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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Edi��o 2021 da mostra internacional CineBH tem a vigil�ncia como tema

Festival come�a nesta ter�a-feira (28/9) e re�ne 95 filmes, distribu�dos em oito se��es. Quase toda a programa��o ter� sess�es virtuais


28/09/2021 04:00 - atualizado 28/09/2021 07:36

O longa brasileiro ''Auto de resistência'', de Natasha Neri e Lula Carvalho, é uma das atrações da mostra, que será realizada em formato on-line
O longa brasileiro ''Auto de resist�ncia'', de Natasha Neri e Lula Carvalho, � uma das atra��es da mostra, que ser� realizada em formato on-line (foto: CineBH/Divulga��o)

Com uma vasta programa��o que contempla 95 filmes nacionais e internacionais, de 12 estados brasileiros e 17 pa�ses, al�m de debates e rodas de conversa, tem in�cio nesta ter�a-feira (28/09) a 15ª edi��o da CineBH – Mostra internacional de cinema de Belo Horizonte , que segue at� 3 de outubro pr�ximo. 

Os v�rios t�tulos que a comp�em, entre curtas, m�dias e longas-metragens, est�o distribu�dos em oito diferentes mostras : Tem�tica, Forensic Architecture, Contempor�nea Internacional, Contempor�nea Brasil, A Cidade em Movimento, Brasil CineMundi, Di�logos Hist�ricos e Mostrinha.

A CineBH ser� realizada predominantemente em plataforma virtual , devido � pandemia de COVID-19. Assim, o p�blico de todo o Brasil e de qualquer lugar do mundo poder� assistir gratuitamente � programa��o. A curadoria contou com Pedro Butcher, Francis Vogner dos Reis, Marcelo Miranda e Paula Kimo.

Raquel Hallak, diretora da Universo Produ��es, respons�vel pela realiza��o da CineBH, aponta que, entre as oito diferentes mostras, duas ocupam lugar de destaque nesta 15ª edi��o: A Cidade em Movimento e a tem�tica, que aborda o trabalho do coletivo europeu multidisciplinar Forensic Architecture.

''Canções engarrafadas 1-4'', documentário de Kevin B. Lee e Chloe Galibert-Lainé, numa coprodução entre Alemanha e França, aborda o tema da vigilância tecnológica
''Can��es engarrafadas 1-4'', document�rio de Kevin B. Lee e Chloe Galibert-Lain�, numa coprodu��o entre Alemanha e Fran�a, aborda o tema da vigil�ncia tecnol�gica (foto: CineBH/Divulga��o)

COLETIVOS

Ela diz que, dentro da mostra A Cidade em Movimento, criada em 2016 para dar conta de quest�es sociais e pol�ticas que pulsam na grande BH, englobando 34 cidades do entorno da capital, foi criada neste ano a a��o “Quem movimenta a cidade?”. Com o convite feito aos coletivos Arautos do Gueto, Cia. dos Anjos, Cia. Fusion de Dan�as Urbanas, Aborda Cultural, Filmes de Rua, Cine Leblon e Editora Venas Abiertas, a ideia � que eles partilhem suas hist�rias de luta e conquista pela arte e pelas comunidades a que pertencem.

“A mostra A Cidade em Movimento ganhou o edital do Fundo Internacional de Ajuda para Organiza��es de Cultura e Educa��o 2021, do Minist�rio das Rela��es Exteriores da Alemanha, em parceria com o Goethe Institut, concorrendo com mais de 500 projetos mundiais. A gente compartilha essa vit�ria com pessoas menos favorecidas, que trabalham com produ��o audiovisual nas comunidades”, diz. 

Essa mostra envolve uma das duas a��es presenciais programadas para esta 15ª edi��o. Est�o previstas duas sess�es, acompanhadas de debate, no Espa�o Cultural Filme de Rua, da associa��o hom�nima.

A outra a��o presencial tem rela��o com o projeto Trajeto Moda, que faz parte do Programa Percursos Gerais: Trajet�ria para Autonomia, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. Um grupo de 20 mulheres em situa��o de vulnerabilidade social vindas do Aglomerado da Serra e de cidades do Vale do Jequitinhonha com menor �ndice de Desenvolvimento Humano – e que est�o fazendo um curso de corte e costura no Senac – ser� levado para uma sess�o no Cine Sesc Palladium para assistir a filmes que refletem suas hist�rias e viv�ncias.

O longa francês ''Não haverá mais noite'', de Éléonore Weber, integra a programação do festival, que vai até 3 de outubro
O longa franc�s ''N�o haver� mais noite'', de �l�onore Weber, integra a programa��o do festival, que vai at� 3 de outubro (foto: CineBH/Divulga��o)

EIXOS

Francis Vogner dos Reis destaca que a mostra A Cidade em Movimento, que tem curadoria de Paula Kimo, � um dos eixos da CineBH que mais atraem p�blico. “� onde uma produ��o de Belo Horizonte que est� fora do radar dos festivais, vinda das comunidades da capital, toma lugar, � vista e discutida. Acho que n�o tem nenhum outro evento com esse perfil em Belo Horizonte ou no Brasil”, diz. 

Vogner dos Reis aponta ainda que “se trata de uma iniciativa que tenta entender a cria��o e a circula��o de imagens em universos que n�o fazem parte do circuito dos festivais ou dos circuitos tradicionais do audiovisual. � uma a��o que tem o sentido de mapear e dar tela a essa produ��o.”

Ele considera que Belo Horizonte � um dos principais polos de arregimenta��o dessa produ��o e, como a CineBH � um evento de alcance internacional, a mostra A Cidade em Movimento cumpre a importante fun��o de colocar essa produ��o regional e perif�rica numa esfera global. “� um tipo de afirma��o muito particular, uma produ��o de Belo Horizonte que n�o tem visibilidade internacional, mas que me parece pol�tica e culturalmente a mais importante da mostra CineBH. � um trabalho sem paralelos”, diz.

Raquel Hallak salienta que a a��o “Quem movimenta a cidade?”, com os grupos convidados, potencializa a mostra. “A gente sentiu que a melhor maneira de comemorar os 15 anos da CineBH era dando mais espa�o para essas vozes. Convidamos esses coletivos e projetos sociais para serem protagonistas do evento”, diz.

J� a mostra tem�tica re�ne 13 t�tulos que dialogam diretamente com a ideia de “Cinema e vigil�ncia”, que � mote desta edi��o. “S�o filmes que p�em em xeque o sentido de controle proporcionado pelos dispositivos e pelas grandes empresas capitalistas e mostram de que forma esses mecanismos s�o utilizados desde eventos do dia a dia at� situa��es de guerra e de ataque ao planeta e �s suas popula��es”, explica Pedro Butcher.

Clássico de Fritz Lang, ''O testamento do Dr. Mabuse'' terá comentário do crítico Inácio Araújo
Cl�ssico de Fritz Lang, ''O testamento do Dr. Mabuse'' ter� coment�rio do cr�tico In�cio Ara�jo (foto: CineBH/Divulga��o)

PR�-ESTREIAS

Os filmes da Mostra Tem�tica incluem pr�-estreias nacionais, como “Cena do crime” (Pedro Tavares, RJ), e “Auto de resist�ncia” (Natasha Neri e Lula Carvalho, RJ), e estrangeiras, como “Can��es engarrafadas 1-4” (Kevin B. Lee e Chloe Galibert-La�n�, Alemanha/Fran�a), “N�o haver� mais noite” (�l�onore Weber, Fran�a) e “Toda luz em todo lugar” (Theo Anthony, EUA), entre outros. 

“S�o filmes que lidam com essa nova est�tica, que est� marcada por essa ideia de ‘Cinema e vigil�ncia’. S�o filmes que mostram fatos reais atrav�s de imagens a que muitas vezes a gente n�o tem acesso”, aponta Raquel.

Francis Vogner destaca que o coletivo Forensic Architectures atua precisamente nesse campo de investiga��o, indo al�m da produ��o art�stica, e por isso mereceu uma se��o especial dentro desta 15ª CineBH. “Nossa vida coletiva, e mesmo nossa vida �ntima, est� atravessada por dispositivos de imagem que, hoje em dia, s�o o elemento fundamental e talvez estruturante da vida social e da a��o pol�tica dos governos. Pensar a imagem contempor�nea de maneira cr�tica a partir da dimens�o da vigil�ncia me parece fundamental”, diz.

Ele destaca que o Forensic Architecture faz uso de imagens de c�meras de vigil�ncia, de sat�lite e imagens an�nimas que circulam na internet com esse intuito. “Eles trabalham isso num momento em que Google e Amazon se alimentam de imagens de seus usu�rios, monitoram gostos, h�bitos, sabem para onde voc� vai”, observa. 

Na opini�o do curador, “esse trabalho � um dos mais interessantes da contemporaneidade, leva em considera��o essa quest�o das c�meras e dos microfones dentro do nosso cotidiano, quando os algoritmos nos d�o a sensa��o de algo que n�o vemos e que nos monitora. O Forensic � um grupo de artistas e � um grupo de estudos do capitalismo de vigil�ncia”.

A mostra tem�tica e a se��o dedicada ao Forensic estabelecem uma ponte com a mostra Di�logos Hist�ricos, que tem por objetivo relacionar o que se v� hoje com aquilo feito no passado, conforme aponta Vogner dos Reis. 

Conectada � tem�tica “Cinema e vigil�ncia”, a Di�logos Hist�ricos apresenta tr�s longas-metragens fundamentais, que contar�o com bate-papo com profissionais para acompanhar cada sess�o: “Aelita, rainha de Marte” (Yakov Protazanov, 1924, R�ssia), comentado pelo pesquisador Jo�o Lanari; “O testamento do Dr. Mabuse” (Fritz Lang, Alemanha, 1933), com coment�rios do cr�tico In�cio Ara�jo; e “O 5º poder” (Alberto Pieralisi, Brasil, 1962), comentado pelo pesquisador Reinaldo Cardenuto.

“Desde os anos 20, a ideia do controle do Estado e da superestrutura de poder sobre as pessoas � um tema caro ao cinema, com o expressionismo alem�o, com o ‘Dr. Mabuse’, por exemplo. Isso sempre esteve no imagin�rio do cinema. Hoje � algo que salta � frente, com esse processo estrutural econ�mico que se desenvolve h� 20 anos, a partir da populariza��o da internet e dos ataques de 11 de Setembro �s Torres G�meas”, observa o curador.

Raquel espera que haja uma conex�o entre a mostra A Cidade em Movimento e a tem�tica, juntamente com a se��o dedicada ao Forensic Achitecture e a mostra Di�logos Hist�ricos. “A produ��o desses coletivos perif�ricos encontra v�rios pontos de interse��o com a tem�tica que essa 15ª edi��o explora”, diz ela. 

“� a produ��o audiovisual viva, org�nica, que est� na rua, que nos atravessa.  A gente apresenta a tem�tica desta edi��o, ‘Cinema e vigil�ncia’, que � algo muito novo que ocorre em termos de discuss�o, esperando que possa haver uma sintonia com esse outro eixo importante, que � A Cidade em Movimento.”

15ª CINEBH – MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE BELO HORIZONTE
Desta ter�a-feira (28/09 a 3 de outubro. Mais informa��es e acesso � programa��o na p�gina  www.cinebh.com.br


JANELA PARA O MUNDO


Paralelamente � CineBH, ocorre a 12ª edi��o do Brasil CineMundi, que � dedicado aos neg�cios na esfera da produ��o audiovisual, onde projetos s�o apresentados. A produtora Raquel Hallack diz que o evento vai contar com a presen�a de mais de 50 profissionais do setor, sendo 37 internacionais, a quem ser�o apresentados projetos de longas brasileiros que buscam estabelecer coprodu��es, “tanto para o filme circular quanto para ele n�o ficar ref�m do Estado brasileiro”, conforme ela aponta.

A programa��o da 15ª CineBH tamb�m reserva um espa�o para produ��es que nasceram a partir do Brasil CineMundi, com a exibi��o de seis filmes participantes das rodadas de encontro para coprodu��o. 

“O Brasil CineMundi � uma aposta que a gente faz no in�cio. Quando a gente aposta e vai para a frente, vira filme, como aconteceu com ‘Bacurau’. Ele volta dentro da programa��o da CineBH”, cita. 

“No Brasil CineMundi, diretores e produtores recebem consultoria, mentoria de roteiro e laborat�rio de desenvolvimento com esses profissionais convidados. Eles fazem algo que � muito mais do que um ‘pitching’. Nesse encontro que se vende a ideia, existe sempre a possibilidade de se estabelecer uma parceria, que pode ser um coprodutor, um fundo de investimento ou um distribuidor”, ressalta.

A 15ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o 12º Brasil CineMundi integram o Cinema sem Fronteiras 2021 – programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produ��o e que re�ne tamb�m a Mostra de Cinema de Tiradentes (centrada na produ��o contempor�nea, em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (que difunde o audiovisual como patrim�nio e ferramenta de educa��o, em junho). 


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