"(Durante a pandemia) Fiz uma m�sica com Fl�vio Venturini, algumas com o Vicente Barreto e com Paulinho Pedra Azul. Foi bem produtivo nesse sentido. Ainda n�o gravei nenhuma, s� compus mesmo, pois n�o estou com pressa. Hoje lan�a-se muita coisa pela facilidade, mas � preciso dar um tempinho para que o p�blico possa sentir saudade"
Zeca Baleiro, cantor e compositor maranhense
“Jos�”, show que o cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro apresenta nesta sexta-feira (10/12), no Grande Teatro do Pal�cio das Artes, foi planejado para dar ao p�blico a sensa��o de ser recebido na sala da casa do m�sico, para uma sess�o de m�sica e conversa sobre can��es e autores importantes em sua trajet�ria art�stica.
O repert�rio ter�, portanto, can��es marcantes de sua carreira, como "Telegrama" e "Flor da pele", al�m de releituras e m�sicas dos seus discos mais recentes, "O amor no caos" e "Can��es d'al�m-mar".
Ainda sob o impacto do distanciamento for�ado do p�blico que a pandemia imp�s aos artistas, Zeca diz que a experi�ncia de se apresentar ao vivo para uma plateia � “imbat�vel”. “Estou ansioso pelo reencontro e com saudades dos afagos e aplausos da plateia.”
Ele conta que o projeto nasceu sob encomenda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Eles me convidaram, h� cerca de quatro anos, para fazer um projeto que se chamava Poesia, ent�o, no qual v�rios artistas faziam um show intimista, falando das suas refer�ncias musicais e po�ticas. Quem quisesse poderia ler um trecho de um livro de poesia ou de prosa. Foi muito bacana, porque me fez mergulhar nas minhas pr�prias refer�ncias.”
Ele conta que o projeto nasceu sob encomenda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Eles me convidaram, h� cerca de quatro anos, para fazer um projeto que se chamava Poesia, ent�o, no qual v�rios artistas faziam um show intimista, falando das suas refer�ncias musicais e po�ticas. Quem quisesse poderia ler um trecho de um livro de poesia ou de prosa. Foi muito bacana, porque me fez mergulhar nas minhas pr�prias refer�ncias.”
Para a apresenta��o a convite da UFRGS, Zeca levou alguns livros de poesia, de autores como o mineiro Murilo Mendes (1901-1975) e o russo Maiakovski (1893-1930).
“Reaprendi a tocar algumas m�sicas de cantores e compositores da minha inf�ncia e que ouvia no r�dio, como Martinho da Vila e S�rgio Sampaio (1947-1994), entre outros. Levei at� uma vitrola para o palco, com alguns vinis. Isso fez a apresenta��o ser muito especial e por isso resolvi batiz�-la de ‘Jos�’.”
MERGULHO
O m�sico fez posteriormente outra apresenta��o similar em um pequeno teatro em S�o Paulo. “Mas acabou que esse show ficou para tr�s. Isso porque a demanda de apresenta��es com banda e as outras coisas foram ocupando o tempo e o espa�o. S� que, com a pandemia, tive tempo de fazer um mergulho em meus arquivos, relendo mat�rias de jornais e textos que escrevi ao longo desse tempo na estrada.”
Nesse mergulho, Zeca comenta que ouviu “novamente v�rias fitas cassete e DAT, al�m de MDs (mini-disc) que estavam guardados”. O processo foi, segundo diz, “uma verdadeira arqueologia”. E dele resultou a decis�o de retomar esse show, “porque � relativamente simples para viajar, com uma equipe pequena e somente eu com meu viol�o, no palco”, conforme aponta.
A reestreia do show se deu em S�o Paulo, no final do m�s passado. A segunda apresenta��o ser� amanh�, na capital mineira. Em 2022, o plano � fazer uma turn� pelo Nordeste e o Sul do pa�s.
“Esse show tem uma m�gica, uma for�a. Confesso que foi dif�cil chegar nessas can��es. Acho at� que vou fazer um repert�rio m�vel, porque muita coisa ficou de fora. Ent�o, a cada show vou modificando um pouquinho, pois s�o muitos anos de m�sica. Tamb�m toco algumas que nunca havia tocado”, diz o m�sico
Zeca pensa em filmar a apresenta��o e torn�-la dispon�vel no YouTube. “� um show visual, muito bonito cenicamente. Tem um cen�rio bonito e uma luz tamb�m bonita. De repente, pego tamb�m o �udio do show e coloco nas plataformas digitais.”
A mais recente apresenta��o de Zeca Baleiro em BH foi em outubro do ano passado, no dia de uma das reaberturas da cidade durante a pandemia. Ele fez um bem-humorado show no Cine Theatro Brasil Vallourec, que abriu com o coment�rio: “Cansada de live, n�, minha filha?”, ao encarar a plateia.
“Foi bem bom”, diz, sobre a apresenta��o. “De maneira que estou muito feliz em voltar � capital mineira, onde passei uma boa temporada.” Durante a pandemia, ele diz, acabou compondo muito.
“Fui for�ado a ficar em casa. A solu��o foi compor bastante. Compus com o Chico C�sar, estamos at� fazendo um disco para o ano que vem.” Outro parceiro de composi��es foi o amazonense Vinicius Cantu�ria. “Estamos preparando um disco, sem pressa, porque h� muita coisa a fazer ainda.”
A lista de parcerias n�o para por a�. “Fiz uma m�sica com Fl�vio Venturini, algumas com o Vicente Barreto e com o Paulinho Pedra Azul. Foi bem produtivo nesse sentido. Ainda n�o gravei nenhuma, s� compus mesmo, pois n�o estou com pressa. Hoje lan�a-se muita coisa pela facilidade, mas � preciso dar um tempinho para que o p�blico possa sentir saudade.”
Em sua opini�o, o formato mercadol�gico de lan�amento de singles vem funcionando muito bem. “� muito legal, a gente vai lan�ando uma m�sica de cada vez e, no final, junta tudo em um disco cheio. � um bom sistema. Antigamente era assim tamb�m, s� que em vez de single lan�ava-se um compacto com a m�sica de trabalho que depois era inclu�da no LP (vinil). A diferen�a ficava mesmo pela internet, que n�o havia naquela �poca.”
“JOS�”
Show de Zeca Baleiro. Nesta sexta-feira (10/12), �s 21h, no Grande Teatro do Pal�cio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos para a Plateia l: R$ 280 e R$ 140 (meia-entrada); Plateia ll: R$ 240 e R$ 120 (meia-entrada); Plateia lll: R$ 160 e R$ 80 (meia-entrada).