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Estado de Minas LUTO

Pianista Jo�o Carlos Assis Brasil morre aos 76 anos

M�sico vers�til e sem preconceitos, ele dedicou-se tanto ao chamado universo erudito quanto � m�sica brasileira


06/09/2021 15:30 - atualizado 06/09/2021 15:37

João Carlos Assis Brasil deixou gravações de referência de autores como Ernesto Nazareth e Villa-Lobos, centrais na nossa percepção do repertório nacional
Jo�o Carlos Assis Brasil deixou grava��es de refer�ncia de autores como Ernesto Nazareth e Villa-Lobos, centrais na nossa percep��o do repert�rio nacional (foto: Divulga��o)

Morreu na manh� desta segunda, (6/9), aos 76 anos, o pianista Jo�o Carlos Assis Brasil. M�sico vers�til e sem preconceitos, ele dedicou-se tanto ao chamado universo erudito quanto � m�sica brasileira. Mostrou, assim, como a fronteira entre esses dois mundos � menos r�gida do que se imagina. E deixou grava��es de refer�ncia de autores como Ernesto Nazareth e Villa-Lobos, centrais na nossa percep��o do repert�rio nacional.

Assis Brasil come�ou sua trajet�ria dentro dos moldes do pianista cl�ssico. Em 1965, foi o terceiro colocado no Concurso Internacional Beethoven de Viena, na �ustria, ficando em terceiro lugar. Na cidade, aproveitou para se aperfei�oar com os professores Richard Hauser e Dieter Weber, tocando ainda com a Filarm�nica de Viena.

A experi�ncia na �ustria lhe abriu as portas para um circuito de apresenta��es em salas importantes, como o Wigmore Hall de Londres, a Sala Brahms de Viena ou o audit�rio da Fam�lia Meneghine em Mil�o. S�o apenas tr�s dos teatros em que se estabeleceu como recitalista ao longo dos anos 1970.
Na d�cada seguinte, no entanto, sua trajet�ria se tornaria ainda mais ampla. De volta ao Brasil, seu contato com a pianista Clara Sverner, ela tamb�m uma musicista afeita � combina��o de repert�rio, fez com que ele come�asse a interpretar sistematicamente autores brasileiros que, at� ent�o, eram vistos como cap�tulos menores da m�sica do pa�s.

Entre eles, um destaque importante foi Ernesto Nazareth. O olhar para sua obra na verdade foi uma porta de entrada para uma reavalia��o de todo o per�odo da chamada Belle �poque carioca, no in�cio do s�culo 20.

Foi ent�o que autores como Nazareth e Chiquinha Gonzaga n�o apenas estabeleceram elementos de uma escola de piano brasileira como mostraram as possibilidades de combina��o entre o erudito e o popular, que pouco mais tarde influenciara compositores como Heitor Villa-Lobos.

Esse olhar amplo para a cria��o musical n�o se limitou � m�sica brasileira. Em 1982, ele e Clara Sverner gravaram um �lbum no qual uniam obras de Scott Joplin, compositor norte-americano respons�vel, entre outras coisas, pelo desenvolvimento do ragtime, e Erik Satie, autor de vanguarda franc�s cujas miniaturas propunham uma reavalia��o do uso do piano dentro do contexto da primeira metade do s�culo 20. Os dois colaboraram tamb�m em um �lbum com obras de Gershiwn, Ravel e Faur�.

Ao mesmo tempo, Assis Brasil come�ou seu trabalho com o jazz. Em 1980, fundou, com Zeca Assump��o (baixo) e Cl�udio Carib� (bateria), o Jo�o Carlos Assis Brasil Trio, que mais tarde contaria com a participa��o de David Chew (violoncelo) e Idriss Boudrioua (sax).

Passou tamb�m a se apresentar com artistas como Maria Beth�nia, Zizi Possi, Ala�de Costa, Ol�via Byington e Ney Matogrosso. E foi solista em concertos com a Orquestra Sinf�nica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a Orquestra Sinf�nica Brasileira, a Orquestra Sinf�nica de Porto Alegre e a Orquestra Sinf�nica do Estado de S�o Paulo, sob a reg�ncia de Eleazar de Carvalho e John Neschling, entre outros maestros.

Sua discografia tem pe�as marcantes, como Todos os pianos, Villa-Lobos por Jo�o Carlos Assis Brasil e Self Portrait (com obras de seu irm�o, Vitor Assis Brasil).


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