Festival Ponta a P� aposta na arte como pilar da democracia
Com 19 atra��es e realizado pela C�ccix Cia.Teatral, evento discute cidadania, racismo, discrimina��o das mulheres e injusti�a social. Foco est� em Venda Nova
Cia. Fusion de Dan�as Urbanas � uma das atra��es do Festival Ponta a P�, que ser� encerrado em 12 de setembro (foto: Pablo Bernardo/divulga��o)
“Enquanto objeto de manifesta��o e liberdade de express�o, a arte s� � poss�vel na democracia”, afirma Rog�rio Gomes, curador e idealizador do Festival Ponta a P� Cultural, que chega � oitava edi��o. A programa��o vai at� 12 de setembro. De acordo com o curador, a liberdade d� o tom das 19 atra��es do evento, que ter� teatro, m�sica, dan�a, cinema, oficinas e debates.
Com o tema “Arte e sociedade”, o festival exibir� trabalhos de agentes culturais residentes e atuantes em Venda Nova, que concorrer�o ao pr�mio de R$ 3 mil, mediante a vota��o popular. Para isso, basta preencher, at� 1º de setembro, formul�rios de inscri��o disponibilizados nas redes sociais (@coccixcompanhia) e no site da C�ccix Cia.Teatral.
Produtora do evento, a C�ccix optou por Venda Nova porque se trata de uma regi�o de Belo Horizonte que enfrenta problemas como a evas�o escolar e altos �ndices de criminalidade. “A gente busca gerar algumas emancipa��es, desenvolver a juventude. A cultura � s�mbolo de cidadania, de resist�ncia e de democratiza��o”, explica Rog�rio Gomes.
“Queremos dar visibilidade a artistas e grupos mineiros que se dedicam ao desenvolvimento cultural de �reas remotas, territ�rios n�o apenas � margem territorialmente, mas tamb�m �s margens do atendimento social, cultural e pol�tico”, informa.
Esta � a primeira edi��o on-line do festival. A pandemia impediu a realiza��o do evento em 2020, pois inviabilizou totalmente as atividades presenciais. Como as medidas de preven��o ao novo coronav�rus prosseguem este ano, a sa�da foi reformular o festival.
Sinara Teles, curadora do evento em parceria com Gomes, diz que a cultura tem papel fundamental neste momento de crise. “Entendemos que a arte deixa de ser possibilidade e passa a ser necessidade por ser capaz de ressignificar e fortalecer s�mbolos como empatia, respeito, conv�vio social, alegria, diversidade, toler�ncia e identidade cultural”, diz ela.
O curta "Brooklyn", produzido pela CineLeblon, ser� exibido na pr�xima segunda-feira (foto: Cine Leblon/divulga��o
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Por outro lado, o festival d� visibilidade e renda aos artistas, impedidos de realizar espet�culos presenciais desde mar�o de 2020, observa Sinara.
As atra��es do festival dialogam com o momento de impasse vivido pelo Brasil. “A crise pol�tica e sanit�ria p�s uma lupa sobre as diversas dificuldades enfrentadas pelo setor art�stico”, afirma Rog�rio Gomes. Ele cita o show de J�lia Tizumba e do Slam Clube da Luta, com can��es autorais e poesia falada abordando racismo, quest�es de g�nero, maternidade, amor e lutas sociais.
“A classe art�stica resiste h� muito tempo. Quem trabalha com arte negra resiste duplamente. A pandemia foi mais um momento assim”, comenta J�lia Tizumba. “A gente segue perseguindo a utopia de viver em um mundo de mais paz, igualdade e sa�de. � disso que vamos tratar no festival.”
Outras atra��es ser�o os grupos de teatro In-Cena, Oficcina Multimedia e Trampulim, o Grupo de Percuss�o da UFMG, o coletivo Fusion de Dan�as Urbanas e os artistas F�bio Costa, Teuda Bara e Admar Fernandes.
*Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria
FESTIVAL PONTA A P� CULTURAL
At� 12 de setembro. Transmiss�o no canal do Festival Ponta a P� Cultural no YouTube. Programa��o completa: www.coccixcompanhiateatral.com.br/