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Estado de Minas LITERATURA

Nova edi��o de 'Elvis & Madona' se adapta ao avan�o do movimento LGBT

Lan�ado em 2010, livro de Luiz Biajoni sai em 2021 sem os termos que se tornaram anacr�nicos, como GLS. Podcast � estrelado pela atriz trans Carol Marra


23/06/2021 04:00 - atualizado 23/06/2021 07:09

O escritor Luiz Biajoni diz que revisão não tirou a %u201Caura%u201D de seu romance, ícone da literatura LGBT brasileira(foto: Youtube/reprodução)
O escritor Luiz Biajoni diz que revis�o n�o tirou a %u201Caura%u201D de seu romance, �cone da literatura LGBT brasileira (foto: Youtube/reprodu��o)

No m�s em que se celebra o orgulho LGBT, chega �s livrarias pela Editora Bazar do Tempo a nova edi��o de “Elvis & Madona – Uma novela lil�s”, de Luiz Biajoni, lan�ado em 2010 junto do filme hom�nimo de Marcelo Laffitte (1963-2019). A nova tiragem do romance passou por revis�o de linguagem para acompanhar as conquistas e o avan�o de debates relativos ao movimento LGBT.

“Pouco tempo antes de ser lan�ado, a sigla popular no Brasil ainda era GLS (gays, l�sbicas e simpatizantes), que � excludente e hoje est� em desuso. Naquela �poca, ainda se utilizava o artigo masculino para se referir �s travestis. Foram essas imprecis�es da �poca, muito ligadas �s terminologias do movimento, que buscamos resolver para deixar o livro bastante atual”, explica Luiz Biajoni.

O escritor contou com a ajuda da Mezcla Diversidade, consultoria especializada em comunica��o inclusiva, para eliminar quest�es ultrapassadas, como o uso do nome dado � pessoa transg�nero antes da transi��o.

Igor Cotrim e Simone Spoladore: Madona e Elvis no cinema (foto: Laffilmes/reprodução)
Igor Cotrim e Simone Spoladore: Madona e Elvis no cinema (foto: Laffilmes/reprodu��o)

PREF�CIO

O autor tamb�m teve o aux�lio da doutora em literatura e ativista Amara Moira. Ela assina o pref�cio da edi��o comemorativa, que traz um texto da professora Vilma Costa sobre a edi��o original. O pref�cio tamb�m � assinado pelo escritor Raphael Montes.

“Foi um consenso fazer a atualiza��o sem tornar o livro ass�ptico, totalmente politicamente correto. Os vil�es continuam usando uma linguagem abusiva, ent�o a sujeira da hist�ria foi preservada. O livro conta uma hist�ria de amor em meio a uma trama policial. A aura dele est� mantida, portanto, n�o perdeu a carga de viol�ncia de que uma hist�ria como essa precisa”, afirma Biajoni.

“Elvis & Madona” foi desenvolvido com base no roteiro de Laffitte, que morreu no in�cio de dezembro de 2019, v�tima de infarto. A hist�ria de amor entre a travesti Madona e a motoqueira l�sbica Elvis ganhou status de �cone da literatura policial LGBT. O romance, que se passa em Copacabana, ficou conhecido por tensionar os pap�is de g�nero.

“O filme � uma com�dia rom�ntica que foi aceita por um p�blico mais amplo. O livro teve lan�amento discreto pela Editora L�ngua Geral, e o gosto por ele foi crescendo ao longo dos anos, principalmente por pessoas ligadas ao movimento LGBT”, avalia o escritor.

“Estamos vivendo um momento de muito �dio, divis�o e cis�o. 'Elvis & Madona' fala de uni�o, perseveran�a e cren�a no futuro. Acredito que por isso o livro teve sobrevida maior do que o filme. Conhe�o pessoas que adoram d�-lo de presente. De certa forma, ele ajudou a definir um imagin�rio, abrindo portas para uma nova literatura LGBT no Brasil”, pontua Biajoni.

No filme, Elvis � vivido por Simone Spoladore, e Madona por Igor Cotrim, e n�o por um travesti. A escala��o de Cotrim causa pol�mica at� hoje. No pref�cio da nova edi��o, Amara Moira diz que, apesar do talento do ator, a cr�tica “tem a ver com a politiza��o das produ��es art�sticas, um chamado na chincha para que elas comecem a atuar ativamente na transforma��o das desigualdades que concordamos que existem.”

“Se n�o for no papel de Madona, que seja como roteirista, cenografista, figurinista ou em algum outro lugar de import�ncia na produ��o da obra. Para que possamos tamb�m colher os louros que uma narrativa que se vale das nossas hist�rias produziu. O aqu� das bonitas, n�, meu bem?”, escreve Moira, reconhecendo que essa � uma quest�o recente, pouco discutida em 2010.

Luiz Biajoni conta que Laffitte fez testes com atrizes trans e travestis e as escalou para pap�is secund�rios. “Elas aparecem no filme contracenando com Elvis e Madona. A quest�o da representatividade n�o foi esquecida durante a produ��o”, relembra. “Essa n�o era a principal preocupa��o dos produtores. Era uma outra �poca, est�vamos discutindo beijo gay na novela. Por tr�s das c�meras, grande parte da equipe era LGBT, mas o livro foi escrito por mim e dirigido pelo Marcelo, dois homens h�teros”, afirma.

“Elvis & Madona” tamb�m chega agora em audiobook pela Storytel, com narra��o da atriz e jornalista Carol Marra, mulher trans.
(foto: Bazar do Tempo/reprodução)
(foto: Bazar do Tempo/reprodu��o)

“ELVIS & MADONA – UMA NOVELA LIL�S”
• De Luiz Biajoni
• Bazar do Tempo
• 180 p�ginas
• R$ 55


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