
Para a produ��o do novo trabalho, a banda convidou Paul Ralphes, o gal�s que produziu o �lbum “Escuta aqui” (2000) e boa parte do disco “biquini.com.br” (1998). Paul, que n�o trabalhava com o Biquini h� cerca de 20 anos, aceitou o convite, sob a condi��o de que o disco fosse feito a dist�ncia, visando � sa�de de todos. Diante disso, todo o material foi transmitido via internet, sendo discutido remotamente, com cada m�sico gravando de sua casa.
Diante da exig�ncia do produtor, os integrantes n�o se encontraram em est�dio, por�m trocaram ideias pelo celular sobre arranjos, timbres e o desenrolar de cada faixa. Bruno conta que nem para as fotos promocionais e os primeiros videoclipes os encontros aconteceram. “Fizemos os registros em hor�rios diferentes, mantivemos o distanciamento necess�rio e coube depois aos designers e editores a tarefa de junt�-los. Amigos, separados pelo momento, mas atravessando juntos este tempo incerto”, afirma.
Para o vocalista do Biquini, o disco traz em sua ess�ncia, um recado de otimismo, resili�ncia e perseveran�a. Ao longo de suas nove faixas, a banda discorre sobre esses assuntos, com a certeza de que, de um jeito ou de outro, conseguiremos superar as crises. Sempre antenado, o grupo j� apresentou mais da metade do �lbum em singles lan�ados a partir de julho deste ano, como “Nada � para sempre”, “A vida”, “A gente � o que �”, “Eu n�o vou recuar” e “Colhendo flores”.
A elas, se juntaram as can��es, “A manh�”, “Dois polos”, “Me sorri com seu rosto inteiro” e “Atrav�s do tempo”, que d� nome ao disco. Em mar�o de 2020, era para o Biquini ter celebrado os 35 anos de estrada com uma turn� pelo pa�s, por�m a pandemia fez com que os eventos fossem cancelados ou adiados. Ainda assim, a banda lan�ou o disco “Ilustre guerreiro” (ao vivo), gravou tr�s videoclipes, dois singles e participou de lives e entrevistas.
Para os integrantes do Biquini, o importante era n�o manter a mente em lockdown. Assim, conseguiram dobrar o n�mero de seguidores em suas redes sociais. E foi nesse momento que surgiu a ideia de gravar um disco de in�ditas. “Na verdade, esper�vamos fazer o lan�amento deste �lbum no primeiro semestre, mas as coisas n�o foram t�o otimistas quanto imagin�vamos. Quando chegou setembro do ano passado, pens�vamos que tudo voltaria ao normal rapidamente e que, em maio do ano seguinte, j� estaria todo mundo vacinado e tocando a vida adiante. Infelizmente, isso n�o aconteceu.” Por ironia, o disco est� sendo lan�ado justamente na chegada da variante �micron.
Para o novo �lbum, Bruno detalha a sua saga para gravar a voz. “Fiquei um tempo no interior, onde constru� uma sala de grava��o para gravar a minha voz, mas isso para trabalhos futuros. Miguel e o Coelho gravaram de suas casas. Somente eu e o Birita fomos para o est�dio botar voz. O Coelho foi � minha grava��o, assistiu tudo, mas a gente n�o se encontrou, porque ele ficava de um lado do vidro e eu do outro. Mas ele dava seus palpites.”
O vocalista conta que gravava tudo e mandava para Paul. “Ele devolvia e, �s vezes, dizia: ‘Est� tudo legal, mas voc� pode fazer isso ou aquilo’. Mas a gente j� tinha algumas pr�-produ��es tamb�m, tanto � que muitas coisas a gente mostrou para o Paul, que dizia que o trabalho j� estava bem adiantado, que nessa ou naquela m�sica n�o tinha o que mexer muito. Outras tivemos que come�ar do zero mesmo. Cada m�sica teve a sua caracter�stica.”
NA ESTRADA
Bruno conta que o Biquini j� retornou aos shows. “Houve um no Rio de Janeiro, no Rock Brasil 40 anos, e que vai tamb�m a BH, em mar�o. Depois, fizemos outro em Mococa, no interior de S�o Paulo; acabamos de fazer outro em Sampa. Temos mais tr�s ou quatro shows at� o final do ano. Estamos retornando em uma velocidade mais lenta do que o normal para todo mundo ir se acostumando com a ideia. Devemos fechar o ano com oito shows, sendo que faz�amos cerca de 80.”
Para o vocalista, o momento ainda exige (e muito) cuidados. “Neste momento, n�s ainda n�o recuperamos tudo isso, vamos ser muito claros, precisamos contar com o pa�s muito mais vacinado”, alerta Bruno. “Por exemplo, estou no Rio de Janeiro, mas a gente viaja para v�rios lugares do Brasil, cujo percentual de vacinados � muito baixo. Precisamos ter uma vacina��o mais eficaz e efetiva para que possamos segurar essa situa��o toda. Est� tudo meio bagun�ado, mas sou otimista e estou esperan�oso de que tudo dar� certo.”

“ATRAV�S DOS TEMPOS”
.Biqu�ni Cavad�o
.9 faixas
.Dispon�vel nas plataformas digitais