
Para quem se acostumou a ver at� tr�s longas-metragens da Marvel por ano, ficar dois sem nenhuma estreia parece uma eternidade. Mas os f�s sofrendo de abstin�ncia v�o ter seu jejum quebrado nesta quinta-feira (08/07), com a estreia de “ Vi�va Negra ”, dirigido por Cate Shortland (“Lore, a S�ndrome de Berlim”), nos cinemas e no Disney%2b , com pagamento adicional de R$ 69,90.
Mas o que � um ano de atraso para uma personagem que merecia e exigia sua pr�pria hist�ria desde seu surgimento nos cinemas, em “Homem de Ferro 2” (2010)? A Natasha Romanoff de Scarlett Johansson chegou chegando, uma agente da S.H.I.E.L.D. capaz de se infiltrar nas Ind�strias Stark e lutar como poucos. Depois disso, se tornou membro dos Vingadores, aparecendo em seis outras produ��es da Marvel, mais uma cena p�s-cr�dito de “Capit� Marvel”, que tirou de “Vi�va Negra'' o status de ser o primeiro filme da Marvel dedicado a uma
super-hero�na
.
A demora foi tanta que o filme chega quando - aten��o para spoiler de dois anos - Natasha j� morreu, em “Vingadores: Ultimato” (2019). “Vi�va Negra'', na verdade, se passa entre “Capit�o Am�rica: Guerra civil” (2016) e “Vingadores: Guerra infinita” (2018), quando os Vingadores estavam separados. Em fuga, a hero�na vai at� Budapeste, onde tem um reencontro explosivo com sua irm�, Yelena (Florence Pugh). Natasha tamb�m vai precisar da ajuda de seu pai, Alexei (David Harbour), e sua m�e, Melina (Rachel Weisz), remexendo feridas do passado.
ORIGENS
Porque, al�m de mostrar uma lacuna na hist�ria, “Vi�va Negra'' tamb�m � uma chance de conhecer melhor a personagem e suas origens - um pouco o papel que as s�ries v�m tendo no UCM. "Eu quis mostrar a vers�o humana, complicada e fal�vel de Natasha, algu�m que tem dificuldades de ser hero�na, se acha n�o merecedora e � insegura", disse Cate Shortland em entrevista por videoconfer�ncia.
� uma cena de sua inf�ncia que abre o filme, quando Alexei, Melina e as pequenas Natasha e Yelena precisam deixar Ohio �s pressas, abandonando o "sonho americano" em dire��o a Cuba e depois a R�ssia. Na verdade, s�o uma fam�lia de mentira, uma c�lula dormente de espi�es russos nos EUA. As meninas s�o treinadas pelo programa Sala Vermelha. Alexei se torna o Guardi�o Vermelho, uma esp�cie de Capit�o Am�rica do outro lado.
Ent�o n�o se trata de uma reuni�o de fam�lia feliz, embora haja humor. "� quase como se estiv�ssemos desconstruindo a sitcom de fam�lia", disse Shortland. "Voc� sabe: com o pai na cabeceira, a m�e que � parte do sistema que submeteu as filhas a histerectomias para n�o engravidarem. Quis discutir quais s�o as partes despeda�adas de n�s mesmos que precisamos aceitar para sobreviver e prosperar. Para mim, o filme fala de mulheres que n�o s�o v�timas, mas sobreviventes."
A Sala Vermelha criada pelo General Dreykov (Ray Winstone) �, na verdade, uma m�quina de opress�o de meninas e mulheres, que viram assassinas rob�ticas. Meninas, afinal, s�o "o �nico recurso natural que o mundo tem de sobra". Um filme da Vi�va Negra n�o podia ser n�o feminista. "Mas eu queria fazer com humor. Espero que os homens tamb�m riam", disse Shortland. "E que nossos olhos estejam mais abertos ao final, algo realmente importante para o est�dio. Bob Iger (presidente-executivo e presidente do conselho da Disney) nos incentivou a ir fundo na ideia de empoderamento feminino."
� de se lamentar que “Vi�va Negra” s� tenha chegado agora, mas talvez s� pudesse mesmo ser feito, da forma como foi, um misto de thriller de espionagem com drama familiar e personagens femininas consistentes, neste momento. "Filmes como ‘Pantera Negra’, ‘Mulher Maravilha’ e os de Kathryn Bigelow criaram espa�o para diretoras como eu, al�m, claro, do movimento #MeToo", disse Shortland. "S� que tamb�m sei que nem tanto mudou para a mulher comum. Meu desejo � que essas mulheres riam, se divirtam com o espet�culo, mas tamb�m saibam que estamos ouvindo e que elas s�o importantes."
Mais ainda porque todo mundo precisa de um pouco de inspira��o depois de quase um ano e meio de pandemia. "Espero que o filme tamb�m sirva para dar coragem �s pessoas para serem mais vulner�veis umas com as outras", disse Shortland. "E que, nos reencontros com nossas fam�lias, pensemos dois segundos antes de cair numa discuss�o e sejamos mais indulgentes."
Em teoria, “Vi�va Negra” � a �ltima vez que veremos Scarlett no papel de Natasha. Claro que, em se tratando de Marvel, tudo � poss�vel. Mas os f�s podem ficar tranquilos, porque, mesmo que o filme seja quase independente dos outros do UCM, ele prepara terreno para a continua��o da hist�ria, com a inclus�o de uma nova personagem. (Ag�ncia Estado)
LONGA DOMINA CIRCUITO DE BH
Atualmente, h� 10 complexos de cinema abertos em Belo Horizonte, todos em shoppings – Boulevard, Cidade, Del Rey, Minas, Via, P�tio Savassi, Diamond Mall, BH, Norte e Esta��o. “Vi�va negra” domina a programa��o, ocupando pelo menos uma sala de cada complexo. Al�m dos tr�s filmes que est�o em cartaz desde a semana passada – “Velozes e furiosos 9”, “Os Croods 2” e “Invoca��o do mal 3” – h� duas novidades. “Cruella”, outro filme Disney, que havia estreado um m�s atr�s somente na plataforma do grupo (em cartaz no P�tio e no Diamond) e o nacional “4X100 – Correndo por um sonho”, de Tom�s Portella, estrelado por Thalita Carauta (no cine do Shopping Cidade).
VI�VA NEGRA
(Black widow, EUA, 2021, 133 min., dire��o de Cate Shortland, com Scarlett Johansson, Florence Pugh e David Harbour) – Pouco ap�s nascer, a Vi�va Negra, ent�o conhecida como Natasha Romanoff, � entregue � KGB, que a prepara para se tornar sua mais importante agente. Por�m, o pr�prio governo tenta mat�-la quando a Uni�o Sovi�tica se desfaz.