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Estado de Minas DIVERSIDADE NA TELA

Atriz trans mineira A Maia vai � luta contra o preconceito na novela das 7

Marcella Maia, de 30 anos, aponta avan�o com sua presen�a e a de Nany People em "Quanto mais vida, melhor!". Transfobia fez com que ela se mudasse para a Europa


11/01/2022 04:00 - atualizado 11/01/2022 01:54

Usando blusa branca, a atriz transexual A Maia olha para a câmera
Para A Maia, � vit�ria importante ocupar os meios de comunica��o de massa para derrubar preconceitos (foto: Globo/reprodu��o)


Imenso. Esse � o tamanho da responsabilidade que A Maia carrega ao quebrar paradigmas por ser atriz transexual interpretando personagem cuja sexualidade n�o est� em foco. “� a quebra de paradigmas. � genial que o diretor Allan Fiterman e o autor Mauro Wilson tenham escolhido esse caminho”, comenta ela. “Faz a gente rever imagens do que j� est� bem consolidado. A Morte, muitas vezes, foi representada de forma t�trica. Fazer a personagem como mulher jovem e bela ressignifica alguns valores. Isso � importante em muitos sentidos”, afirma.

 

O preconceito � a base de muitas viol�ncias. Muitos desses valores t�m como representa��o a figura masculina, branca, h�tero, cis. Tudo isso � inven��o social, � conveniente. S�o valores constru�dos por grupos dominantes a sua imagem e semelhan�a

A Maia, atriz


MARGINALIZA��O E TABU

“Por muito tempo e ainda nos dias atuais, o caminho de uma pessoa trans segue o da marginaliza��o. Ainda existe muito preconceito, muito tabu, muita moraliza��o e discrimina��o. Tudo isso � viol�ncia em rela��o aos nossos corpos. Um papel desses, que n�o coloca � frente a quest�o de g�nero, � necess�rio”, explica A Maia.

A atriz se sente ainda mais desafiada porque Fernanda Montenegro e Patr�cia Pillar foram nomes cogitados para o papel.

A Maia, que se chama Marcella Maia, tem 30 anos. Mineira de Juiz de Fora, foi criada em Bras�lia, j� morou na Europa e tamb�m � cantora. Sua personagem A Morte “assombra” o quarteto protagonista, formado por Nen�m (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Fl�via (Valentina Herszage).



De acordo com a atriz, sua presen�a na novela ajuda a esclarecer a popula��o sobre quest�es de g�nero. “O preconceito � a base de muitas viol�ncias. Muitos desses valores t�m como representa��o a figura masculina, branca, h�tero, cis. Tudo isso � inven��o social, � conveniente. S�o valores constru�dos por grupos dominantes a sua imagem e semelhan�a”, observa. “Mas esses estere�tipos n�o representam a maioria. S�o diversos e plurais os corpos, os g�neros, as cren�as e as etnias”, comenta, observando que a compreens�o disso � a ado��o de pr�ticas mais inclusivas.

Embora essa discuss�o venha se ampliando, tamb�m aumenta a transfobia. Entre outubro de 2020 e setembro de 2021, 125 travestis e homens e mulheres trans foram assassinados no Brasil, de acordo com o projeto Transrespect versus Transphobia Worldwide (TvT), da ONG Transgender Europe (TGEU).

“As opini�es est�o mais escancaradas e p�blicas. � medida que vemos um levante e progressos, vemos tamb�m as rea��es e o �dio. Parece-me que hoje temos alguns avan�os nesse sentido, mas justamente num per�odo em que o �dio �s diferen�as foi institucionalizado. J� me senti insegura em muitos momentos”, revela.

TR�S PERGUNTAS PARA

A MAIA/ATRIZ


Em s�ries como “Todxs n�s”, da HBO, a liga��o com a causa LGBTQIA+ � mais clara por causa da tem�tica explorada no roteiro. Esse tipo de s�rie acaba levando a discuss�o apenas para um nicho, ao contr�rio da novela das sete?
 
Sim. A novela das 19h, que � um hor�rio nobre na TV, comunica em massa. A televis�o � cultura de massa, com grande alcance popular. Os assuntos s�o levados pensando nisso. Nas s�ries em canais fechados, o p�blico escolhe a programa��o, ent�o voc� “nicha” e fala com mais abertura sobre certos temas. � direcionado. Por isso, levar algumas discuss�es para o grande p�blico, que antigamente eram consideradas grande tabus, representa muitas vit�rias.

A novela tem outros personagens da comunidade LGBTQIA , como a Chefe e a personagem da Nany People. O caminho para a representatividade est� sendo percorrido, mesmo lentamente?

Sim, podemos ver alguns avan�os. Hoje, existem mais pol�ticas e espa�os de inclus�o e discuss�o. Podemos ver artistas trans em novela sem que sua sexualidade seja o foco. Trazer mais de uma artista trans para a trama � um ganho. As disparidades ainda s�o grandes, mas precisamos sempre enaltecer os ga-    nhos e lutar por mais avan�os.

Antes de “Quanto mais vida, melhor!”, voc� estava de mudan�a para Portugal. Essa mudan�a tem a ver com o preconceito e a viol�ncia no Brasil?

Morei na Europa por um tempo. O Brasil � o lugar do mundo que mais mata pessoas trans. Amo meu pa�s, mas, com esses �ndices, � imposs�vel voc� se sentir totalmente segura. Fora do pa�s, a vida, em muitos n�veis, acaba se tornando mais tranquila para trabalhar e viver.



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