
A mem�ria do Grupo Galp�o � vasta e bem guardada. Seus 39 anos de hist�ria j� renderam livros tanto sobre sua trajet�ria quanto sobre seu processo criativo. H� tamb�m DVDs, publica��es com programas do espet�culo e um arquivo catalogado com as principais mat�rias e cr�ticas da imprensa desde o in�cio da companhia, em revistas e jornais nacionais e internacionais.
“Grupo Galp�o: Tempos de viver e de contar” (Editora Sesc S�o Paulo), organizado por Eduardo Moreira, ator, diretor e um dos fundadores da companhia, traz boa parte desta jornada de forma cronol�gica, cr�tica e ilustrada. O projeto, que consumiu os �ltimos cinco anos, vem a p�blico agora – nesta quinta (15/07), haver� live de lan�amento com a presen�a do organizador e da atriz In�s Peixoto.
A obra � aberta com um texto hist�rico de autoria de Moreira, que abarca a trajet�ria do Galp�o de 1982 a 2018, per�odo em que criou 26 espet�culos. Na sequ�ncia, h� um texto cr�tico do jornalista Valmir Santos. Uma terceira parte, que na verdade forma o grosso da obra, re�ne em 16 cap�tulos, cronol�gicos, os espet�culos do grupo acompanhados de fotos (s�o 228 imagens, pelo menos metade delas de Guto Muniz) e artigos na imprensa.
Neste passeio pelo olhar do outro, Moreira, que tamb�m fez a sele��o dos textos da imprensa, pretendeu dar a maior pluralidade poss�vel. “H�, por exemplo, muitos textos da B�rbara Heliodora (1923-2015). Ela � uma refer�ncia e uma pessoa com quem a gente tinha uma rela��o de amizade. Sempre que est�vamos no Rio, �amos na casa dela, que fazia uma sopa para a gente. Era famoso o encontro com a B�rbara. Por outro lado, ela nunca se furtou de nos criticar quando n�o gostava. O ‘Partido’ (1999) ela n�o gostou, o livro traz um extrato da cr�tica. ‘Tio V�nia’ (2011) tamb�m.”
Para Moreira, gostando-se mais ou menos de determinados espet�culos, o Galp�o tem, acima de tudo, respeito da cr�tica e do p�blico. “Nosso processo � feito de alguns acertos e muitos erros, como acontece com todo processo art�stico. Estamos sempre nos confrontando com a possibilidade do erro.”
''B�rbara Heliodora (1923-2015) � uma refer�ncia e uma pessoa com quem a gente tinha uma rela��o de amizade. Por outro lado, ela nunca se furtou de nos criticar quando n�o gostava. O 'Partido' (1999) ela n�o gostou, o livro traz um extrato da cr�tica''
Eduardo Moreira, ator, diretor e um dos fundadores do Galp�o
MARCOS
Rumo �s quatro d�cadas, que ser�o celebradas em 2022, o grupo, na opini�o do ator e diretor, tem alguns marcos: “Romeu e Julieta” (1992), o encontro com Paulo Jos�, que rendeu “O inspetor geral” (2003) e “Um homem � um homem” (2005), a parceria com M�rcio Abreu, de onde surgiram os recentes “N�s” (2016) e “Outros” (2018).“A hist�ria do Galp�o conseguiu, como um todo, abra�ar a possibilidade da experimenta��o. O grupo nunca se satisfez com o sucesso, busca o risco e a possibilidade de encontrar o desconhecido. Acho este aspecto muito bonito da hist�ria do grupo, talvez seja seu maior legado enquanto um trabalho coletivo”, finaliza Moreira.
GRUPO GALP�O: TEMPOS DE VIVER E DE CONTAR
Organiza��o de Eduardo Moreira. Edi��es Sesc S�o Paulo, 351 p�ginas. R$ 88. Informa��es: sescsp.org.br/livraria. Nesta quinta-feira (15/07), �s 19h, haver� live de lan�amento com Eduardo Moreira e In�s Peixoto no YouTube (youtube/sescpinheiros)