
"Em meio a tantos ataques � cultura, � necess�rio lan�ar um festival dessa natureza, que une teatro e educa��o"
Carlandreia Ribeiro, curadora do Feto
Este ano, o Festival Estudantil de Teatro (Feto) vai realizar edi��o conectada ao momento de crise que o Brasil atravessa. “Em meio a tantos ataques � cultura, � necess�rio lan�ar um festival dessa natureza, que une teatro e educa��o”, afirma Carlandreia Ribeiro, integrante da curadoria ao lado de Michelle S� e Gl�ucia Vandeveld.
“O Feto resgata a necessidade de que o curr�culo escolar, a educa��o, se preocupe em voltar seu olhar para a cultura”, defende a curadora. Criado em Belo Horizonte, o festival comemora seus 21 anos em 2021.

VIAGEM
“Fazemos a programa��o de aquecimento para da� come�ar o festival. O objetivo � propor ao p�blico uma viagem no tempo a partir de 10 trabalhos apresentados em edi��es anteriores, com bate-papos com diretores e elencos sobre como foi a participa��o deles no festival”, explica Valentina Vandeveld, coordenadora do Feto.
A pandemia trouxe um desafio e tanto para as trupes de artes c�nicas, estimulando a cria��o de projetos que prescindam do “corpo a corpo” presencial com o p�blico. Surgiram da� as mais diversas experimenta��es com linguagens audiovisuais – de filme-teatro, videoteatro, lives e cenas virtuais no Instagram, passando por projetos transm�dia. De certa forma, as redes sociais viraram palco on-line.
Os novos tempos imp�em trabalhos curtos, observa Vandeveld. No caso do Feto, a mostra “Cria��es de minuto” ter� trabalhos de at� dois minutos para feeds no Instagram. “Experimentos c�nicos”, no YouTube, mostrar� cenas de tr�s a 10 minutos, enquanto “Fazendo ao vivo”, no canal oficial do festival, exibir� trabalhos de at� 50 minutos, transmitidos em tempo real e criados durante o isolamento social.
Seguindo a tend�ncia no setor, os experimentos c�nicos do Feto se aproximam do cinema e do document�rio. Abordam temas muito discutidos atualmente, como a sa�de mental, fortemente abalada pela pandemia, e a imigra��o – haver� venezuelanos em cena, por exemplo.
Racismo, feminismo e desafios enfrentados por mulheres negras continuam recorrentes nas propostas que chegaram ao Feto. A agenda tamb�m d� aten��o � quest�o ind�gena. “Vamos realizar webin�rio com a TePI teatro, plataforma de povos ind�genas. As convidadas ser�o Zahy Guajajara, do Maranh�o, e Lilly Baniwa, do Amazonas”, informa Valentina Vandeveld.
AFETOS EM REDE
O tema deste ano, “afetos em rede”, remete � proposta do Feto de acolher os estudantes e artistas. A solenidade de abertura, na sexta-feira, �s 19h, reunir� B�rbara Bof, Byron O’neill e Eliezer Sampaio, criadores do evento, em mesa de conversa que ser� transmitida ao vivo.
O Feto foi decisivo para J�ssica Ranny, professora de teatro do Centro Educacional Cat�lica de Bras�lia, que participa do evento desde 2011. De acordo com ela, o festival amplia o horizonte tanto para professores como para estudantes.
“O contato com artistas, a diversidade de olhares sobre o teatro � algo que carregamos para o nosso fazer art�stico di�rio”, conta. “A chance de conversar com outros grupos e entre n�s mesmos sobre o que fazemos e assistimos abriu nossos horizontes para a multiplicidade de olhares e reflex�es.”
Estudante do curso de teatro e licenciatura na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Fernanda Moreno encenou “Dog day, uma leitura dram�tica” no Feto, em 2020.

“Fizemos apresenta��o on-line, ao vivo, para adolescentes. Foi uma troca incr�vel, experi�ncia prazerosa e acolhedora de ter a oportunidade de conhecer pessoas e, de alguma forma, ter feedback e percep��es sobre o meu trabalho.”
Este ano, o grupo de Fernanda Moreno volta ao festival com “Eu preciso de sua presen�a”, que ser� apresentado no pr�ximo dia 11, �s 15h.
“O espet�culo fala sobre problemas e percal�os que os professores enfrentaram com o ensino remoto em 2020 e 2021. Lev�-lo para Minas, n�s que somos do Sul, � fant�stico, porque d� visibilidade ao nosso trabalho, mostra o que est� sendo feito na universidade. Podemos conversar com professores e tamb�m levar isso para a escola. Estamos felizes de ter a experi�ncia de transitar em outros lugares, de fazer essa troca”, diz a ga�cha.
Luma Terra, integrante do coletivo Indominus Mulheres, vai participar do festival pela primeira vez. As integrantes do grupo s�o alunas do curso t�cnico de teatro do Cicalt Plug Minas.
21º FESTIVAL ESTUDANTIL DE TEATRO
De 5 a 13 de novembro, com transmiss�o pelo Facebook, Instagram e YouTube @FETOteatro. Informa��es em https://fetobh.art.br/