Depois de Bob Dylan, Bruce Springsteen e Tina Turner, chegou a vez de David Bowie. Os direitos sobre a obra do m�sico brit�nico (1947-2016) foram vendidos para a Warner Chappell Music por valor que ultrapassou US$ 250 milh�es, de acordo com a revista norte americana Variety. A empresa n�o informou quanto pagou pela obra do m�sico.
Anunciada nesta segunda-feira (3/1), a transa��o ocorre em meio � onda de vendas lucrativas de cat�logos de estrelas do rock.
HEROES
No caso de Bowie, envolve centenas de can��es lan�adas nas seis d�cadas de carreira do cantor e compositor, incluindo os hits “Space oddity”, “Changes”, “Life on mars?” e “Heroes”.
Em comunicado, Guy Moot, diretor da Warner Chappell, afirmou que o cancioneiro de David Bowie mudou “a trajet�ria da m�sica moderna para sempre”.
No pr�ximo s�bado (8/1), o astro pop completaria 75 anos – ele morreu em 10 de janeiro de 2016, ap�s longa batalha contra o c�ncer.
“Estamos imensamente orgulhosos de termos sido escolhidos como guardi�es da heran�a de David Bowie, um cat�logo com o que h� de mais revolucion�rio, influente e duradouro na hist�ria da m�sica”, enfatizou Guy Moot.
O boom das aquisi��es de direitos musicais se deve ao interesse do mercado financeiro em carteiras lucrativas compostas por esses ativos. As negocia��es se aceleraram a partir de 2020, no contexto das mudan�as econ�micas impostas pela pandemia e da “explos�o” do streaming.
Compradores est�o de olho nos portf�lios de artistas capazes de gerar fluxos de renda est�veis a partir da explora��o de obras atemporais.
De acordo com especialistas, a valoriza��o desses cat�logos � anterior a 2020, mas disparou com a pandemia porque astros ficaram impedidos de realizar turn�s e shows com a decreta��o da pandemia. Os lucros podem ser grandes, vindos dos royalties por cada uso de uma can��o em download, filme ou an�ncio publicit�rio, por exemplo.
Desde 2020, investidores est�o cada vez mais interessados nesse fil�o da ind�stria musical, cujas receitas minguaram com a crise da sa�de.
Em dezembro do ano passado, o cantor e compositor americano Bruce Springsteen vendeu os direitos de seu cat�logo para a Sony por US$ 500 milh�es, valor calculado pela imprensa dos Estados Unidos. Isso inclui cl�ssicos do rock, como “Born in the U.S.A.” e “Streets of Philadelphia”.
Em dezembro de 2020, outro �cone da m�sica contempor�nea, o americano Bob Dylan, negociou por US$ 300 milh�es o seu cat�logo com a Universal Music.
Por sua vez, Stevie Nicks, integrante da banda Fleetwood Mac, vendeu parte majorit�ria de sua obra por US$ 100 milh�es.
Tina Turner, de 82 anos, seguiu o mesmo caminho, negociando com o grupo alem�o BMG. Com 12 est�tuas do Grammy na estante, a cantora recebeu cerca de US$ 50 milh�es.
O valor n�o foi divulgado oficialmente, mas a empresa informou, em comunicado, que Tina abriu m�o de sua parte da receita quando qualquer uma de suas grava��es solo – vindas de 10 �lbuns de est�dio e dois ao vivo – for tocada ou vendida.
SHAKIRA
A cantora colombiana Shakira tamb�m embarcou na onda. Ela vendeu seu cat�logo, com 145 can��es, para a Hipgnosis Sound Fund por cerca de US$ 300 milh�es, valor estimado pela imprensa.
“Sei que a Hipgnosis ser� uma grande casa para meu cat�logo e estou muito feliz por me associar a uma empresa dirigida por Merck Mercuriadis, que realmente valoriza os artistas e suas cria��es”, afirmou a estrela. Mercuriadis foi empres�rio de Elton John, Beyonc� e Iron Maiden.
A Hipgnosis adquiriu tamb�m os cat�logos da banda Red Hot Chilli Peppers, por valor estimado em US$ 150 milh�es, e do m�sico canadense Neil Young, por cerca de US$ 150 milh�es. (Com reda��o)