminoso e, quando entra na vida deles, entende o qu�o humanos eles s�o. Acho que hoje h� muitas hist�rias se repetindo sobre o narcotr�fico. Mas como a gente enxerga isso de dentro?”, comenta Silveira.

“Dom” foi rodada entre o final de 2019 e o in�cio de 2020. As filmagens terminaram em mar�o, justamente no in�cio da pandemia da COVID-19, o que fez com que a s�rie, prevista para estrear no ano passado, fosse adiada.

“Sempre tive curiosidade de entender o que o dinheiro do narcotr�fico fez com a cidade do Rio de Janeiro, fez com o Brasil. O Victor foi testemunha da chegada ao pa�s do primeiro carregamento de coca�na, em 1973. Ele viu a cidade se transformar, viu o filho dele se transformar”, diz Silveira, admitindo que teve medo de contar a hist�ria devido ao seu peso. “Mas entendi que ela n�o � s� importante de ser contada, como tamb�m bonita.”

ZONA SUL 

Com elenco numeroso, “Dom” tem uma narrativa atravessada por d�cadas e vai e vem no tempo. A cena inicial se d� em 1999, quando Pedro Dom, um garot�o da Zona Sul carioca, mal entrado nos 18 anos, est� sumido de casa. 

Em um morro em Copacabana, n�s o vemos em um baile funk cheirando coca�na e tendo um encontro �s pressas em um beco com uma garota. O pai, desesperado, deixa o apartamento da fam�lia e, de moto, sobe o morro. No meio do baile, d� um tiro para o alto, chamando a aten��o dos chefes do tr�fico e exigindo a presen�a do filho. O garoto aparece, � levado pelo pai a contragosto e, chegando em casa, � algemado por ele em sua pr�pria cama. A cena termina com o garoto dizendo “te amo, pai” e retirando do bolso um pacotinho de p�.

Entremeando esta longa sequ�ncia, acompanhamos a escalada de Victor no meio policial. Nos anos 1960, o garot�o mergulhador (na juventude, o personagem � vivido por Filipe Bragan�a) que n�o se envolvia com pol�tica acaba se tornando colaborador dos militares no in�cio do combate �s drogas no Brasil. Os flashbacks acompanham toda a s�rie.

“Cheguei a fazer exerc�cios de cenas que seriam do Filipe, no passado do personagem, at� para entender essa rela��o. Muitos personagens t�m mais de um ator (no passado e no presente), ent�o precis�vamos de uma unidade. Mesmo assim, na fase em que � interpretado pelo Filipe, o Victor era mais solar. Quando o bast�o foi passado para mim, o personagem j� estava em um lugar de descren�a”, observa Tolezani.
Gabriel Leone e Flávio Tolezani interpretam o filho criminoso e o pai policial na trama (foto: Amazon Prime Video/Divulgação)
Gabriel Leone e Fl�vio Tolezani interpretam o filho criminoso e o pai policial na trama (foto: Amazon Prime Video/Divulga��o)

ESTREIA INTERNACIONAL EM M�LTIPLAS L�NGUAS

“Dom” estreia simultaneamente nos mais de 200 pa�ses em que a plataforma Prime Video est� presente e com dublagem em 30 l�nguas. “Quando a s�rie ficou pronta, mandamos para nossos parceiros. Foi impressionante. Na �ndia, falaram que parecia uma hist�ria ambientada em Mumbai. Tanto que dublamos a s�rie em hindi, tamil, entre outras l�nguas que falam l�”, comenta Malu Miranda, chefe de conte�do original para o Brasil da Amazon Studios.

Ambiciosa, “Dom” re�ne oito horas de uma narrativa rodada em quatro estados, 170 loca��es e com elenco e figura��o de 3,2 mil pessoas. Al�m de comandar a produ��o, Silveira codirigiu a s�rie com Vicente Kubrusly. Com o selo da Conspira��o Filmes, conta com nomes expressivos na ficha t�cnica, como Antonio Pinto, autor da trilha sonora.

Pela primeira vez, Silveira atua como showrunner. “S� depois desse processo todo entendi a fun��o. No primeiro encontro com a Amazon, me disseram que para ser showrunner eu teria que ter a ideia da s�rie. Ok, a hist�ria eu sei. Disseram que tinha que produzir tamb�m. Tamb�m produzo. A� falaram que tem que ser roteirista. Isso eu n�o era ainda”, conta ele, que passou uma temporada na Inglaterra estudando com Robert McKee, um dos papas do roteiro. 

No in�cio da produ��o da s�rie, Silveira encontrou uma mesa com oito roteiristas. Teria que trabalhar com pelo menos quatro. “A s�rie � t�o complexa que n�o consegui ficar nenhum dia fora do set, acabei dirigindo quase como um todo com o Vicente”, diz.

Silveira traz no curr�culo filmes sobre rela��es intensas entre pais e filhos. Seu principal cart�o de visitas � a cinebiografia de Zez� di Camargo e Luciano, “2 filhos de Francisco”, que rendeu 5 milh�es de espectadores em 2005, figurando ainda hoje como uma das maiores 20 bilheterias nacionais. O diretor avalia que n�o conseguiria contar a hist�ria de “Dom” em duas horas, como pedido pelo pr�prio Victor no primeiro encontro que tiveram, mais de uma d�cada atr�s.

“Sou apaixonado por cinema, mas n�o acho poss�vel, hoje em dia, transformar algumas hist�rias que chegam para mim em filme. Um longa � um fio e uma s�rie � uma teia”, diz Silveira, que v� “Dom” como uma esp�cie de “p�s-gradua��o”. 

A partir de agora, a Prime Video lan�a outras s�ries brasileiras. No pr�ximo dia 25, entra no ar “Manh�s de setembro”, da O2 Filmes. A protagonista � Cassandra (Liniker), uma mulher trans que atua como cover de Vanusa (o t�tulo da s�rie foi tirado de uma das can��es da int�rprete, morta em 2020). 

Sua vida vira de cabe�a para baixo quando Leide (Karine Teles), mulher com quem teve um envolvimento no passado, a apresenta para Gersinho (Gustavo Coelho), garoto que pode ser filho de Cassandra.

“As outras s�ries foram filmadas durante a pandemia. Tem ‘Desjuntados’, com Gabriel Godoy e Let�cia Lima, ‘Senten�a’, com Camila Morgado. Neste momento, estamos filmando ‘L.ov3’ (produ��o de Felipe Braga, das s�ries ‘Sintonia’ e ‘Samantha!’, da Netflix)”, conta Malu. A executiva estima que at� o fim do ano alguns desses t�tulos estrear�o.  

DOM

S�rie em oito epis�dios. Estreia nesta sexta (4/6), na Amazon Prime Video.


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