
INFERNO
Larra�n, que participa pela quarta vez do festival depois de “Post mortem” (2010), “Jackie” (2016) e “Ema” (2019), mergulhou na psicologia da jovem e bela protagonista do “casamento do s�culo”, que enfrentou o inferno junto � realeza brit�nica.
“� um conto de fadas de pernas para o ar”, afirmou o diretor. Com um ritmo angustiante e estressante, gra�as � trilha sonora de Jonny Greenwood, ele relembrou o fim de semana em que Diana Spencer tomou a hist�rica decis�o de se divorciar do herdeiro da coroa inglesa.
Larra�n explorou ordens, vestimentas, obriga��es, cortinas fechadas (at� costuradas), anorexia, bulimia e automutila��o, enquanto a imprensa espreitava Lady Di e a fam�lia real impunha seu rito na propriedade em Sandringham, em Norfolk.
Diana Spencer gerou enorme admira��o mundial desde os primeiros dias como princesa at� sua tr�gica morte, h� 24 anos, em acidente de carro na capital francesa.
�cone da era moderna, Lady Di foi “dissecada” em document�rios, s�ries e filmes, mas o diretor chileno mostrou o lado mais �ntimo e doloroso da “mulher mais famosa do mundo, a mulher mais fotografada do mundo”, como a definiu Kristen Stewart.
“Embora tenha estabelecido uma rela��o com ela, acho que ningu�m jamais vai entender como se sentia”, confessou a atriz, referindo-se � impot�ncia e � infelicidade da personagem mais popular da nobreza mundial, decepcionada com a falta de amor e a infidelidade do marido.
A talentosa artista californiana se junta � longa lista de atrizes que buscaram capturar o esp�rito de Diana, incluindo Emma Corrin, que ganhou o Globo de Ouro este ano por sua atua��o na quarta temporada de “The crown”, da Netflix.
Brilhante narrador de hist�rias chilenas, entre elas “No” (2012) e “O clube” (2015), Larra�n enfrentou, depois de seu filme sobre Jackie Kennedy, em 2019, outra mulher conhecida por suas dores e gl�rias.
“Queria fazer um filme de que minha m�e gostasse, porque ela n�o gosta de muitos dos filmes que fiz”, revelou o diretor � imprensa.
LIBERDADE
Com roteiro do veterano Steven Knight, “Spencer” � tamb�m homenagem ao gesto de liberdade e rejei��o da submiss�o que William e Harry, filhos de Diana, de alguma forma compreenderam e compartilharam, como mostra a libertadora cena final do longa.
“A personagem come�a em colapso, depois se transforma em fantasma e finalmente se cura”, resumiu Pablo Larra�n.