Jup do Bairro chega a BH, na quinta (9/12), com 'sede' de cantar ao vivo

Revela��o musical do ano passado com seu EP “Corpo sem ju�zo”, Jup do Bairro faz show presencial em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (9/12), no Mercado Distrital do Cruzeiro. Ela e DJs da festa Baile da b�ta s�o atra��es do evento “Breve sess�es”, uma esp�cie de “esquenta” para o Breve Festival 2022, programado para abril, no Mineir�o.

� a primeira vez que Jup apresenta seu show solo na capital mineira. Cantora, compositora e apresentadora, ela esteve nos palcos da cidade ao lado da atriz, cantora e ativista social Linn da Quebrada. Agora, a hist�ria � outra. Jup estar� acompanhada do DJ Evehive e do cantor Mulambo.

“� o primeiro show em que conto com a forma��o oficial da era 'Sem ju�zo'. Evehive assume as picapes e Mulambo refor�a a voz, apresentando m�sicas de sua autoria. Estamos preparando um show denso, mas tamb�m festivo e libertador. Vamos executar uma performance exclusiva at� para n�s”, conta Jup do Bairro.

A “era” � qual ela se refere come�ou em junho de 2020, quando “Corpo sem ju�zo” chegou �s plataformas digitais. O trabalho, uma esp�cie de manifesto de Jup, importante refer�ncia LGBTQIA+ nas artes, trata de sexualidade, g�nero, racismo e das dificuldades da vida na periferia de S�o Paulo. O registro tamb�m � reconhecido por transitar por diferentes estilos musicais, como heavy metal, rap e eletr�nica.

As sete faixas do EP v�o nortear a apresenta��o da artista. Para rechear o show, ela promete surpresas. “O repert�rio contar� com novas vers�es de singles que apresentei antes desse trabalho, al�m de experimenta��es”, ela conta, sem entrar em detalhes.

Sendo assim, faixas do EP como “Transgress�o”, “Pelo amor de Deize” (parceria com Deize Tigrona), “All you need is love” (parceria com Rico Dalasam e Linn da Quebrada), “O corre” e “Luta por mim” (parceria com Mulambo) n�o ficar�o de fora, assim como o single “Sinfonia do corpo”, lan�ado em maio deste ano.

 

 

“Estou com muita sede de performar esse trabalho ao vivo, saber o que as pessoas est�o achando, quais s�o as m�sicas preferidas de cada um, se sabem cant�-la. A �nica resposta que tenho s�o n�meros, mas n�o fa�o m�sica para n�meros, eu crio para pessoas. Fico muito emocionada em saber que BH ser� o local desse 'start', uma cidade de que gosto tanto e sempre me recebeu t�o bem”, Jup comenta.

“Corpo sem ju�zo” foi divisor de �guas na carreira dela. Com o EP, conseguiu descolar o seu trabalho da parceria com Linn da Quebrada nos palcos – que chegou ao fim com live de despedida realizada em setembro de 2020 –, al�m de se firmar como uma das principais apostas da m�sica independente no Brasil.

Passado mais de um ano do lan�amento, ela conta que ainda vive o processo de descobrir “o que pode um corpo sem ju�zo”, indaga��o que a acompanha desde 2019, um “ano caos”, segundo ela.

“Mesmo assim, consegui bater a meta e produzi 'Corpo sem ju�zo'. Desde ent�o, dediquei toda a minha energia a isso. No entanto, 2020 nos surpreendeu com um cen�rio triste e incerto. Ouvi de artistas que o mais seguro e correto a fazer era esperar e adiar o lan�amento, que seria a minha estreia e a pandemia poderia engolir o que eu estava construindo. Eu n�o quis. Costumo dizer que sou uma artista do tempo, do agora”, relembra.

O EP a fez voltar a sonhar, “projetando o futuro como uma extens�o do presente”. Jup recebeu pr�mios, ganhou destaque na imprensa nacional e internacional. “Tudo isso � muito importante, mas, ainda assim, n�o era o meu destino final. O tempo � a coisa mais preciosa que algu�m pode oferecer. Se uma pessoa parou quatro minutos para ouvir o que tenho para falar, esse � o trof�u que quero para mim”, afirma.

A continuidade do trabalho de estreia vir� sob a forma do EP “Corpo sem ju�zo II: in.corpo.ra��o”. Uma pr�via do novo e in�dito trabalho � o single “Sinfonia do corpo”.

Questionada sobre o porqu� de o corpo ser assunto t�o recorrente em seu trabalho, ela diz que come�ou a escrever sem a pretens�o de transformar aquilo em arte. “Era uma esp�cie de terapia barata em que eu estava come�ando a entender meu corpo, minha mente e, com isso, perceber que mente � corpo e corpo � mente”, recorda.

“O corpo � o instrumento de transforma��o mais efetivo que temos. Uso o meu corpo para me transformar e transformar a escrita da minha hist�ria. Evidenciar a sua hist�ria, evidenciar o seu corpo, � desarmar o inimigo”, Jup conclui.