
Formado em 2018 pela vocalista Roberta Magalh�es, que aglutinou outras musicistas, o grupo come�ou a investir de forma mais aplicada em composi��es pr�prias no ano passado e prepara o lan�amento de seu primeiro �lbum, batizado “Eu quero � blues”, para o in�cio de 2022.
Roberta diz que o show gravado no Cine Theatro Brasil Vallourec � um “spoiler” do disco, j� que o repert�rio inclui algumas das 11 faixas que comp�em o trabalho, todas cantadas em portugu�s. O projeto Pra�a Sete Instrumental � voltado, como o nome indica, para a m�sica instrumental, mas, por se tratar de uma apresenta��o especial, que fecha a programa��o deste ano, abriu-se uma exce��o.
A apresenta��o da Ablusadas come�a focada nos cl�ssicos do g�nero, com composi��es de B. B. King, Eric Clapton, Willie Dixon e Robert Johnson, entre outros, mas depois segue para o repert�rio autoral da banda, segundo Roberta.
“Esse � um show especial, h�brido, que alterna a parte instrumental, em que a gente busca refer�ncias do blues tradicional, com nosso repert�rio autoral, que eu canto em portugu�s, o que ainda n�o � muito comum”, diz a vocalista, que tamb�m �, ao lado da baixista D�bora Coimbra, a autora das m�sicas.
Sobre o �lbum de estreia da banda, ela destaca que representa a consolida��o de um desejo alimentado desde a forma��o da Ablusadas. “A gente come�ou como cover mesmo, fazendo s� os cl�ssicos do blues, mas, desde o in�cio, a ideia era trabalhar com m�sicas autorais, que � uma forma de a gente contar nossas pr�prias hist�rias”, afirma.
Ela observa que “as letras confessionais, em que o autor fala de si e de sua vida, s�o uma caracter�stica marcante do g�nero, que, no entanto, � majoritariamente masculino, as mulheres nunca tiveram voz no blues”.
Com um single j� lan�ado, “Sinto saudades sim”, composto durante a pandemia e versando sobre a situa��o de isolamento, o grupo pretende lan�ar outro, da faixa-t�tulo, acompanhado de clipe, em janeiro do pr�ximo ano, e logo em seguida apresentar o �lbum completo.
S�NTESE
“Essa m�sica que d� nome ao disco e que a gente vai lan�ar como um segundo single sintetiza bem nossa proposta, porque fala justamente de dar mais espa�o para as mulheres no palco”, ressalta.
Ela conta que a banda nasceu de seu desejo de que houvesse uma maior representa��o feminina no blues. Roberta vinha de uma experi�ncia de 10 anos cantando em forma��es do g�nero, e ela era sempre a �nica mulher nos grupos que integrou. “Comecei a p�r em pr�tica a ideia de montar uma banda de mulheres. J� conhecia muitas que gostavam de blues, mas n�o se arriscavam a tocar. Parti da ideia de criar uma banda grande, com metais”, aponta.
Roberta conta que novas instrumentistas foram sendo agregadas e que, nos shows, sempre convidou mulheres para participa��es especiais. “Depois das apresenta��es, eu chamava as convidadas para fazer parte da banda e assim a gente foi se estruturando. Chegamos a ter oito integrantes e atualmente estamos numa segunda vers�o do grupo, porque houve muitas reformula��es durante esse per�odo da pandemia, com a sa�da e a chegada de novas musicistas.” Ela afirma que esse rod�zio reflete justamente a rede de mulheres instrumentistas que foi se consolidando em torno da banda.
A presen�a feminina est� n�o s� na forma��o do grupo, mas tamb�m na equipe que eventualmente � chamada a colaborar. “Quando participamos de eventos maiores, a gente vai chamar uma iluminadora, uma fot�grafa, uma produtora. A gente lan�ou uma cerveja, chamada TPM, que tamb�m � o nome de uma m�sica nossa, e ela � produzida por mulheres cervejeiras”, destaca.
“Durante a pandemia, ficamos focadas na reestrutura��o da Ablusadas e nos objetivos que quer�amos perseguir. Nosso desejo � nos aproximar das ra�zes do blues para apresentar nossa pr�pria leitura disso, ent�o nos concentramos muito nas composi��es. Aproveitamos essa pausa for�ada para fazer essa reformula��o e criar o repert�rio autoral; ent�o, nasce da pandemia nosso primeiro disco”, comenta.
PROJETO PRA�A SETE INSTRUMENTAL COM A BANDA ABLUSADAS
Nesta quarta-feira (15/12), �s 20h, no canal do Cine Theatro Brasil Vallourec no YouTube. Gratuito