Cinema latino-americano faz bonito no Festival de Veneza, que acaba hoje
Diretores do Brasil, Chile, Argentina e M�xico chamaram a aten��o no evento com os filmes '7 prisioneiros', 'Spencer', 'Competi��o oficial' e 'La caja'
"La caja", filme do venezuelano Lorenzo Vigas, disputa o Le�o de Ouro, que ser� entregue hoje (foto: Lucia Films/divulga��o
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O cinema da Am�rica Latina vive um bom momento, com 16 filmes no Festival de Veneza. Injusti�a, racismo e escravid�o moderna s�o temas abordados por diretores latino-americanos, cujos trabalhos surpreenderam – e at� chocaram – o p�blico. O evento ser� encerrado neste s�bado (11/09).
“Essa hist�ria � agoniante”, reagiu a diretora italiana Silvana Sari, de 65 anos, ap�s assistir ao brasileiro “7 prisioneiros”, que concorre ao pr�mio Horizontes Extra.
Dirigido por Alexandre Moratto, o filme narra o terr�vel fen�meno do tr�fico de pessoas e da escravid�o a que trabalhadores est�o submetidos. Esse tamb�m � o tema de “La caja”, longa do venezuelano Lorenzo Vigas sobre maquiadoras no M�xico, que disputa a competi��o oficial.
Tamb�m v�o brigar pelo Le�o de Ouro os argentinos Gast�n Duprat e Mariano Cohn, com o longa “Competi��o oficial”, protagonizado por Pen�lope Cruz e Antonio Banderas; o chileno Pablo Larra�n, com “Spencer”, estrelado por Kristen Stewart, sobre o fim de semana em que Lady Diana decidiu se divorciar do pr�ncipe Charles; e o mexicano Michel Franco, com “Sundown”, hist�ria de uma fam�lia em crise protagonizada por Charlotte Gainsbourg e Tim Roth.
Outro bom exemplo do vigor da produ��o latino-americana vem de Joaqu�n del Paso, de 35 anos. Dirigido por ele, “El hoyo en la cerca” denuncia o racismo e o preconceito disseminados na educa��o no M�xico.
ELITE
Del Paso chamou a aten��o ao contar a hist�ria de jovens alunos integrantes de uma elite implac�vel, educada por professores cat�licos. “� tudo baseado em eventos reais”, avisou o diretor, que estudou em um col�gio ultraconservador da Opus Dei.
“Est�o nascendo novos diretores, muito talentosos, que contam hist�rias do seu pr�prio pa�s e de sua pr�pria cultura. Eles s�o muito originais”, afirmou Alberto Barbera, diretor do festival, ao comentar o trabalho dos latino-americanos.
“Eles t�m a possibilidade de viajar pelo mundo gra�as aos festivais. Acredito que seus filmes chegar�o �s salas de cinema e, principalmente, �s plataformas, porque esse ser� o futuro para todos”, previu Barbera.
OSCAR
A 78ª edi��o do festival recebeu filmes de 59 pa�ses – 21 longas disputam o cobi�ado Le�o de Ouro, que ser� entregue amanh�. Veneza costuma ser “plataforma” para o Oscar. Recentemente, sa�ram premiados de l� “Nomadland” (2020), “Coringa” (2019) e “A forma da �gua” (2017), contemplados posteriormente com a estatueta dourada na festa de Hollywood.
Este ano, Veneza recebeu “Madres paralelas”, de Pedro Almod�var, um filme sobre maternidade e fam�lia; “The power of the dog”, de Jane Campion, sobre o complicado relacionamento de dois irm�os num rancho no interior dos EUA nos anos 1920; “Lost illusions”, de Xavier Giannoli, adapta��o de “Ilus�es perdidas”, de Balzac; os italianos “America Latina”, de Damiano e Fabio D’Innocenzo, “Qui rido io”, de Mario Martone, “The hand of God”, de Paolo Sorrentino, e “The hole”, de Michelangelo Frammartino.
Kristen Stewart interpreta Lady Di no drama ''Spencer'', dirigido pelo chileno Pablo Larra�n (foto: Pablo Larra�n/divulga��o
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PR�-ESTREIAS
Fora de competi��o, o festival exibiu os candidatos a blockbuster “Duna”, de Denis Villeneuve, com Timoth�e Chalamet, Oscar Isaac, Zendaya e Javier Bardem; “O �ltimo duelo”, com Matt Damon, Ben Affleck e Jodie Comer; e “Noite passada em Soho”, de Edgar Wright, com Anya Taylor-Joy e Matt Smith.
Neste segundo ano da pandemia, o Festival de Veneza estendeu o tapete vermelho para astros e estrelas, mas sem aproxima��o do p�blico para evitar aglomera��es. Entre as medidas adotadas, al�m da obrigatoriedade da m�scara, exigiu-se o passaporte verde, foram aplicados testes em quem n�o recebeu vacina, limitou-se o uso das salas e os ingressos tinham lugares marcados.
TAPETE VERMELHO C
OM “BENNIFER”
(foto: Filippo Monteforte/AFP)
Foi de longe, mas os f�s do casal “Bennifer” – Ben Affleck e Jennifer L�pez – puderam ver as duas estrelas no tapete vermelho, apesar do distanciamento imposto pela pandemia. Na quinta-feira, os dois chegaram a Veneza em um barco-t�xi, em meio aos flashes e ao alvoro�o dos paparazzi. Ben Affleck, Matt Damon e Adam Driver se encontraram ontem para apresentar “The last duel”, o aguardado blockbuster de Ridley Scott. Exibido fora da competi��o e ambientado na Fran�a medieval, o longa tem armaduras impressionantes, cavalgadas emocionantes e uma hist�ria pouco convencional. O lan�amento do filme de Scott confirma o Festival de Veneza como a vitrine europeia das grandes produ��es americanas.