
Com a rotina alterada pela pandemia, as crian�as passam mais tempo dentro de casa, obrigando pais e respons�veis a procurar lazer e entretenimento em formato virtual para elas. Festivais on-line e gratuitos destinados ao p�blico infantil s�o boas op��es para os fins de semana da garotada.
Os festivais “Catavento” e “FeNAPI – Arte entre inf�ncias” s�o bons exemplos disso. O primeiro re�ne artistas mineiros em shows, narra��o de hist�rias e oficinas. O outro disponibiliza cria��es de diferentes partes do Brasil.
A proposta do “Catavento” � valorizar e divulgar a produ��o art�stica infantil de BH. Neste e no pr�ximo fim de semana, a primeira edi��o do evento ser� transmitida gratuitamente por meio do YouTube, com shows musicais, narra��o de contos africanos e oficinas art�sticas.
CENA
O m�sico Weber Lopes, um dos organizadores, conta que o desejo de realizar o festival � antigo. Para ele, Belo Horizonte tem produ��o “muito bacana” voltada para o p�blico infantil. “Sempre quisemos contribuir com essa cena profissional. Nos �ltimos anos, tentamos lan�ar o festival, mas s� agora conseguimos tir�-lo do papel”, diz.
“Nossa primeira edi��o � bem direta, com apresenta��es musicais e brincadeiras. Chamamos grupos j� consolidados, com boa qualidade, com os quais temos afinidade. Nossa programa��o foi pensada para que o p�blico reconhe�a os artistas e se identifique com as apresenta��es”, explica Weber Lopes.
Essa estrat�gia, segundo ele, � uma forma de colaborar com a cena cultural, bastante prejudicada pela pandemia. “A produ��o infantil j� � um pouco fragilizada em fun��o de seu pouco tempo de exist�ncia. Al�m disso, a maioria dos artistas que a comp�em abrem espa�o em suas agendas profissionais para se dedicar ao trabalho voltado para as crian�as”, diz Weber Lopes.
Neste s�bado (19/06), a partir das 16h, o “Festival Catavento” come�a com o show do grupo P� de Sonho. A apresenta��o, gravada, traz m�sicas dos dois �lbuns lan�ados pela banda: “P� de Sonho I” (2014) e “P� de Sonho II” (2017).
SEGREDO
Integrante do grupo, Weber Lopes conta que o segredo para prender a aten��o dos pequenos durante a live � agir como se o show fosse ao vivo. “� uma experi�ncia diferente, mas n�o pode deixar de ser divertida. Ent�o, buscamos simular a presen�a, fazendo tudo de forma bastante espont�nea, suprindo a falta de contato”, explica.
A programa��o deste s�bado continua com Eda Costa, que vai contar a hist�ria africana “Abayomi, a boneca do amor e do afeto”.
Quem encerra o primeiro dia � o Grupo Serelepe, com o show “Brincanectados”. A atra��o, desenvolvida durante a quarentena, � a vers�o pand�mica do espet�culo “Brinquedorias”. Gabriel Murilo, Reginaldo Santos e Eug�nio Tadeu simular�o uma chamada via Zoom para apresentar m�sicas e brincadeiras.
“A proposta � experimentar as tecnologias da videochamada”, explica Gabriel. “Est�vamos apenas nos encontrando em chamadas on-line e, quando come�aram a surgir convites para apresenta��es virtuais, pensamos em criar algo com as ferramentas do Zoom. Por isso, a gente incorpora uma s�rie de elementos durante a apresenta��o, como os atrasos e falhas na conex�o.”
A apresenta��o n�o � feita por meio da plataforma de videochamadas que se popularizou no �ltimo ano. Na verdade, os tr�s gravaram separadamente, em casa, e, a partir desses registros, foi feita a montagem. Por conta disso, Gabriel chama o espet�culo de “obra audiovisual”.
“Utilizando o Zoom, entendemos que ele traz uma s�rie de limita��es que passaram a fazer parte da viv�ncia atual. Por isso, procuramos as brechas criativas e o potencial est�tico que ele traz. Em certas m�sicas, por exemplo, cada um de n�s faz vozes diferentes e, na vers�o final, elas s�o reunidas. Tamb�m exploramos bastante a manipula��o de c�mera para trazer uma din�mica para o show. Em determinado momento, me aproximo da c�mera para dar a sensa��o de que estou bem perto de quem est� assistindo”, conta.
“Brincanectados” surgiu devido � Lei Aldir Blanc. O Serelepe n�o foi diretamente contemplado por ela, mas convidado para uma s�rie de eventos criados gra�as � legisla��o de apoio � cultura.
FICHA
No in�cio da pandemia, Gabriel Murilo relutou em produzir conte�do on-line. “Fiquei ansioso demais para a volta da vida presencial, achando que n�o seria interessante criar para o virtual. Ao longo de 2020 caiu a ficha de que essa � a �nica solu��o para o momento que estamos vivendo. A partir da�, come�amos a buscar alternativas legais que fossem de acordo com a proposta do Serelepe”, afirma.
No domingo (20/06), a programa��o do “Festival Catavento” ter� conta��o de hist�rias com Eda Costa, uma oficina de brincadeiras musicais com Geovanne Sass� e outra oficina de fantoches de papel com Rose Amaral. O primeiro fim de semana se encerra com o show “Catibirib�o”, de S�lvia Negr�o, dedicado a can��es autorais e folcl�ricas brasileiras. O evento continua em 26 e 27 de junho, no mesmo hor�rio.
“FESTIVAL CATAVENTO”
Hoje (19/06) e domingo (20/06), a partir das 16h, com transmiss�o on-line e gratuita por meio do canal no YouTube da banda P� de Sonho (www.youtube.com/pedesonho). A programa��o se estende a 26 e 27 de junho, no mesmo hor�rio. Informa��es: facebook.com/festivalcatavento e @festivalcatavento, no Instagram
Programa��o
S�BADO (19/06)
.Show da banda P� de Sonho
.Conta��o de hist�rias com Eda Costa. Contos africanos: “Abayomi, a boneca do amor e do afeto”
.Show “Brincanectados”, do Grupo Serelepe
DOMINGO (20/06)
.Conta��o de hist�rias com Eda Costa. Contos africanos: “A cabritinha Bey”
.Oficina de brincadeiras musicais com Geovanne Sass�
.Oficina de fantoches de papel com Rose Amaral
.Show “Catibirib�o”, de S�lvia Negr�o
DIA 26/06
.Conta��o de hist�rias com Eda Costa. Contos africanos: “Khethiwe, a rainha da Imbira”
.Oficina de percuss�o corporal com Geovanne Sass�
.Show “De cara nova”, de M�sico Pai
DIA 27/06
.Show “Rodinha”, da banda P� de Sonho
.Oficina de constru��o de monstrinhos com Rose Amaral
.Show “Can��es e fofuras”, de Ana Couttinho

Inf�ncia multifacetada em foco
A segunda edi��o do “FeNAPI – Arte entre inf�ncias”, realizado pela Insensata Cia. de Teatro, disponibiliza nove cria��es on-line de Minas Gerais, S�o Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. As apresenta��es ficam dispon�veis no YouTube at� 27 de junho.
A curadoria, assinada por Brenda Campos, Keu Freire e Carol Fescina, recebeu 377 inscri��es, sendo 59 propostas de Minas e 318 de outros estados.
“Demos prefer�ncia para trabalhos que dialogam com as adapta��es suscitadas pelas restri��es da pandemia. Tamb�m tivemos o cuidado de selecionar aqueles que n�o s�o feitos s� para as crian�as, mas com as crian�as”, afirma Brenda Campos.
H�BRIDO
Segundo ela, os organizadores protelaram bastante para colocar a segunda edi��o em p�, acreditando que seria poss�vel realizar o evento de forma h�brida. “Quando come�amos a botar a m�o na massa de fato, percebemos que realiz�-lo on-line amplia o nosso horizonte de possibilidades”, avalia.
Entre os espet�culos mineiros selecionados est�o “Nossa primeira casa”, da Cia. Benedita na Estrada, de Caldas; “Remix shake”, do Coletivo Aberto, de Ipatinga; e “Zapato busca sapato”, da Trupe de Tru�es, de Uberl�ndia. A produ��o belo-horizontina est� representada por “Sarau musical”, do Grupo Maria Cutia; “Quem � voc�?”, da companhia de teatro Toda Deseo; e “Espet�culo da minha tela eu vejo: Atos performativos com crian�as”, de Raysner de Paula e Charles Valadares.
O “FeNAPI” apresenta tr�s montagens nacionais: “Birita procura-se”, do Grupo A Casa das Lagartixas, de S�o Jos� dos Campos (SP); “A menina com um buraco na m�o”, de Alice Cruz e Sergio Kauffmann, do Rio de Janeiro; e “Na pisada do coco com as crian�as”, do Grupo Samba de Coco Eremin, de Arcoverde (PE).
Brenda Campos explica que o festival concebe a inf�ncia de diferentes formas. “No territ�rio do infantil existem muitos contextos. Fala-se muito das crian�as como se fossem todas iguais e como se apenas a idade determinasse o que elas s�o. Pensamos a inf�ncia como um universo complexo e �nico, considerando contextos sociais, pol�ticos, geogr�ficos e econ�micos. Tamb�m compartilhamos da no��o de que a inf�ncia nos acompanha em todas as idades”, afirma.
A segunda edi��o do “FeNAPI”, viabilizada por meio da Lei Aldir Blanc, tamb�m promove, na segunda-feira (21/06), �s 19h, o semin�rio “Teatro para crian�as: Problem�ticas e sol�cio-lun�ticas”, com o ator, bonequeiro, contador de hist�rias e autor de livros para crian�as Henrique Stchin. A programa��o inclui o espet�culo “Quintal de inf�ncias”, bate-papo entre especialistas de diversas linguagens, artistas e p�blico.
“FENAPI – ARTE ENTRE INF�NCIAS”
At� 27 de junho, no canal do YouTube da Insensata Cia. de Teatro. Informa��es no Instagram (@fenapi.bh)