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Estado de Minas M�SICA

Filarm�nica de MG encerra 2021 com a obra que concluiria a temporada 2020

Orquestra toca a 'Nona', de Beethoven, na Sala Minas Gerais, em suas �ltimas tr�s apresenta��es do ano, a partir desta quinta-feira (16/12)


16/12/2021 04:00 - atualizado 16/12/2021 07:27

Vista geral da Sala Minas Gerais ocupada por público
Depois de uma s�rie de aberturas e fechamentos ao longo da pandemia, a Sala Minas Gerais, que tem 1.493 lugares, agora est� autorizada a receber a capacidade m�xima de p�blico (foto: Bruna Brand�o/Divulga��o)
Composta por Beethoven (1770-1827), entre 1822 e 1824, a “Nona Sinfonia”, que estreou em Viena, em maio de 1824, n�o � somente uma das pe�as mais conhecidas do repert�rio cl�ssico. Uma das primeiras sinfonias a ter canto, a obra-prima do compositor alem�o tornou-se s�mbolo das aspira��es de igualdade e justi�a, dada a inclus�o, no quarto movimento, do poema “Ode � alegria” (1785), de Schiller (1759-1805).

Muito executada mundo afora, no per�odo natalino, a “Nona” encerraria, em 2020, a temporada da Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais. No ano passado, vale lembrar, a orquestra dedicou boa parte de sua programa��o a Beethoven , numa homenagem aos 250 anos de seu nascimento. O que n�o foi poss�vel executar no ano passado, em decorr�ncia da pandemia, vai finalmente ocorrer agora. E como se deve: com casa cheia, convidados e a orquestra em sua plenitude.

Desta quinta-feira (16/12) a s�bado (18/12), a Filarm�nica apresenta, na Sala Minas Gerais, a “Nona”, com reg�ncia de Fabio Mechetti, os solistas Marly Montoni, Ana Lucia Benedetti, Fernando Portari e Savio Sperandio e o coral Concentus Musicum de Belo Horizonte, sob a reg�ncia de Iara Fricke Matte.

N�o era o programa original. Como 2021 marcou o cinquenten�rio de morte de Stravinsky (1882-1971), a inten��o era encerrar o ano com os tr�s bal�s escritos pelo compositor russo. No entanto, o mais conhecido deles, “A sagra��o da primavera”, demanda uma orquestra com mais de uma centena de m�sicos no palco. Ent�o, houve essa impossibilidade. Dessa maneira, as tr�s noites ter�o in�cio com outro bal� de Stravinsky, “O p�ssaro de fogo” e terminar�o com a “Nona”.

Integrantes do coral Concentus Musicum vestidos de preto, de pé
O coral Concentus Musicum se apresentar� na Sala Minas Gerais com distanciamento entre seus integrantes (foto: Fabricio Halsmann/Divulgacao)

SEGUNDA DOSE

Adapta��o � algo que a Filarm�nica e seu regente e diretor art�stico t�m feito incessantemente, desde que a crise sanit�ria foi declarada, em mar�o de 2020. Com todos os integrantes e convidados j� vacinados com a segunda dose, a �nica modifica��o que foi feita para a execu��o da obra m�xima de Be-        ethoven foi um espa�amento maior entre os integrantes do coral.

“O coro, de 62 vozes, vai ficar espalhado em um espa�o de 160 cadeiras. Haver� uma cadeira entre cada um deles e uma fila entre cada uma delas. Do ponto de vista ac�stico n�o � o ideal, mas � a maneira mais segura que encontramos para a seguran�a dos cantores”, diz Mechetti. J� a orquestra estar� com pouco mais de 70 instrumentistas em cena. N�o � a totalidade da Filarm�nica (que conta com 90 m�sicos), mas � a quantidade que a “Nona” demanda.

Os quatro solistas convidados seriam os mesmos de 2020. E o retorno aos palcos, ainda mais com a “Nona”, � motivo de comemora��o. Baixo-bar�tono, Savio Sperandio comenta que, na m�sica cl�ssica, foram os cantores os que mais sofreram com a pandemia. “Quando a gente canta, sai uma nuvem de saliva. Isto acabou nos deixando limitados. Para se ter uma ideia, voltei a trabalhar somente em julho.”

De vestido azul e mão na cintura, Marly Montony sorri
(foto: Fabricio Halsmann/Divulga��o)

'' Para mim, interpretar a 'Nona' neste momento tem uma emo��o maior. Foi um ano bem dif�cil, em v�rios aspectos, e poder cantar esse texto incr�vel � uma forma de abra�ar e beijar, musicalmente, cada pessoa''

Marly Montony, soprano


M�SCARA

E ainda que agora os quatro solistas se exibir�o sem m�scaras (que s� ser�o retiradas na hora em que cada um canta), mas com bastante espa�amento, Sperandio comenta que, nos primeiros meses, teve que se apresentar com a prote��o. “O cantor l�rico n�o usa microfone, ent�o (com a m�scara) h� uma perda da qualidade de som. O mais dif�cil, no entanto, foi inspirar, pois quando fazemos isso a m�scara vai na garganta”, acrescenta.

Posteriormente, Sperandio relembra, foi criado um adaptador de m�scara, que, segundo ele, facilitou a vida de quem atua como cantor l�rico. Mas somente a vacina��o os liberou. Para ele, voltar a se apresentar com a Filarm�nica executando a “Nona” � motivo de muita honra. “A sinfonia traz sempre uma mensagem de esperan�a, paz, uni�o e respeito m�tuo. L� atr�s, quando comecei a carreira, foi uma mensagem que serviu muito a mim. E hoje, depois de tanta gente que perdeu familiares, ela traz uma mensagem de consolo.”

A soprano Marly Montony voltou aos palcos tamb�m neste semestre – e uma de suas primeiras apresenta��es foi no in�cio de setembro, quando interpretou Mozart, na Sala Minas Gerais. “Para mim, interpretar a ‘Nona’ neste momento tem uma emo��o maior. Foi um ano bem dif�cil em v�rios aspectos, e poder cantar esse texto incr�vel � uma forma de abra�ar e beijar, musicalmente, cada pessoa.”

Desde o in�cio deste m�s, com a flexibiliza��o dos protocolos sanit�rios em conson�ncia com o arrefecimento da pandemia, a Sala Minas Gerais pode receber o p�blico em sua totalidade (1.493 lugares). Mas durante um ano e oito meses foram sucessivas adapta��es. Parada entre mar�o e junho de 2020, �poca em que houve inclusive cortes salariais, a orquestra vem trabalhando, sem parar, desde ent�o.

J� houve v�rias fases. Quando autorizada a voltar �s atividades, ainda no ano passado, a Filarm�nica passou a fazer concertos com pequenas forma��es e sem a presen�a de plateia. Somente em novembro de 2020, o p�blico p�de voltar a frequentar a Sala Minas Gerais – mesmo assim, com somente 30% da capacidade. Os concertos presenciais foram at� dezembro. No in�cio deste ano, depois de apenas duas apresenta��es, uma vez iniciada a temporada 2021, em mar�o, novo fechamento.

Close no rosto do cantor lírico Savio Sperandio
(foto: Helio Sperandio/Divulga��o)

''A sinfonia traz sempre uma mensagem de esperan�a, paz, uni�o e respeito m�tuo. L� atr�s, quando comecei a carreira, foi uma mensagem que serviu muito a mim. E hoje, depois de tanta gente que perdeu familiares, ela traz uma mensagem de consolo''

Savio Sperandio, baixo-bar�tono


VOLTA GRADATIVA

Em julho, a casa voltou a contar com plateia e, ao longo dos �ltimos meses, a autoriza��o para ocupa��o foi sendo estendida – de 30% para 50% da sala, at� chegar aos 100%. Paralelamente ao p�blico, a orquestra, mediante o avan�o da vacina��o, foi crescendo em cena, at� chegar pr�ximo � sua totalidade, como veremos nesta semana – o ano de 2021 termina com 71 concertos e 43 transmiss�es ao vivo, via YouTube.

“Nossa vida n�o tem sido f�cil em v�rios aspectos. Mas seguimos a ci�ncia e tanto em rela��o ao n�mero de m�sicos quanto ao de pessoas na plateia, s� aumentamos quando encontramos as condi��es. Reaprendemos a tocar com um espa�amento (entre os instrumentistas) grande, biombos de acr�lico e cada um com sua partitura”, afirma Mechetti. 

O maestro observa que a vacina��o trouxe “um conforto” para as pessoas. “Mas acho que ainda exista uma resist�ncia grande. Mesmo agora, com nossa capacidade total, n�o temos tido na plateia a presen�a que t�nhamos, embora nesta semana estejamos com quase todos os ingressos vendidos. Acho que as pessoas est�o voltando a ter confian�a em comparecer.” 

Acreditando que o pior j� passou, o regente e diretor art�stico encerra o ano de olho no pr�ximo. Ap�s os tr�s concertos desta semana, a Filarm�nica entra em f�rias. O grupo retorna �s atividades no final de janeiro, para gravar obras compostas por Dom Pedro I – as grava��es, que remetem ao bicenten�rio da Independ�ncia, ser�o lan�adas pelo selo Naxos. 

J� em 10 e 11 de fevereiro de 2022, a orquestra inicia a nova temporada, com obras de autores brasileiros, em homenagem ao centen�rio da Semana de Arte Moderna de 1922. A expectativa � que o reencontro da Filarm�nica com seu p�blico se intensifique no novo ano. “Nosso neg�cio � a aproxima��o social, n�o o distanciamento”, diz Mechetti.

ORQUESTRA FILARM�NICA DE MINAS GERAIS

No programa, “O p�ssaro de fogo”, de Stravinsky, e a “Nona Sinfonia”, de Beethoven. Nesta quinta (16/12) e sexta (17h12), �s 20h30, e s�bado (18/12), �s 18h, na Sala Minas Gerais, Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto, (31) 3219-9000. Ingressos: de R$ 50 (inteira, mezanino) a R$ 155 (inteira, camarote). � venda no local e no site da Filarm�nica. A apresenta��o desta quinta ser� transmitida pelo canal do YouTube da Filarm�nica.

HOMENAGEM A ARAX�

Neste domingo (19/12), a Filarm�nica faz um concerto on-line em homenagem aos 156 anos da cidade de Arax�. Gravada em julho passado, em Inhotim, a apresenta��o, realizada em parceria com a CBMM, traz no repert�rio Beethoven, Rossini e Strauss, al�m dos brasileiros Alberto Nepomuceno, Cyro Pereira e Zequinha de Abreu. A reg�ncia � de Jos� Soares. O concerto ser� transmitido �s 11h, no canal da Filarm�nica do YouTube, neste link.  


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