Uma exposi��o diferente, que parte do artista e sua obra para tanger diversas outras esferas, como hist�ria, geografia, costumes e comunica��o. � com essa proposta que o Consulado Geral da It�lia em Belo Horizonte e a Funda��o Cl�vis Salgado abrem, nesta ter�a-feira (11/1), na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, do Pal�cio das Artes, a mostra “Magister Raffaello”, concebida para celebrar os 500 anos da morte de Raffaello Sanzio, considerado um dos maiores artistas do Renascimento italiano.
Criada pela empresa italiana Magister Art, a exposi��o, que j� passou pelo Chile, Vietn�, �ustria, M�xico e Indon�sia, se vale de recursos tecnol�gicos e conte�do multim�dia para conduzir o visitante em uma viagem virtual ao Renascimento italiano e � trajet�ria de vida e obra do c�lebre pintor. No Brasil, Belo Horizonte � a segunda cidade a receber a mostra, que j� passou por S�o Paulo.
Com curadoria de Claudio Strinati, historiador de arte, especialista em pintura e escultura renascentista, e de Federico Strinati, gestor de promo��o e patrim�nio cultural, “Magister Raffaello” � dividida em seis m�dulos tem�ticos com grandes telas, nas quais conte�dos multim�dia narram as obras de Raffaello e seu percurso pelas cidades italianas em que desenvolveu sua arte, bem como apresentam os artistas que o influenciaram ou foram por ele influenciados.
“A Magister Art � uma empresa italiana que trata de obras de arte por meio de ferramentas de alta tecnologia. N�s somos o referencial dessa empresa em Belo Horizonte e, em parceria com a Funda��o Cl�vis Salgado, trouxemos para o p�blico da cidade”, diz o c�nsul italiano Dario Savarese, destacando que a Casa Fiat de Cultura tamb�m integra a a��o como promotora de uma programa��o paralela, que prev� pelo menos duas palestras – a primeira delas, intitulada “Raffaello e a idade de ouro do Renascimento”, ser� ministrada pela especialista Elisa Byington, em 26 de janeiro.
FORA DO CONVENCIONAL
Savarese ressalta que “Magister Raffaello” n�o � uma mostra convencional, onde o espectador vai encontrar as obras originais e aut�nticas do artista espalhadas pelo espa�o expositivo – o que, pelo custo e pelo cen�rio de pandemia, seria invi�vel. “Optamos por um novo tipo de experi�ncia, que � digital, inovadora, e que possibilita uma viagem simb�lica e metaf�rica pelas obras do artista, destacando particularidades da produ��o ic�nica de Raffaello Sanzio”, diz.Ele explica que os pain�is que comp�em cada um dos seis m�dulos tem�ticos da mostra levam o visitante a um percurso did�tico sobre o conjunto das experi�ncias do artista na It�lia. Raffaello morreu jovem, com apenas 37 anos, mas circulou bastante pela It�lia, produzindo sob as influ�ncias de cada cidade pelas quais passou, segundo Savarese.
“Al�m de ver as obras, o visitante pode captar aquela atmosfera do Renascimento italiano, adentrando os territ�rios que influenciaram a obra do artista. A mostra tamb�m cumpre esse objetivo, de criar roteiros tur�sticos � medida que lan�a um olhar sobre territ�rios italianos situados na Regi�o Central do pa�s, com cidades que s�o menos conhecidas e podem ser visitadas quando as condi��es sanit�rias permitirem”, diz.
TECNOLOGIA
Tamb�m para a presidente da Funda��o Cl�vis Salgado, Eliane Parreiras, “Magister Raffaello” � uma experi�ncia diferente de uma exposi��o convencional. Ela destaca o car�ter informativo da mostra. “Por meio da tecnologia, voc� consegue acessar, conhecer e se aprofundar na obra de Raffaello de uma maneira diferente, com outras camadas, o que vai al�m da simples frui��o de uma obra. � a tecnologia fazendo uma media��o cultural em que � poss�vel ver detalhes das obras, aspectos do estilo e da forma de pintura do artista. A partir da pintura de Raffaello, o visitante tem contato amplo com a produ��o do Renascimento, descobrindo como um artista influenciava o outro, as caracter�sticas e os estilos daquela �poca”, aponta.Savarese explica que cada um dos seis m�dulos em que a exposi��o est� dividida focaliza um determinado momento art�stico do pintor, e que esses momentos est�o intimamente ligados a uma regi�o da It�lia ou a uma cidade espec�fica.
Para balizar a exposi��o, os curadores criaram um aplicativo, que pode ser baixado, que traz informa��es sobre Raffaello, as cidades pelas quais passou e o per�odo Renascentista como um todo.
Eliane ressalta que o aplicativo permite o aprofundamento a partir do interesse do visitante em um determinado aspecto que as obras suscitem – hist�rico, geogr�fico, est�tico.
“� um conte�do muito vasto, em tr�s idiomas – portugu�s, ingl�s e italiano, ent�o contempla um p�blico muito amplo, desde a crian�a at� o adulto iniciado no Renascimento e na obra de Raffaello. S�o muitos caminhos e aspectos poss�veis”, observa.
MEDIA��O CR�TICA
Ela diz que esse recurso est� em conson�ncia com o programa de media��o cr�tica adotado pela Funda��o Cl�vis Salgado, no sentido de oferecer conte�do adicional para quem tem interesse em se aprofundar num determinado tema. “Claro que isso n�o extingue o papel dos arte-educadores, que estar�o presentes na galeria conduzindo visitas guiadas e orientando sobre a forma de se buscarem esses outros conte�dos”, ressalva.Os seis m�dulos que comp�em “Magister Raffaello” acabam por indicar os caminhos que o espectador pode seguir, segundo Eliane. “Eles s�o resultado de uma pesquisa dos curadores que tem foco tanto no Renascimento quanto no patrim�nio cultural material, constru�do ao longo dos s�culos na It�lia, e imaterial, com tudo o que aquele per�odo gerou nas linguagens art�sticas que surgiram depois. A partir disso, os m�dulos dividem as etapas de desenvolvimento da obra de Raffaello, a influ�ncia dele sobre outros artistas e a quest�o territorial na It�lia”, aponta.
A costura geral de todos esses aspectos � feita, naturalmente, a partir das grandes obras do artista, o mais jovem da trindade renascentista encabe�ada por Leonardo da Vinci e Michelangelo. Para Dario Savarese, a t�cnica aplicada a servi�o da beleza � a principal caracter�stica dos quadros de Raffaello.
“Ele tem um estilo claro e inconfund�vel. Foi um pintor que influenciou muito a hist�ria da arte mundial. Raffaello foi capaz de colocar na tela aquela beleza, que eu diria atemporal, do Renascimento italiano. Foi um mestre nisso”, diz. “Ele tinha um enorme poder de comunica��o. Chegou a um ponto em que n�o conseguia mais responder a todos os pedidos, isso porque foi um grande comunicador, fez um grande marketing de si mesmo”, acrescenta.
TRAJET�RIA
Raffaello Sanzio nasceu em Urbino, na It�lia central, em 1483, e morreu em Roma, em 1520. Pintou especialmente em Citt� di Castello, com os olhos sempre voltados para Perugia, a terra do pintor mais importante da �poca, Pietro Vannucci, conhecido como Perugino, cujo estilo assimilou.Sob forte recomenda��o da duquesa Giovanna Feltria della Rovere, Raffaello seguiu para Floren�a, onde conseguiu obter encomendas de fam�lias abastadas. Atalanta Baglioni, uma nobre perugina, muito influente na pol�tica e na cultura da It�lia central da �poca, que lhe confiou a tarefa de uma obra crucial, destinada � Igreja S�o Francisco: “O transporte de Cristo ao sepulcro”.
O sucesso triunfante dessa obra levou Raffaello � Cidade Eterna para a tarefa de pintar os aposentos papais. O roteiro que define a produ��o art�stica de Raffaello se tornou percurso tur�stico “alternativo”, que permite ao viajante conhecer de perto as ra�zes da produ��o art�stica italiana.
“MAGISTER RAFFAELLO – VIDA E OBRA DE RAFFAELLO SANZIO”
- Exposi��o ser� aberta a partir desta ter�a-feira (11/1), na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, do Pal�cio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro), e segue em cartaz at� 27 de fevereiro. Dias e hor�rios de funcionamento: de ter�a-feira a s�bado, das 9h30 �s 21h, e aos domingos, das 17h �s 21h. Entrada franca. Informa��es: (31) 3236-7400