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Estado de Minas M�SICA

'J� � um show inesquec�vel', diz Z�lia Duncan, sobre a sua estreia em BH

Cantora abre a turn� presencial de 'Pelesp�rito' nesta sexta (22/10), no Cine-Theatro Brasil Vallourec, e comemora seus 40 anos de carreira


21/10/2021 04:00 - atualizado 21/10/2021 07:48

O músico Webster Santos, a cantora Zélia Duncan e o compositor Juliano Holanda dividem o palco
Z�lia Duncan faz show para comemorar seus 40 anos de carreira ao lado de Webster Santos (E) e Juliano Holanda (foto: Marcello Castelo Branco/divulga��o)

“T� em casa, t� na causa/ T� sem nada/ Longe de tudo/ E sem tirar os olhos do mundo.” Z�lia Duncan canta em “Pelesp�rito”, can��o-t�tulo que abre seu novo �lbum, o que milh�es de pessoas passaram mundo afora com a pandemia. Ainda que o pior tenha ficado para tr�s – esperamos –, a hora do reencontro e da celebra��o � tamb�m o momento do consolo.

Comemorando 40 anos de carreira, a cantora e compositora fluminense faz nesta sexta-feira (22/10), no Cine-Theatro Brasil Vallourec, a estreia nacional do show “Pelesp�rito”. “Ele j� � um show inesquec�vel”, diz Z�lia, que chega hoje a Belo Horizonte para conferir os retoques finais da apresenta��o.

ALMA

“S�o quase dois anos sem olhar na cara da plateia, sem ouvir aplauso. Falo isso n�o s� pelo aplauso simplesmente, mas pelo que ele significa. N�s, artistas, fomos atingidos na alma, pois o que fazemos prev� o encontro. Sem ele, sempre falta um peda�o. Ent�o, estar no palco, sentir a presen�a da plateia, j� me deixa emocionada”, afirma a cantora.

Primeiro show com p�blico desde o in�cio da pandemia e tamb�m o primeiro em que vai comemorar sua estreia nos palcos, em 1981, Z�lia apresentar� o novo �lbum na �ntegra. Composto entre abril e junho de 2020, “Pelesp�rito” re�ne 15 can��es dela com o poeta e m�sico pernambucano Juliano Holanda, que estar� com ela no show, assim como Webster Santos, o produtor do disco.

As can��es de cunho folk falam sobre os tempos dif�ceis, um misto de afeto (“Nossas coisinhas”), perdas (“O que se perdeu?”), esperan�a (“Vai melhorar”) e estranhamento (“Onde � que isso vai dar?”). “Me consolou fazer esse disco, senti que ele consola os outros. Ainda estamos em um momento dif�cil, ent�o estou indo consolar delivery”, continua ela.



“Pelesp�rito” nasceu da necessidade de Z�lia de se expressar. Via WhatsApp, ela come�ou a compor com Juliano. Em junho de 2020, viu que tinha de registrar o material. A dupla procurou Webster, que, na hora, avisou que o projeto teria que ser feito remotamente.

“Coloquei um programa no meu laptop e aprendi a gravar voz. Gravava as vozes e viol�es e mandava para eles, que faziam pequenos complementos”, diz ela.

O novo �lbum poderia ter cordas, coro, baixo, piano e bateria, conta Z�lia Duncan. “Isso tudo poderia ter entrado, mesmo gravado � dist�ncia. Mas queria que ele, sonoramente, refletisse o momento, fosse um disco cru, ainda que tocado com extrema sensibilidade.”

N�o h� como negar que a voz de Z�lia preenche qualquer vazio. “� uma sorte. Independentemente de gostarem ou n�o da minha voz, ela � muito caracter�stica. �s vezes, s� falo bom-dia e j� sabem que sou eu”, comenta.

No palco, o cen�rio de Fl�via Pedras mostra o trio acompanhado por 15 plantas, que representam os 15 �lbuns de Z�lia. No fundo, um desenho abstrato, o mesmo que estampa a capa do disco, criado pela pr�pria cantora durante a quarentena. O tom celebrat�rio ser� tamb�m traduzido pelos sucessos de carreira, que v�o entremear o novo repert�rio.

'N�s, artistas, fomos atingidos na alma, pois o que fazemos prev� o encontro. Sem ele, sempre falta um peda�o'

Z�lia Duncan, cantora


BRAS�LIA

Cada artista tem seu pr�prio marco para determinar o in�cio da carreira. Para Z�lia, essa estreia se deu na Sala Funarte de Bras�lia, atual Sala C�ssia Eller, em 1981. Menina de 16 anos, ela tirou o primeiro lugar em um concurso para jovens int�rpretes. Havia enviado grava��es caseiras em fita cassete. A premia��o foi seu primeiro show com quatro m�sicos profissionais.

“Abri aquele show com ‘Fazenda’, do Milton Nascimento. Era um repert�rio todo MPB, nada apropriado para a minha idade. Na verdade, era mais velha do que hoje. S� mais tarde fui conhecer folk, rock, Beatles. Ali era o repert�rio que a minha m�e tinha em casa, que acabou sendo um repert�rio afetivo brasileiro”, relembra a artista

Com 16 anos, ningu�m sabe nada. E Z�lia, sem artistas na fam�lia, partiu para a luta muito cedo. “Cantei na noite, fiz jingle, locu��o, at� encontrar o Christiaan Oyens, parceiro dos meus primeiros sucessos. Foram v�rias pessoas, voc� vai juntando uma pe�a com a outra, tudo soma para um momento que chega na sua vida”, acrescenta.

 Este momento, de acordo com Z�lia, chegou quando a (empres�ria) Ivone Kassu levou o produtor Guto Gra�a Mello para v�-la em um show com “palco m�nimo”. Na �poca, ela cantava “Nos len��is desse reggae”.

“No final, o Guto subiu no palco e me falou que algu�m tinha de fazer alguma coisa. Eu disse: ‘Esse algu�m poderia ser voc�’”. Os dois passaram a se encontrar, e, um ano mais tarde, ela lan�ou o �lbum “Z�lia Duncan” (1994), que explodiu Brasil afora com a m�sica  “Catedral”, vers�o dela e de Christiaan para a can��o de Tanita Tikaram.

POL�TICA

Sem se acomodar, a despeito das conquistas, Z�lia � bastante convicta de seu posicionamento como pessoa p�blica. “No come�o desse processo violento pelo qual estamos passando, achava que cada um faz o que pode, temos de respeitar as pessoas. Continuo achando isso, mas neste momento radical, depois da multid�o de mortes, acho muito importante que o artista emita opini�es. Se voc� se omite, est� se tornando c�mplice com o seu sil�ncio. Decididamente, n�o vou olhar para tr�s e pensar que podia ter feito o que n�o fiz. Estou tentando aprender com o que estou vendo, ter mais consci�ncia, informa��es, ser uma artista do meu tempo. Isso me parece urgente”, finaliza.

Z�LIA DUNCAN

Show “Pelesp�rito”. Estreia nacional nesta sexta-feira (22/10), �s 21h, no Cine-Theatro Brasil Vallourec, Pra�a Sete, Centro, (31) 3201-5211. Plateia 1: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia). Plateia 2: R$ 140 e R$ 70 (meia). Vendas no local e  no site Eventim .


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