
O primeiro a se emocionar foi o pr�prio Huck. "Estou com o cora��o despeda�ado", afirmou o apresentador.
A sertaneja Paula Fernandes n�o conteve as l�grimas ao cantar o hit "Infiel", um dos primeiros de Mar�lia a estourar no Brasil.
"Quando eu vi a primeira imagem do avi�o, era como se eu tivesse ca�do junto. O que aconteceu com ela � o que eu mais temo na vida", desabafou a mineira de Sete Lagoas.
A dupla Jo�o Neto e Frederico lembrou o primeiro encontro com a Rainha da Sofr�ncia, muito antes de ela se tornar uma estrela, aos 14 anos. Eles foram os primeiros a gravar uma composi��o da sertaneja.
"A gente estava no escrit�rio se preparando para ir pra casa quando avisaram que tinha um menina querendo mostrar umas m�sicas", contou Jo�o Neto.
"Chamamos nosso empres�rio e ele ficou anestesiado. Nunca vou ver algu�m t�o completo como a Mar�lia", emendou Frederico.
O Padre F�bio de Melo destacou o momento de luto vivido pelo Brasil.
"A gente perde Mar�lia num momento em que a gente n�o estava sabendo perder. N�s estamos perdendo demais, n�s estamos sofrendo muito. A pandemia levou muita gente preciosa da nossa vida, a pandemia trouxe muito sofrimento e talvez por isso estejamos organizando esse luto com tanto sofrimento", disse Melo.
Caetano Veloso foi outro que n�o segurou o choro.
"N�o � f�cil falar. Mar�lia me impressionou muito pela pot�ncia vocal e tamb�m pelo modo de ver as coisas. Ela era uma afirma��o da for�a da can��o popular no Brasil", disse, emocionado, o veterano da MPB.
Ao fim do programa, Luciano Huck leu uma carta endere�ada a L�o, filho da artista.
Leia na �ntegra.
“Querido L�o, escrever uma carta para voc� hoje � mandar uma carta para o futuro. Futuro que a sua m�e j� tinha transformado antes mesmo de voc� nascer, como se ela parasse o futuro para voc� ou, melhor, como se ela preparasse o futuro para voc�. Mais ou menos a idade que sua m�e tinha quando, com as palavras dela, entendeu o cora��o do Brasil. E sentindo compreendido, o Brasil por ela se apaixonou. Porque a sua m�e n�o cantava sozinha, L�o. Sua m�e tirava as palavras da boca de um monte de mulheres e botava na boca dela. Dava sentimento a quem nem sabia o que sentia. Quando ela subia no palco para soltar aquela voz, ela, na verdade, cantava com a voz de milh�es de brasileiros.”
“Sua m�e libertou, absorveu, perdoou, compreendeu as mulheres como ningu�m, L�o. Ela ensinou a gente a amar sem culpa, mostrou que a gente pode encher a cara e cobrar respeito, que pode ser rom�ntica e da noitada, que pode ser m�e e empres�ria. Ela ensinou que as mulheres podem ser quem quiser e como quiser, e isso mudou o nosso pa�s para melhor. Essa � uma carta escrita a muitas m�os, L�o, e muitas m�es. Porque a sua m�e queria ter voltado, ela queria voltar porque voc� existe. Porque depois que voc� chegou, o verbo voltar virou sin�nimo de amor, de felicidade”
"Ela queria voltar cansada, com a sensa��o de dever cumprido, depois de ter cantado para multid�es, que cantariam com ela, que encheriam o cora��o dela de gratid�o e satisfa��o de ser quem ela sempre foi. Ela queria voltar para se perder nos seus bra�os, no seu corpo pequeno, mas t�o imenso no significado porque voc�, L�o, era para ela uma multid�o particular. Quando voc� sentir o desejo de rev�-la, � s� buscar a sua m�e dentro do seu cora��o. O seu cora��o vai ser a sala, o sof�, o ponto de encontro de voc�s. E para n�s ela tamb�m vai estar por perto. Porque ela n�o foi embora. Ela virou esse ar que nos rodeia, que se chama amor, e ningu�m pode com amor, ningu�m. Nenhuma dist�ncia e nenhum fim. Ent�o, quando a saudade bater, L�o, lembra que um pedacinho da sua m�e mora em cada um de n�s, lembra que a sua m�e n�o vive somente no passado, ela espera por voc� tamb�m no futuro. Um futuro, L�o, que a sua m�e embalou para que a gente te acolhesse, da mesma forma que ela sempre acolheu tanta coisa que vinha da gente. Se hoje o nosso canto � l�grima e sil�ncio, quero dizer a voc�, L�o, que a sua m�e � um farol e o caminho iluminado por ela n�o se apaga.”
“Sua m�e libertou, absorveu, perdoou, compreendeu as mulheres como ningu�m, L�o. Ela ensinou a gente a amar sem culpa, mostrou que a gente pode encher a cara e cobrar respeito, que pode ser rom�ntica e da noitada, que pode ser m�e e empres�ria. Ela ensinou que as mulheres podem ser quem quiser e como quiser, e isso mudou o nosso pa�s para melhor. Essa � uma carta escrita a muitas m�os, L�o, e muitas m�es. Porque a sua m�e queria ter voltado, ela queria voltar porque voc� existe. Porque depois que voc� chegou, o verbo voltar virou sin�nimo de amor, de felicidade”
"Ela queria voltar cansada, com a sensa��o de dever cumprido, depois de ter cantado para multid�es, que cantariam com ela, que encheriam o cora��o dela de gratid�o e satisfa��o de ser quem ela sempre foi. Ela queria voltar para se perder nos seus bra�os, no seu corpo pequeno, mas t�o imenso no significado porque voc�, L�o, era para ela uma multid�o particular. Quando voc� sentir o desejo de rev�-la, � s� buscar a sua m�e dentro do seu cora��o. O seu cora��o vai ser a sala, o sof�, o ponto de encontro de voc�s. E para n�s ela tamb�m vai estar por perto. Porque ela n�o foi embora. Ela virou esse ar que nos rodeia, que se chama amor, e ningu�m pode com amor, ningu�m. Nenhuma dist�ncia e nenhum fim. Ent�o, quando a saudade bater, L�o, lembra que um pedacinho da sua m�e mora em cada um de n�s, lembra que a sua m�e n�o vive somente no passado, ela espera por voc� tamb�m no futuro. Um futuro, L�o, que a sua m�e embalou para que a gente te acolhesse, da mesma forma que ela sempre acolheu tanta coisa que vinha da gente. Se hoje o nosso canto � l�grima e sil�ncio, quero dizer a voc�, L�o, que a sua m�e � um farol e o caminho iluminado por ela n�o se apaga.”