(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas Pesquisa

Saiba quem mais sofreu na �rea de Cultura com a COVID-19

Pesquisa Painel de Dados do Observat�rio Ita� Cultural mostra o impacto da pandemia no setor, dimensionando a perda de postos de trabalho formais e informais


06/07/2021 04:00 - atualizado 05/07/2021 23:22

A atriz Simone Ordones em cena da peça virtual
A atriz Simone Ordones em cena da pe�a virtual "Hist�rias de confinamento", do Grupo Galp�o. Na avalia��o de Eduardo Saron, diretor do Ita� Cultural, o modelo "fisidigital" ser� incorporado, mesmo ap�s o fim da emerg�ncia sanit�ria (foto: Grupo Galp�o/Divulga��o)

Duzentos e quarenta e quatro mil postos de trabalho da economia criativa foram perdidos no primeiro trimestre de 2021, uma queda de 4% em rela��o ao mesmo per�odo do ano anterior. Minas Gerais, que ao lado de S�o Paulo e Rio de Janeiro responde por metade dos postos de trabalho nesse setor em todo o pa�s, teve uma queda ainda maior: 8% entre os tr�s primeiros meses deste ano em rela��o ao mesmo intervalo de 2020.

Os dados s�o resultado de pesquisa do Painel de Dados do Observat�rio Ita� Cultural, que acompanha a evolu��o da economia criativa no Brasil. “O resultado da pesquisa repercute as sazonalidades que estamos vivendo, equaliza com a segunda onda da pandemia”, comenta Eduardo Saron, diretor do Ita� Cultural.

Ele acrescenta que, no final de 2020, p�s-onda verde, quando houve uma flexibiliza��o das atividades no pa�s, houve um crescimento do setor – aumento de 6% nos postos de trabalho no �ltimo trimestre de 2020 em rela��o ao terceiro trimestre. “Como a cultura foi o primeiro setor que parou (em decorr�ncia da COVID-19) e ser� o �ltimo que voltar� por completo, temos que lidar com essa sazonalidade”, acrescenta o gestor.

DADOS 
O painel agrega dados de diferentes fontes oficiais de informa��o, como PNAD Cont�nua, Rais (Minist�rio da Economia), Pesquisa Anual de Servi�os (PAS – IBGE), Pesquisa Industrial Anual (PIA – IBGE), Pesquisa Anual de Com�rcio (PAC – IBGE) e Siconfi (Sistema de Informa��es Cont�beis e Fiscais do Setor P�blico Brasileiro), registrando informa��es de empregos formais e informais em atividades como publicidade e marketing, arquitetura, artesanato, design, cinema, r�dio, TV, tecnologia da informa��o, editorial, patrim�nio hist�rico, m�sica, artes c�nicas e visuais.

Para a realiza��o da pesquisa, foram estabelecidos tr�s perfis de trabalhadores da cultura. Os especializados, que s�o aqueles empregados nos setores criativos; os de apoio, que atuam no setor, mas n�o t�m ocupa��es consideradas criativas (como contadores e advogados); e os incorporados, que s�o criativos, mas trabalham em outros setores (como um designer que atua na ind�stria automobil�stica).

Foram justamente os trabalhadores criativos especializados que tiveram mais perdas no per�odo: a queda no n�mero de postos de trabalho entre o quarto trimestre de 2020 e o primeiro de 2021 foi de 14%. Por outro lado, houve algum crescimento no setor. Os trabalhadores de apoio tiveram um aumento de 4% nos postos de trabalho no mesmo per�odo; e os incorporados, de 1%.

Outro ponto relevante da pesquisa, sobre o v�nculo de trabalho, mostra que houve uma queda menor nos postos de trabalho para empregados formais do que informais. No primeiro grupo, a queda foi de 2% entre o primeiro trimestre de 2020 e o primeiro per�odo de 2021; j� no segundo grupo, a queda foi de 7%. 

“Isso mostra o quanto o profissional informal sofreu e tem sofrido com a pandemia. � aquele que trabalha com eventos, como o carnaval e as festas juninas, que s�o os grandes momentos do entretenimento”, aponta Saron. Na avalia��o dele, a situa��o s� ir� come�ar a melhorar em virtude da vacina��o.

“Se o cen�rio da vacina��o continuar como est�, considero que no final deste ano tenhamos um in�cio de retomada. Precisamos ter um n�mero suficiente de brasileiros para ter uma imunidade coletiva com a vacina. Quanto mais a gente apoiar o combate � pandemia, mais r�pido sairemos desta”, afirma. 

Saron diz ainda que, “objetivamente, a vacina � a maior alavanca no combate � desigualdade. E, na verdade, s� conseguiremos entender exatamente o que aconteceu com o nosso segmento quando construirmos mais s�ries hist�ricas e nos afastarmos para entender o que houve. A pesquisa � uma fotografia deste momento”.

A despeito das dificuldades no setor, ele � otimista quanto ao futuro pr�ximo, j� imaginando um cen�rio de p�s-pandemia. “Em livro (‘Metr�pole � beira-mar’, de 2019), Ruy Castro escreve sobre o carnaval p�s-gripe espanhola. Todo mundo foi para rua, se reuniu. Quando a sa�de e a ci�ncia vencerem o v�rus, um dos setores que ser�o mais chamados ser� o da economia criativa. As pessoas v�o querer se juntar. E quem � que faz isso? � a cultura, o turismo, o segmento gastron�mico. Ent�o, temos que estar preparados para essa volta.”

Ainda que a popula��o queira retornar ao mundo pr�-mar�o de 2020, ningu�m voltar� o mesmo, opina Saron. E tamb�m o setor criativo. “O mundo ser� definitivamente ‘fisidigital’”, aposta. “Nosso maior desafio, mais do que pensar o presente, ser� o de tentarmos, de uma maneira definitiva, antecipar o futuro. As artes c�nicas, por exemplo, romperam com a presen�a f�sica exclusiva no palco. Estou falando de uma express�o art�stica que parece mais distante do universo digital”, observa.

Para Saron, a arte dever� continuar sendo feita em diferentes formatos. “Mesmo que se esteja acompanhando uma pe�a da plateia, voc� tamb�m poder� manter no virtual um espet�culo para aqueles que n�o poder�o estar ali. Ou fazer, terminada a pe�a, uma conversa (virtual) com o artista. Quando falo em trazer o futuro para o presente, � radicalizar esse ‘fisidigital’, n�o esquecer a acelera��o que houve em virtude da pandemia em busca do hibridismo.”



receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)