
“Fica o convite para a escuta instigante e, ao mesmo tempo, esperan�osa”, diz, chamando a aten��o para a viol�ncia que vem marcando a sociedade contempor�nea.
“Viol�ncia nos debates, at� f�sica mesmo. Consegui perceber essa viol�ncia em mim, ent�o o disco vem com esse questionamento tamb�m. At� onde estou oprimindo o outro. � preciso tolerar o intolerante. Se a pessoa fala ‘voc� � diferente de mim e voc� tem que morrer’, a� acho dif�cil. A gente n�o pode tolerar esse discurso, pois � um discurso nazista, fascista. Discutir � bom quando as pessoas t�m escuta aberta e conhecimento.”
Em�lio iniciou sua carreira em 1999, aos 15 anos, com a banda de forr� Marru�. Em 2003, criou a Djamb�, que durou at� 2019 e lan�ou os discos “O mundo n�o � s� eu” (2011) e “Encruzilhadas” (2015). Encerradas as elei��es de 2018, ele voltou a compor “cr�nicas musicadas”, que postava em seu Instagram. “Foi um desabafo mesmo, tocava viol�o, cantava, gravava e colocava l�. Quando vi todos os meus amigos tristes com o resultado da elei��o, fiz uma can��o sobre isso. Veio a pandemia, fiz outra.” O �lbum traz letras que, segundo ele, remetem ao contexto de vacina��o, polariza��o e democracia em risco.
Quando a crise de sa�de deixar, Em�lio Drag�o pretende fazer shows para divulgar o disco. “Na pandemia, o que me restou foi trabalhar por conta pr�pria. Ainda bem que tenho a Kombi que a gente usava para fazer turn�s da Djamb�, com a qual comecei a fazer carretos. O que tamb�m ajudou a pagar as contas foi pintar casas e trabalhar como ‘marido de aluguel’, com montagem de m�veis e consertos em domic�lio”, revela.