
“A can��o ‘Nossa paix�o’ � o in�cio de um caminho, uma busca eterna por sonoridades que me deixam feliz. E j� come�o a encontrar algumas respostas. O objetivo � que a minha m�sica chegue a todos, devolvendo a leveza e a paz que o mundo anda precisando”, diz ele.
Como indica o t�tulo, a faixa versa sobre o amor, que Theo define como sua “grande fonte de inspira��o”. A letra, contudo, descreve uma rela��o que chegou ao fim, mas n�o extinguiu a f� na possibilidade de um reencontro. “Se for o caso mais tarde/Eu te vejo, eu te encontro”, diz um dos versos.
A faixa tem dire��o musical de Celso Fonseca, que j� trabalhou com grandes nomes da MPB, como Gal Costa, Marisa Monte, Bebel Gilberto e Gilberto Gil. Theo conta que o cen�rio de incertezas da crise sanit�ria lhe trouxe uma nova safra de can��es, que agora ganharam forma e texturas refinadas em est�dio, sendo “Nossa paix�o” a primeira delas.
“Na pandemia, procurei me dedicar ao estudo da m�sica, a compor e a gravar”, conta. Participaram das grava��es em est�dio a cantora Mart’n�lia, o pianista, tecladista e arranjador Jorj�o Barreto e Dudu Trentin (sopros), al�m de um time de vocalistas que reuniu Dandara e Analimar (neta e filha de Martinho da Vila), Eveline Hecker (professora de canto de Theo) e Cecilia Spyer.
De acordo com o cantor e compositor, assim como “Nossa paix�o”, as demais faixas de seu futuro �lbum ter�o “essa est�tica de MPB (Mistura Popular Brasileira)”. Ele afirma que, no entanto, sua “raiz � no samba mesmo”. Por�m foi a bossa nova que orientou o EP “Pra sonhar”, que Theo Bial lan�ou no in�cio deste ano. “Gravei com um quarteto, com baixo, viol�o, bateria e sopros, com uma levada bem ‘bossanov�stica’”, ele afirma.
Foi a partir da� que Theo come�ou a imaginar uma forma de imprimir uma assinatura pr�pria no campo da bossa nova. “Fiquei pensando sobre como fazer uma bossa nova minha, que fosse diferente, com uma identidade minha”, ele diz.
“Tenho refer�ncias que v�o desde o soul ao jazz, tanto norte-americano quanto brasileiro. H� um artista que admiro muito e que at� j� tive a oportunidade de tocar com ele que � o cantor, compositor e instrumentista carioca Carlos Daf�, o mestre da soul music brasileira. Cheguei a frequentar algumas feijoadas que eles fazem de vez em quando. Daf� mistura muito bem isso.”
"N�o sou ator e nem cheguei a fazer algum curso de teatro, 'arranho' um pouco, porque tive uma conviv�ncia com a minha m�e, praticamente uma professora particular. N�o tem jeito, a gente acaba aprendendo um pouco, meio que por osmose"
Theo Bial, cantor e compositor
CLIQUE
Ele avalia que o single lan�ado agora foi a m�sica com a qual teve “esse clique de como poderia trilhar esse caminho. E acho que o Celso faz algo tamb�m parecido. Uma coisa com a qual me identifiquei muito, por isso eu o chamei para fazer tamb�m a produ��o do �lbum que ser� lan�ado no ano que vem. Esse single � por conta disso, pelo simbolismo de ser algo que deu esse clique inicial na minha cabe�a e do caminho que tenho para trilhar.”
O m�sico afirma que j� definiu as nove can��es, todas de sua autoria, que entrar�o no �lbum. “Tem m�sicas que compus recentemente e outras que fiz h� mais de tr�s anos e que agora estou resgatando, para dar uma roupagem nova a elas, embora nunca as tenha gravado.”
Neste ano, o cantor e compositor, conforme diz, mudou tudo, “de distribuidora e editora e at� de nome”. Antes, ele assinava Theozin. “Realmente � um in�cio. Agora tenho toda uma equipe. Dei uma repaginada em tudo, � um renascer. Estou muito feliz. Tenho agora um projeto 100% meu, com a identidade art�stica toda sendo a minha”, comenta.
O tema do projeto girar� em torno da paix�o, das fases do amor e dos encontros da vida. “Acho que � importante as pessoas darem tempo para se amarem na vida. Se n�o fosse o amor e a paix�o, a vida n�o teria muita gra�a, ficaria sem sentido. Ent�o busco falar disso nas minhas letras.”
Sobre ter seguido uma carreira diferente da de seus pais, ele diz: “N�o sou ator e nem cheguei a fazer algum curso de teatro, ‘arranho’ um pouco, porque tive uma conviv�ncia com a minha m�e, praticamente uma professora particular. N�o tem jeito, a gente acaba aprendendo um pouco, meio que por osmose”.
Ele exemplifica como o aprendizado das artes esteve incorporado ao seu cotidiano dom�stico. “At� mesmo vendo novela em casa e perguntando: M�e, voc� fala que n�o est� boa essa cena, o que voc� quer dizer com isso? A� comecei a ter um pouco mais de no��o do que estava sendo verdadeiro, do que n�o estava.”
Theo cita tamb�m o fato de ter estudado na Escola Parque, no Bairro da G�vea, no Rio de Janeiro, como um incentivo para desenvolver o interesse pelas artes, n�o apenas a m�sica, como tamb�m a pintura e o teatro.
Ele diz que Giulia Gam sempre o incentivou a aprender algum instrumento. “Quando completei 10 anos, ela me colocou em uma aula de viol�o, com o professor Leandro Figueiredo, que � mineiro e tinha at� banda de rock na �poca. E comecei a fazer aulas com ele na escola na qual j� estudava. No in�cio era um pouco chato, porque queria jogar bola, surfar e brincar. E o viol�o era algo meio dif�cil de aprender para uma crian�a de 10 anos. Mas foi o instrumento mais f�cil para que eu conseguisse ter vontade de aprender.”
O professor mineiro, ele diz, “foi inteligente e come�ou a me dar m�sicas para tocar e n�o ficar muito preso � teoria. Fui aprendendo e, conforme ia tocando as m�sicas, ia cantando tamb�m. Lembro-me que, ao final das aulas, j� dava um showzinho para os outros alunos.”
ADRENALINA
A primeira vez que Theo subiu ao palco foi em um projeto da sua escola chamado Semana da Cultura. “E esse meu professor me empurrava para o palco. Lembro-me quando tinha 12 anos e j� tocava para um p�blico de cerca de 100 pessoas. Dava um frio na barriga, a adrenalina aumentava, mas isso acabou ajudando a me controlar. Fui ficando mais velho e, quando sa�a com minha m�e para algum bar em que havia m�sica ao vivo, ela sempre pedia aos m�sicos para eu dar uma canja. Ficava meio sem gra�a, mas ia assim mesmo”, afirma o m�sico.
“Aprendi que coragem n�o � necessariamente n�o ter medo. � uma adrenalina que vicia, um friozinho na barriga que acaba ficando animador, e o palco acaba sendo o nosso div�. E acho que essa coisa do palco eu puxei de minha m�e, porque no teatro � assim tamb�m. Nunca fiz teatro, mas acredito que o palco seja para o ator o mesmo que � para o m�sico, algo que vicia, mas que tamb�m faz bem e que � dif�cil ficar sem.”
Quando era mais novo, Theo Bial tinha certo constrangimento com a carreira de m�sico, segundo conta, pelo fato de seus pais serem personalidades conhecidas. “� uma esp�cie de s�ndrome de pais famosos que muitos filhos de artistas t�m. Tamb�m tive um pouco disso, por�m fui entendendo, com o tempo. A verdade � que cada um tem a sua pr�pria mensagem, a sua pr�pria vida. Inclusive acho at� que, a partir do momento que passei a entender e aceitar isso, minha rela��o com eles melhorou bastante.”
A melhora, ele conta, se estendeu at� a esfera profissional. “Hoje em dia, at� componho m�sicas com meu pai. Agora entendo como � bom ter um pai bacana, poeta e que pode me ajudar tamb�m na minha carreira. Por outro lado, minha m�e tamb�m � uma grande atriz, amiga e companheira. Hoje entendo que s� tenho a agradec�-los por tudo que fizeram e ainda fazem por mim.”

“NOSSA PAIX�O”
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