(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CINEMA

'Filme do Galo' supera 3 mil espectadores no fim de semana de estreia

Document�rio sobre a trajet�ria do clube mineiro teve m�dia de 140 pessoas por sala e manteve seu circuito, mas resultado o deixa longe do recorde almejado


17/11/2021 04:00 - atualizado 17/11/2021 08:42

Lance do jogo Atlético x São Paulo de 1977
(foto: Jorge Gontijo/EM/D.A Press - 30/10/2008)

No lan�amento, na semana passada, de “Lutar, lutar, lutar”, o document�rio que repassa a hist�ria do Clube Atl�tico Mineiro, os diretores S�rgio Borges e Helv�cio Marins Jr. fizeram um chamamento � torcida para que lotasse as salas de cinema, a fim de bater o recorde de p�blico do cinema nacional para um filme sobre um clube de futebol. 

Borges diz que essa foi uma estrat�gia de divulga��o que a equipe abra�ou, em raz�o do bom momento do Galo na temporada, mas com algumas reservas, que dizem respeito ao cen�rio ainda de pandemia e � crise econ�mica.

Os resultados da primeira semana em cartaz s�o bons, conforme aponta, mas, pragmaticamente, n�o permitem vislumbrar a quebra do recorde, que pertence a “Bah�a minha vida” (2011), com 75 mil ingressos vendidos, seguido por “Fiel – O filme” (2009), com um p�blico de 54 mil pagantes. 

“Lutar, lutar, lutar” atraiu, entre a quinta-feira passada (11/11) e o �ltimo domingo, um p�blico total de 3.088 pessoas, dividido por 21 salas, com uma m�dia de 140 espectadores por sala.

“Esse relat�rio diz respeito �s principais salas e grupos que est�o exibindo o longa, Cinemark, Cineart e Rede Ita� de Cinemas, no Rio de Janeiro, S�o Paulo e em Bras�lia, al�m de Belo Horizonte, onde tamb�m est� no Belas Artes. Para fechar esse relat�rio, falta basicamente a maioria das salas do interior do estado, ent�o a gente acha que pode chegar a 4 mil pessoas”, aponta Borges.

Ainda assim, ele aponta, o horizonte n�o permite vislumbrar uma quebra de recorde. “Pragmaticamente, dentro do que uma primeira semana diz em termos de proje��o, � dif�cil pensar em bater recorde. O filme tem uma expectativa palp�vel de p�blico de at� 30 a 40 mil espectadores, que � uma f�rmula que j� ouvi por a�, de que a primeira semana representa 10% do que se pode alcan�ar”, afirma. Ainda assim, ele n�o descarta surpresas.

“A impress�o que fiquei do p�blico neste primeiro momento � muito boa, o filme consegue emocionar as pessoas, ent�o o boca a boca pode levantar isso a�. A torcida est� muito engajada com o time neste momento. Tento guardar uma certa humildade, mas fica latente aquele ‘Eu acredito’. De repente, ainda pode acontecer”, aposta.

T�TULO 


Ele avalia que um bom sinal para uma trajet�ria vitoriosa que o longa venha a cumprir � que, para a segunda semana, o document�rio est� mantido em todas as salas em que estreou e ainda deve entrar em cartaz em novas salas em cidades do interior de Minas. 

“Isso significa um p�blico interessado”, destaca. Ele acredita que a caminhada do Galo rumo ao t�tulo do Campeonato Brasileiro ap�s 50 anos representa um est�mulo a mais para o torcedor prestigiar o filme.

“O curioso � que o filme n�o foi feito pensando nesse contexto. Enfrentamos alguns obst�culos, tivemos alguns problemas para lan�ar, o que era para ter acontecido antes, mas chegou num momento �timo, permite a gente pensar que pode funcionar como um presente para a torcida, com essa revis�o hist�rica que ele prop�e. O potencial � grande.”

*Estagi�rio sob a supervis�o da editora Silvana Arantes

DE OLHO NO LANCE
Confira alguns dos aspectos abordados em “Lutar, lutar, lutar - O filme do Galo”, em cartaz nos cinemas

GOLEADA
O filme destaca os t�tulos eternizados no hino do Galo, mas 
pouco valorizados nos dias de hoje, como o Campe�o dos Campe�es (1937) e os Campe�es do Gelo (1950), com arquivos raramente vistos. 
O 9x2 contra o Cruzeiro em 1927 - at� hoje a maior goleada da hist�ria do cl�ssico, constantemente lembrada por parcela da 
torcida – � outra surpresa.  

PRIMEIRO CAMPE�O
Dad� Maravilha e Tel� Santana protagonizaram uma hist�ria hil�ria na final do Brasileir�o de 1971. O artilheiro alvinegro quase ficou de fora da final, ap�s se contundir em um campeonato de pingue-pongue contra o lend�rio treinador Tel� Santana, que ficou amargamente arrependido de prejudicar seu principal jogador, um dia antes da decis�o. Mesmo sem estar 100%, Dad� fez o gol da vit�ria por 1x0 contra o Botafogo, que deu o t�tulo ao Atl�tico em pleno Rio de Janeiro. Hist�rias das caravanas de torcedores atleticanos que lotaram o Maracan� para assistir � final do primeiro campeonato brasileiro tamb�m fazem parte do document�rio. 

Alexandre Kalil beija a foto do pai na Galeria dos Presidentes do Galo
(foto: Mauricio Val/VIPCOMM�)

VIRA FOLHA? 
O passado cruzeirense da fam�lia de Alexandre Kalil � uma das hist�rias mais curiosas. Seu av� (imigrante �rabe e torcedor celeste) era discriminado no bairro e se tornou pr�ximo de uma famil�a de vizinhos formada por oper�rios negros e apaixonados pelo Atl�tico. Pouco familiarizado com os est�dios, ele deixava os vizinhos levarem Elias Kalil (pai de Alexandre) aos jogos para assistir ao rival na inf�ncia. O resto � hist�ria. Elias e Alexandre Kalil vieram a se tornar dois dos presidentes mais importantes da hist�ria do Galo.

VICE INVICTO
O filme conta em detalhes os bastidores, as pol�micas e os erros de arbitragem que impediram o Atl�tico de ser campe�o brasileiro em 1977, quando perdeu o t�tulo brasileiro para o S�o Paulo nos p�naltis - sendo o �nico vice-campe�o invicto da hist�ria do campeonato. Segundo Reinaldo, “foi o dia mais triste da hist�ria de Belo Horizonte''. O papel do regime militar e da Rede Globo na constru��o do Flamengo, que derrotou o Galo na final do brasileiro de 1980, tamb�m � lembrado. O ditador Jo�o Figueiredo (1918-1999) inclusive estava na arquibancada do Maracan� na grande final. Questionado sobre para qual time torceria, ele respondeu: “O Atl�tico � um time regional; o Flamengo, uma na��o. Eu fico com a na��o”.  

“REI, REI, REI, O REINALDO � NOSSO REI”
A atitude politizada de Reinaldo, o maior artilheiro da hist�ria do Atl�tico, � considerada um dos fatores que contribu�ram para as in�meras injusti�as sofridas pelo clube durante a ditadura. O �dolo comemorava seus gols com o punho cerrado dos Panteras Negras, s�mbolo da luta antirracista e ind�cio de oposi��o ao regime militar que governou o Brasil entre 1964-1985.

Lance do jogo Atlético x Flamento pela Copa do Brasil de 2014
(foto: Mauricio Val/VIPCOMM�)
A VINGAN�A � UM PRATO QUE SE COME FRIO
Ap�s rever os absurdos erros de arbitragem na final do brasileiro de 1980 e na Libertadores de 1981 contra o Flamengo (quando o juiz Jos� Roberto Wright expulsou cinco jogadores do Atl�tico), o torcedor alvinegro se delicia com a hist�rica classifica��o em cima dos cariocas, na semifinal da Copa do Brasil de 2014. Os mineiros reverteram o placar adverso de 3x0, redimindo o time de Reinaldo e companhia, com direito a muita emo��o. “Vou festejar o teu sofrer” cantou a torcida, entoando a famosa m�sica de Beth Carvalho  que � considerada o segundo hino do clube. A produ��o gravou o jogo no est�dio, rendendo imagens emocionantes. 

R10
“Eu j� tenho uma fama de doido, mas ainda n�o cheguei no est�gio de rejeitar o Ronaldinho Ga�cho.” A frase do ex-presidente Alexandre Kalil lembra o clima da opini�o p�blica na chegada de R10 a Belo Horizonte, em 2012, quando diversos jornalistas criticaram a contrata��o do astro, em baixa no Flamengo. Imagens de lances e gols marcantes de Ronaldinho com a camisa do Atl�tico s�o acompanhadas pelo funk “Ronaldinho � Galo”, de MC Pietro, que combina com o futebol arte desempenhado pelo �dolo, eleito duas vezes o melhor jogador do mundo pela Fifa. A “loucura” de Kalil, atual prefeito de Belo Horizonte, � vista como fator primordial para o sucesso. 

Torcida empunha cartaz escrito Eu acredito na arquibancada do Mineirão
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)

“EU ACREDITO!"
O document�rio remonta a origem do lema “Eu acredito”, na semifinal da Libertadores de 2013, quando o Atl�tico precisava reverter o placar de 2x0 contra o Newell's Old Boys, da Argentina, no est�dio Independ�ncia. Um apag�o inesperado no segundo tempo da decis�o encorajou a torcida a entoar o grito que incentivou a equipe na classifica��o para a final. Foi a primeira grande virada do Atl�tico na saga de 2013 e 2014. O “Eu acredito” embalou o time nos t�tulos in�ditos da Libertadores e da Copa do Brasil, representando o esp�rito do torcedor atleticano, que tanto esperou por esse momento. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)