Uma sensa��o de al�vio sobre a qual, no entanto, ainda paira uma sombra de apreens�o. Esse � o sentimento dos organizadores da Campanha de Populariza��o do Teatro & Dan�a de Belo Horizonte, cuja 47ª edi��o est� prevista para come�ar nesta quinta-feira (13/1).
Reduzida a pequena edi��o on-line em 2021, com apenas oito espet�culos no m�s de setembro, a campanha retorna em formato presencial ap�s dois anos, mas ainda sob o impacto da pandemia, acossada pela possibilidade de novo fechamento dos equipamentos culturais devido � alta de casos de COVID-19.
INSEGURAN�A NO SETOR
Em 2020, antes da pandemia, a programa��o reuniu 150 espet�culos, assistidos por 160 mil pessoas. Para este ano, est�o programados 87, sendo 25 estreantes. Dilson Mayron, coordenador-geral da campanha pelo Sindicato dos Produtores de Artes C�nicas de Minas Gerais (Sinparc), aponta que dois fatores explicam a redu��o: praticamente n�o houve estreias no ano passado e a inseguran�a dos produtores em rela��o � situa��o epidemiol�gica da cidade.“Muitos produtores de pe�as que t�m momentos de intera��o f�sica com a plateia, por exemplo, n�o quiseram participar. A gente entende e acata. Com os teatros fechados durante boa parte do ano passado, praticamente n�o tivemos estreias, o que tamb�m explica a programa��o um pouco mais enxuta”, diz.
Em 2022, todos os espet�culos que quiseram fazer parte da campanha foram inclu�dos na programa��o. Anteriormente, era necess�rio cumprir um per�odo m�nimo em cartaz. “O edital deste ano n�o colocou restri��o nenhuma, bastava os espet�culos serem profissionais”, afirma Mayron.
Outro obst�culo para o evento presencial foi o curto espa�o de tempo para sua organiza��o. O coordenador explica que a libera��o dos recursos por parte do Minist�rio da Cultura s� ocorreu em 24 de dezembro do ano passado.
''Nossos patrocinadores, Copasa e Unimed, j� tinham depositado o dinheiro, que ficou retido at� nosso prazo de execu��o expirar. Era necess�ria a prorroga��o do prazo de execu��o, ent�o ficamos insistentemente ligando para o Minist�rio da Cultura. Teve dia em que chegamos a ligar 250 vezes. E a prorroga��o s� foi publicada em 24 de dezembro. Come�amos a correr e pedir aos produtores que se inscrevessem''
Dilson Mayron, coordenador-geral da Campanha de Populariza��o
Outro obst�culo para o evento presencial foi o curto espa�o de tempo para sua organiza��o. O coordenador explica que a libera��o dos recursos por parte do Minist�rio da Cultura s� ocorreu em 24 de dezembro do ano passado.
“S� naquele momento a gente come�ou a montar a 47ª Campanha, que j� tinha at� expirado dentro da Lei Federal de Incentivo � Cultura. Por isso ela foi marcada para 13 de janeiro. Estamos fazendo em tempo recorde”, aponta.
“Nossos patrocinadores, Copasa e Unimed, j� tinham depositado o dinheiro, que ficou retido at� nosso prazo de execu��o expirar. Era necess�ria a prorroga��o do prazo de execu��o, ent�o ficamos insistentemente ligando para o Minist�rio da Cultura. Teve dia em que chegamos a ligar 250 vezes. E a prorroga��o s� foi publicada em 24 de dezembro. Come�amos a correr e pedir aos produtores que se inscrevessem. Mal tivemos tempo de nos reunir com as pessoas”, explica.
AL�VIO AP�S DOIS ANOS
Apesar das dificuldades, ele garante que atores, diretores e produtores est�o entusiasmados com a perspectiva de voltar a ocupar os palcos da cidade e reencontrar o p�blico. “Foram praticamente dois anos sem trabalhar. Os teatros reabriram no ano passado, mas muitos produtores n�o tiveram condi��es de voltar. Ou porque n�o conseguiram se reorganizar ou simplesmente porque estavam descapitalizados. Ent�o, agora, �s v�speras de come�ar a campanha, estamos todos muito felizes e empolgados. Parece um sonho”, diz.Presidente do Sinparc, R�mulo Duque diz que esta edi��o ser� especialmente significativa. “A campanha � um dos principais eventos da cidade. Muitos belo-horizontinos a aguardam como compromisso do calend�rio do in�cio de ano. O evento re�ne um p�blico fiel, al�m de sempre conquistar novos espectadores”, aponta.
Entre os raros estreantes no evento est� “Wilde.Re/Constru�do”, com texto e dire��o de S�rgio Abritta, uma das poucas pe�as que estrearam em 2021. Dilson Mayron destaca que uma novidade: o espa�o reservado � com�dia stand up, com noites espec�ficas ao longo deste m�s e de fevereiro. Humoristas da cidade v�o se cruzar no palco do Espa�o Alternativo do Shopping Cidade.
“Mais que nunca, qualquer forma de express�o � muito bem-vinda ao teatro. Criamos esse espa�o atendendo � solicita��o do Cristiano Junqueira. O stand up ainda sofre certo preconceito, mesmo no meio das artes c�nicas, mas a gente v� v�rios humoristas que v�m de fora e fazem muito sucesso aqui. Por que n�o dar apoio aos artistas locais? Fomos movidos por esse desejo”, destaca.
A programa��o contempla veteranos na campanha, como “Acredite, um esp�rito baixou em mim”, “Certos rapazes”, “Comi uma galinha e estou pagando o pato”, “Santinha do pau oco”, “Nas ondas do r�dio”, “P�rolas do Tejo” e “Auto da Compadecida”.
A expectativa de p�blico n�o passa por n�meros, diz Mayron. “Queremos apenas que as pessoas compare�am ao teatro, confiando na seguran�a do espa�o. Estamos come�ando do zero. Temos de ser realistas. Nos tempos �ureos, tivemos p�blico total de 400 mil pessoas na campanha; este ano, se tivermos 40 mil j� ser� um grande sucesso”, ressalta.
PREVEN��O E PROTOCOLO SANIT�RIO
Mayron n�o ignora que h� o risco de novo fechamento dos espa�os p�blicos devido � COVID-19. No entanto, observa que teatros s�o locais seguros, pois � poss�vel controlar a ado��o das medidas de preven��o e de protocolos sanit�rios.“Com o avan�o da vacina��o, parece que as pessoas jogaram a m�scara para cima. No final do ano passado, se voc� ia a um shopping, estava todo mundo circulando sem m�scara. Na rua, a mesma coisa. As pessoas fazendo festa como se nada estivesse acontecendo. N�o deu outra. Mas � por isso que digo que teatro � lugar seguro, pois � poss�vel fazer o controle, seguindo todos os protocolos. Ficamos apreensivos, mas confiamos no bom senso das pessoas”, diz.
Mayron garante que a organiza��o est� preparada para agir rapidamente diante de qualquer rev�s. “Se houver alguma mudan�a, a gente vai ter de tomar uma atitude. Estamos preocupados, mas sempre pensando em outras alternativas caso, por exemplo, tenha de haver um novo fechamento dos teatros. Torcemos para que isso n�o aconte�a, e seguimos refor�ando a necessidade de que todos se cuidem”, salienta.
O agendamento de nova data ou a ado��o do modelo on-line s�o sa�das poss�veis. “Estamos alertas. Antes, a gente fazia o planejamento com um ano de anteced�ncia, hoje n�o d� para programar muita coisa nem com uma semana”, observa.
Haver� dois postos f�sicos de venda de ingresss: no Shopping Cidade e no P�tio Savassi. “A maioria dos ingressos, com certeza, a gente vai vender pela internet. Facilita a vida das pessoas”, considera.
As entradas ser�o vendidas a pre�os populares nos dois postos do Sinparc, no Shopping Cidade e no P�tio Savassi, bem como pelo site vaaoteatromg.com.br, a R$ 20. Nas bilheterias dos teatros, o pre�o pode variar de R$ 42 a R$ 60, de acordo com cada produ��o.
47ª CAMPANHA DE POPULARIZA��O DO TEATRO & DAN�A de BH
Confira a programa��o em www.vaaoteatromg.com.br Postos de venda a pre�os populares (R$ 20): Shopping Cidade – Estacionamento G5 (Rua Tupis, 337, Centro). De segunda a s�bado, das 10h �s 19h, e domingo, das 10h �s 18h. Shopping P�tio Savassi – Piso L3 (Av. do Contorno, 6.061, Funcion�rios). De segunda a s�bado, das 12h �s 19h, e domingo, das 14h �s 18h. On-line: www.vaaoteatromg.com.br