
Em 2019, quando a cantora e compositora paraense A�la come�ou a pensar em seu terceiro disco de est�dio, " Sentimental ", rec�m-lan�ado nas plataformas digitais, ela esperava que ele carregasse um DNA pop para, assim, expandir seu p�blico. Com a ajuda de produtores de diferentes lugares do Brasil, entre eles o mineiro Baka, ela conseguiu realizar esse desejo sem abrir m�o de ritmos perif�ricos do Norte, como brega , calypso , pisadinha e pagod�o. Para completar a f�rmula musical com a qual ela pretende atingir o sucesso, A�la encheu o disco com m�sicas que falam sobre amor e t�m refr�es chiclete .
Segundo A�la, Terra Firme, o bairro onde ela nasceu, � movimentado justamente pela m�sica. "L�, os carros de som ficam no mais alto volume. No fim de semana, � o som torando com muito brega e lambada, e as festas de aparelhagem rolando soltas com o tecnobrega mais acelerado do que nunca. 'Sentimental' tem muito dessa m�sica perif�rica, que nasce nas bordas do pa�s, e tamb�m dos sons que ditam a m�sica pop."
Al�m da sonoridade dan�ante e de forte apelo popular, o trabalho faz jus ao t�tulo e � composto por nove faixas que falam sobre o amor, "o sentimento mais popular de todos os tempos", segundo a artista. E ela n�o se det�m apenas no amor rom�ntico, tamb�m procura abordar outros aspectos desse mesmo sentimento.
"Tamb�m falo do amor do�do e do amor debochado. Da desilus�o, do flerte e das mil facetas que envolvem a emo��o e os encontros da nossa exist�ncia. Somos complexos e contradit�rios, e isso � lindo", analisa a cantora.
A�la iniciou a divulga��o do novo trabalho em junho de 2020, quando lan�ou o single "Amor e sacanagem", em parceria com Lu�sa Nascim, artista do Rio Grande do Norte, vocalista da banda Lu�sa e os Alquimistas. Produzida por Baka, a composi��o foi feita em colabora��o com o tamb�m mineiro Luiz Gabriel Lopes.
PARCERIAS
"Quando eu me mudei para S�o Paulo, h� seis anos, comecei a frequentar as festas e os encontros de m�sica. Em um dessas ocasi�es, o Chico C�sar disse que eu deveria conhecer o LG Lopes. Assim que eu o conheci, j� propus que a gente fizesse uma m�sica. Depois que fizemos, passei uns dias pensando em quem poderia produzir e ent�o cheguei no nome do Baka", ela conta.
A parceria com os dois artistas mineiros n�o parou por a�. A primeira m�sica do �lbum, "HAHAHA", foi escrita por LG e Marcelo Tofani, e a produ��o tamb�m � assinada por Baka. Os tr�s, junto com Marina Sena e Mariana Cavanellas, um dia formaram a banda Rosa Neon, que chegou ao fim no in�cio de 2021.
"Eu tenho uma rela��o meio inexplic�vel com Minas Gerais. No carnaval de 2020, fui convidada para participar do bloco Truque do Desejo, de BH, porque eles iam tocar a m�sica 'Lesbigay' e queriam que eu cantasse pessoalmente. Eu topei, muito feliz, e vi aquele povo todo cantando a minha m�sica. Foi ent�o que notei que tem uma galera grande por a� que curte a minha m�sica", recorda a artista.
Antes da chegada do disco, A�la ainda divulgou outros dois singles. Em mar�o passado, foi lan�ado "�gua viva", com letra que faz refer�ncia ao mitol�gico boto cor-de-rosa. A m�sica foi produzida pela pr�pria artista ao lado da multi-instrumentista baiana Aline Falc�o e o DJ e produtor Will Love.
J� em setembro �ltimo, ela lan�ou a divertida e debochada "Voc� n�o valorizou", que tem uma pegada de m�sica sertaneja. A faixa foi produzida pelo potiguar Gabriel Souto, tamb�m respons�vel por "D� uma chance" e os dois interl�dios que fazem parte do disco.
O produtor Iuri Rio Branco, projetado recentemente por ter assinado a produ��o do �lbum "De primeira" (2021), estreia solo da cantora Marina Sena, � o respons�vel pela segunda faixa do disco, "T� de onda", que conta com a participa��o do rapper Rincon Sapi�ncia.
O guitarrista e percussionista F�lix Robatto, pesquisador da m�sica latino-amaz�nica, assina a produ��o de "Cringe love", que marca a parceria de A�la com a conterr�nea KEILA.
SHOWS S� EM 2022
Confirmada na edi��o virtual que o festival Bananada realiza em dezembro, A�la grava a apresenta��o nesta quinta-feira (7/10), em S�o Paulo. A participa��o no evento marcar� a estreia ao vivo do disco, ainda que on-line. "Nossa ideia � trazer para o palco uma energia diferente. Esse foi um disco gravado completamente em casa. Ao vivo, a gente quer que as m�sicas soem mais org�nicas, por isso a gente vai trazer uma bateria ac�stica e a energia das guitarras", ela adianta.
Apesar do cen�rio otimista para os shows de m�sica ao vivo, com o avan�o da vacina��o, ela ainda acredita que s� conseguir� fazer um show com p�blico presente e em seguran�a em 2022. "Acho um pouco complexo. Estamos vivendo um momento delicado. Boa parte das pessoas que v�o aos meus shows s� v�o completar a vacina��o em dezembro. Ent�o, decidi esperar e come�ar a pensar em shows presenciais somente a partir da segunda quinzena de janeiro do ano que vem. J� esperamos tanto, n�o custa nada esperar mais. � como dizem: os artistas foram os primeiros a parar e v�o ser os �ltimos a retomar suas atividades. At� porque a gente est� vivendo em um pa�s que n�o estimula as pessoas a se prevenirem em rela��o � COVID. Se os artistas n�o estimularem isso, ent�o ningu�m mais vai", afirma.

SENTIMENTAL
A�la
9 faixas
Independente
Dispon�vel nas plataformas digitais