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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Gwyneth Paltrow lucra e causa pol�mica com s�rie sobre sexualidade feminina

Estrela agora aposta em 'goop: Muito al�m do prazer', atra��o da Netflix, ap�s seriado que lhe rendeu a acusa��o de divulgar charlatanismo e pseudoci�ncia


30/10/2021 04:00 - atualizado 30/10/2021 07:29

A especialista em relacionamentos Michaela Boehm e a atriz Gwyneth Paltrow sorriem em cena da série 'goop: Muito além do prazer'
Michaela Boehm e Gwyneth Paltrow afirmam que 'goop: Muito al�m do prazer' pode ajudar a mulher a perder a vergonha em rela��o � sua sexualidade (foto: Netflix/divulga��o)

''Nunca conheci uma mulher que se sentisse completamente bem com seu corpo, e isso � uma vergonha''

Gwyneth Paltrow, atriz e dona da empresa goop


Gwyneth Paltrow admite que tem inseguran�as sobre sua apar�ncia f�sica num epis�dio de sua nova s�rie, “goop: Muito al�m do prazer”, exibida pela Netflix, mas est� trabalhando nisso. A vencedora do Oscar e empres�ria por tr�s da marca goop se prop�e a melhorar o relacionamento e a vida sexual de seis corajosos casais.

Quando algumas mulheres do programa citaram a imagem corporal como obst�culo ao sexo, Paltrow compartilhou sua experi�ncia. Explicou que, amadurecendo aos olhos do p�blico desde os 22 anos, estava sempre tentando se encaixar em algum ideal.

PADR�O 

“Nunca conheci uma mulher que se sentisse completamente bem com seu corpo, e isso � uma vergonha”, afirma Paltrow. “Isso significa que estamos nos prendendo a algum padr�o que nos foi prescrito e � muito externo, n�o � nada interno.”

A estrela confessa: “Neste ponto da minha vida, definitivamente n�o sou uma pessoa perfeita, mas estou sempre em uma jornada rumo ao autoaperfei�oamento. Realmente gosto de mim. Conhe�o meus defeitos. Acho que n�o tenho mais pontos cegos e estou tentando cultivar esse sentimento em rela��o ao meu corpo”.

Aos 49 anos, a atriz de “Shakespeare apaixonado”, filme que lhe deu o Oscar em 1999 (derrotando a brasileira Fernanda Montenegro, para horror de Glenn Close), confessa que pretendia “se mostrar mais vulner�vel”, pois pediu aos casais da s�rie que fizessem o mesmo.

Os seis pares s�o formados por pessoas de v�rias idades, etnias e orienta��es sexuais que trabalham com especialistas para aprender novas maneiras de se ver e se abrir � intimidade, usando m�todos para melhorar seus relacionamentos por meio do sexo mais prazeroso.

Uma das miss�es do programa � estimular a curiosidade e eliminar a vergonha em torno da sexualidade feminina por meio de seus conte�dos e produtos. Paltrow diz que a melhor maneira de conseguir isso � falar sobre sexo e dar �s pessoas permiss�o para pedir o que quiserem entre quatro paredes.

“O prazer feminino ainda � considerado tabu. Se voc� olhar para tr�s ao longo da hist�ria, entende que controlar o prazer das mulheres, ou a falta dele, ou separar o prazer da moralidade � uma forma de fazer as mulheres n�o se sentirem plenas”, afirma Gwyneth.

As especialistas do programa – uma bodyworker sexol�gica, uma coach de tantra e intimidade sagrada e uma coach de bem-estar er�tico – ajudam os participantes de “goop: Muito al�m do prazer” por meio de discuss�es e exerc�cios f�sicos.

Muitos casais se ofereceram para participar do programa na esperan�a de resolver desentendimentos ou atitudes em rela��o ao sexo. Isso inclui diferentes n�veis de desejo a reclama��es pela perda da famosa “chama” do desejo.

 Mulher de máscara, deitada, é observada pelo marido, com uma terapeuta ao fundo, na série goop: Muito além do prazer
Casais se inscreveram no programa em busca de solu��o para problemas de relacionamento (foto: Netflix/divulga��o )

''Voc� est� fazendo terapia na privacidade de seu quarto ou na sala de estar, onde assiste � s�rie. N�o tem estigma e voc� n�o precisa se expor''

Michaela Boehm, especialista em relacionamentos


CONSELHOS

 Michaela Boehm, especialista em relacionamentos que trabalhou com Paltrow pessoalmente, se diz animada com “Muito al�m do prazer”, porque a s�rie deixar� seus conselhos mais acess�veis a pessoas que de outra forma relutariam em fazer terapia sexual.

“Voc� est� fazendo terapia na privacidade de seu quarto ou na sala de estar, onde assiste � s�rie. N�o tem estigma e voc� n�o precisa se expor. Voc� consegue entrar na �gua colocando um dedinho de cada vez, por assim dizer”, compara Boehm.

“Como n�o falamos sobre essas coisas (sexo), as pessoas pensam que est�o erradas ou s�o as �nicas que est�o passando por isso”, observa. “Ver e entender que essas coisas acontecem j� tira boa parte da press�o, abre uma porta e cria a confian�a que pode levar a um relacionamento mais profundo.”

Michaela Boehm e Gwyneth Paltrow se dizem emocionadas com a coragem demonstrada pelos casais participantes do programa. “� preciso ter uma certa coragem para se submeter a algo assim”, comenta a atriz.

ISEN��O 

A s�rie traz um aviso no in�cio, dizendo que foi concebida para “entreter e informar”, n�o para “fornecer conselhos m�dicos” – isen��o de responsabilidade que se antecipa �s cr�ticas que a atriz e seu programa costumam receber.

Chamam a aten��o os momentos em que casais experimentam brinquedos sexuais e acess�rios, incluindo vendas e uma “garra de Wolverine”.
“goop: Muito al�m do prazer” tamb�m foi criticada por promover produtos e experi�ncias n�o convencionais em seu esfor�o de “educar” o p�blico.

Por ser um rosto famoso � frente da marca, Paltrow vem sendo alvo f�cil. “Tenho uma admira��o incr�vel por ela, porque est� disposta a se colocar em lugares dif�ceis. Pessoalmente, n�o sei se teria coragem de ser criticada nessa intensidade”, comenta Michaela Boehm.

“Quando Gwyneth decidiu ficar consciente, de verdade, sobre o distanciamento entre casais e todas essas coisas, todo mundo ficava revirando os olhos, todo mundo ficava ridicularizando. Mas agora voc� olha e as pessoas est�o realmente mais dispostas a aceitar que poderia haver situa��es de coparentalidade e fam�lias misturadas que s�o muito mais funcionais. Em grande parte, foi por isso que ela se exp�s”, defende Boehm.

NEG�CIO 

Sim, a s�rie quer educar e empoderar, mas tamb�m � um neg�cio. O site do programa destaca dois novos produtos da goop: um vibrador e um suplemento de libido feminina.

“Inculcaram nas mulheres a ideia de que n�o merecemos pedir essas coisas, e acho que isso realmente nos atrapalha”, afirma Paltrow. “O tema sexo � �tima maneira de usar uma escavadeira para tentar quebrar tudo isso, pois � uma coisa que todas n�s fazemos, algo que realmente nos conecta a n�s mesmas”, garante. 

“GOOP: MUITO AL�M DO PRAZER”

S�rie em cartaz na Netflix

Entre ovos vaginais de jade e fake news

Na foto, Simon Stevens, coordenador do serviço de saúde pública inglês, posa de crachá no corredor de uma unidade de saúde
Simon Stevens, coordenador do servi�o de sa�de p�blica ingl�s, acusou Gwyneth Paltrow de divulgar 'procedimentos suspeitos' (foto: Victoria Jones/AFP)
Desde 2020, a Netflix exibe no Brasil os seis epis�dios de outra atra��o, “goop lab com Gwyneth Paltrow”, alvo de muita pol�mica. O t�tulo remete � marca pertencente � atriz, famosa por vender produtos caros como “adesivos com poder de cura” e “ovos vaginais”, para, respectivamente, “equilibrar a energia das pessoas” e “equilibrar horm�nios femininos”.

Ao acessar a s�rie na plataforma de streaming, l�-se: “Gwyneth Paltrow e a equipe do goop exploram drogas psicod�licas, manipula��o de energias, mediunidade e outras terapias alternativas (e pol�micas)”.
 
Com as mãos viradas para a câmera, três mulheres fazem exercício terapêutico em cena da série 'goop lab'
Equipe da goop faz exerc�cios terap�uticos em cena da s�rie lan�ada em 2020 (foto: Netflix/divulga��o)

Tudo come�ou com uma newsletter assinada por Gwyneth e voltada para lifestyle. Posteriormente, a atriz abriu a goop, que se transformou em pot�ncia do mercado norte-americano do bem-estar, reunindo empresa de beleza, portal de not�cias relacionadas � sa�de, editora e produtora de podcasts, entre outros segmentos.

Entre os produtos da goop, chamaram a aten��o uma vela com “cheiro de vagina” e impulsionadores da libido feminina em capsulas � base de feno-grego e extrato de a�afr�o. T�m freguesia garantida, tanto � que a empresa apresentou resultado da ordem de US$ 250 milh�es em 2018, segundo a imprensa norte-americana.

M�dicos acusam a atriz e empres�ria de autoajuda de lucrar com “pseudoci�ncia”. Especialistas respeitados como Simon Stevens, que comanda o NHS, servi�o de sa�de p�blica na Inglaterra, disse que a s�rie “good lab” espalha “desinforma��o” e divulga “produtos duvidosos e procedimentos suspeitos de bem-estar”.

Os “ovos vaginais” de jade e quartzo rosa renderam � empresa da atriz multa de US$ 145 mil. O Departamento de Prote��o ao Consumidor da Calif�rnia acusou a marca de lucrar com informa��es n�o cient�ficas.

“Embora o termo fake news leve a maioria das pessoas a pensarem em pol�tica, a preocupa��o natural com a pr�pria sa�de e, especialmente, com a de seus entes queridos torna esse terreno particularmente f�rtil para charlat�es, impostores e exc�ntricos”, advertiu Simon Stevens ao comentar o “caso goop” durante evento acad�mico realizado em 2020


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