(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas M�SICA

Ana de Hollanda lan�a disco e acusa Bolsonaro de 'terrorismo' cultural

Cantora e compositora assina 11 faixas do album 'Vivemos', ao lado de oito parceiros. Ex-ministra da Cultura, ela diz que desmonte do setor � 'trag�dia'


09/11/2021 04:00 - atualizado 09/11/2021 07:29

Cantora e compositora Ana de Hollanda sorri, olhando para a câmera
Ana de Hollanda, que lan�a o quinto disco, conta que teve de vencer a inibi��o para virar artista como os irm�os Chico Buarque, Mi�cha e Cristina Buarque (foto: Leo Aversa/Divulgacao)
Parcerias in�ditas se destacam no �lbum “Vivemos” (Biscoito Fino) que a cantora, compositora, atriz, roteirista e ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda acaba de lan�ar. O disco autoral traz 11 can��es, com arranjos de Crist�v�o Bastos. � o primeiro projeto de in�ditas dela depois de “S� na can��o” (2009).


Todas as letras de “Vivemos” foram escritas por Ana, mas ela avisa que n�o � poeta. A irm� de Chico Buarque, Cristina Buarque e Mi�cha conta que jamais escreveu um verso que n�o fosse para melodia. Garante que n�o � compositora, mas confessa: de vez em quando cria melodias.

''Tem uma hora, em certa idade, em que a pessoa aprende a ficar mais sem vergonha e come�a a encarar as coisas, entendendo que tem que mostrar o seu trabalho. Confesso que depois que sa� do minist�rio, fiquei doida para voltar com a m�sica e retornar aos shows''

Ana de Hollanda, cantora e compositora


F�NIX

“Conheci a euforia/ E o ausente de depois”, diz a letra de “Sem fim”.“A ideia e a imagem que me vieram � cabe�a para escrever essa letra foi de algu�m que voa alto, depois cai e entra em combust�o, para, futuramente renascer. Uma esp�cie de f�nix.”

“Vivemos” � o quinto disco de Ana de Hollanda – o segundo autoral. Ela explica que sempre foi “dividida na m�sica”, pois exerceu v�rias fun��es para sobreviver. Ex-diretora da Funarte e ministra da Cultura entre janeiro de 2011 e setembro de 2012, no governo Dilma Rousseff, conta que por um bom tempo n�o p�de dar sequ�ncia � carreira art�stica.

“Na realidade, queria trabalhar e cantar mais no Rio de Janeiro, porque sou paulista. Por�m, n�o podia, pois poderia ser considerado conflito de interesses. Ent�o, tive de fazer uma pausa na minha carreira”, explica, ao comentar o per�odo em que ocupou cargos p�blicos.

Mais recentemente, o amigo mineiro Nivaldo Ornelas, um dos pioneiros do Clube da Esquina, lhe deu melodias para letrar. “Ele disse que iria produzir o disco de uma cantora. A partir da�, come�aram a aparecer convites, v�rios amigos passaram a me mandar melodias para letrar”, diz. “Helvius Vilela (1941-2010), outro mineiro meu amigo que tocou muito comigo, foi um deles. Tenho muito carinho pela m�sica feita em Minas e pelos artistas mineiros. Minha m�e era mineira”, diz, referindo-se a dona Maria Am�lia (1910-2010), neta de Ces�rio Alvim (1839-1903), que governou Minas no final do s�culo 19.

Ao comentar sua trajet�ria, Ana revela que se inibia quando come�ou a cantar. “Isso porque j� vinha de uma fam�lia de m�sicos: irm� do Chico, da Cristina e da Mi�cha. A�, ficava mais t�mida ainda s� de lembrar da minha fam�lia. Acabou que demorei a gravar meu primeiro disco, o que aconteceu somente em 1980, com o LP ‘Ana de Hollanda’.”

Ela diz que compor � dif�cil, mais dif�cil at� do que cantar. “Por�m, tem uma hora, em certa idade, em que a pessoa aprende a ficar mais sem vergonha e come�a a encarar as coisas, entendendo que tem que mostrar o seu trabalho. Confesso que, depois que sa� do minist�rio, fiquei doida para voltar com a m�sica e retornar aos shows.”

Essa volta se deu aos poucos – ela se apresentou na Fran�a, com repert�rio de Tom Jobim, e tamb�m no Brasil, “aqui e ali”. O convite da gravadora Biscoito Fino chegou na hora certa. “Fizemos uma produ��o adequada, dentro dos limites poss�veis, porque a verba n�o era t�o grande, mas algo que coube perfeitamente dentro do que eu queria.”

A parceria com o amigo Crist�v�o Bastos � comemorada por Ana. “Ele � maravilhoso: arranjador, m�sico, um grande pianista.” O resultado foi um disco intimista. “S�o can��es que casaram perfeitamente com os arranjos de Crist�v�o”, conta, revelando ter se surpreendido com a forma como o amigo captou detalhes de suas can��es.

“Sempre componho a partir da melodia. � ela que me segura e me leva para os caminhos. A�, vou escutando, escrevendo a letra e a melodia juntas. Cada letra desse disco foi uma viagem, uma ideia que a melodia trouxe.”

As grava��es ocorreram durante a crise sanit�ria, no primeiro semestre deste ano. “Seguramos um pouco, porque pretend�amos fazer show de lan�amento, mas ficou dif�cil. N�o era momento bom para fazer o lan�amento. Ent�o, combinamos de lan�ar ‘Vivemos’ agora”, relembra.

Em setembro, a cantora teve problemas de sa�de – pleurite e pericardite –, o que afetou sua voz. “Felizmente, j� est� passando. Ent�o, vamos planejar alguns shows de lan�amento em 2022. Minha ideia tamb�m � lan�ar outros discos, pois j� tenho v�rias m�sicas prontas”, adianta.

“VIVEMOS”

• Disco de Ana de Hollanda
• Biscoito Fino
• 11 faixas
• Dispon�vel nas plataformas digitais

REPERT�RIO

» “FANTASIAS”
De Marcelo Menezes e Ana de Hollanda
» “VER�O QUE FICOU”
De Nivaldo Ornelas e Ana de Hollanda
» “BOTUCUXI”
De Simone Guimar�es e Ana de Hollanda
» “JAMAIS DECIFREI”
De Crist�v�o Bastos e Ana de Hollanda
» “VIVEMOS”
De Lucina & Ana de Hollanda
» “OUTONO”
De Lula Barbosa e Ana de Hollanda
» “O QUE DEIXEI CAIR”
De Nilson Chaves e Ana de Hollanda 
» “PRIMEIRA DAMA”
De Leandro Braga e Ana de Hollanda
» “SEM FIM”
De Ana de Hollanda
» “ERA T�O CLARO”
De Lucina e Ana de Hollanda
» “BER�O VAZIO”
De Leandro Braga e Ana de Hollanda

CARREIRA

Ana de Hollanda estreou na m�sica em 1964, aos 16 anos, num espet�culo no col�gio onde estudava, em S�o Paulo. Em 1968, participou do 3º Festival Internacional da Can��o Popular. Como vocalista de apoio, participou de discos de Toquinho, Faf� de Bel�m, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Seu primeiro �lbum solo, o LP “Ana de Hollanda”, foi lan�ado pela Eldorado, em 1980. Depois vieram “T�o simples” (Movieplay), 15 anos depois, “Um filme” (Jam Music, 2001) e “S� na can��o” (2009).

Ex-ministra critica o governo federal

Ex-ministra da Cultura, Ana de Hollanda considera uma “trag�dia” o que ocorre no setor na gest�o de Jair Bolsonaro.  “� dif�cil falar da trag�dia no campo cultural sem considerar que isso est� se dando em todas as �reas”, afirma.

“Essa gente que est� l� tem ressentimento especial com as artes, os artistas e o campo cultural em geral. O desmonte de institui��es s�lidas tem a ver com o fato de terem sido entregues a pessoas sem experi�ncia, que n�o conhecem nada. Elas ignoram a legisla��o que fomentava e regulava a produ��o cultural”, aponta a cantora.

''A Ancine est� congelando todas as ferramentas de fomento ao cinema. Chega a ser terrorismo. Fora a censura e o dirigismo cultural''

Ana de Hollanda, cantora e compositora


Ana critica a campanha empreendida pelo governo federal contra a legisla��o que regula patroc�nios culturais. “Depois de anos de costuras junto ao mundo da cultura, da sociedade civil e de parlamentares, existia uma estrutura, regras, quem respondesse por cada �rea, apesar de muita coisa necessitar ser atualizada. Agora n�o atendem nem telefone, n�o respondem aos questionamentos oficiais ou informais”,relata.

“Mudaram a Lei Rouanet, mas n�o regulamentaram nada. Assim, quem est� com projeto em andamento, com dinheiro na conta, n�o sabe como e se pode usar sem ser multado”, observa.

A ex-ministra revela a preocupa��o com a��es da Ag�ncia Nacional do Cinema (Ancine). “Ela est� congelando todas as ferramentas de fomento ao cinema. Chega a ser terrorismo. Fora a censura e o dirigismo cultural”, desabafa.

“Outra coisa que me deixa arrepiada � o abandono do patrim�nio cultural, da mem�ria, compreendendo nisso todo o Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), museus, arquivos como os da Funarte, da Funda��o Palmares, da Casa de Rui Barbosa, da Biblioteca Nacional, da Cinemateca e do Centro T�cnico Audiovisual. Arquivos precios�ssimos est�o abandonados, sem manuten��o e prote��o. O inc�ndio anunciado da Cinemateca foi o retrato destsa pol�tica. Tudo isso me parece uma forma intencional de apagar o nosso passado cultural”, afirma.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)