Prontos para o casamento civil, Daiana (Cacau Prot�sio) e J�lio (Rafael Portugal) chegam ao cart�rio. S� que n�o contavam com a fila enorme em que se misturam aqueles que iriam se casar, os que queriam tirar atestado de �bito e os que estavam l� para alguma burocracia. Depois de muita espera, o casamento acontece – r�pido, sem gra�a e com uma ju�za que n�o lhes deu tempo nem de falar os votos.
O banho de �gua fria � o mote de “Juntos e enrolados”, com�dia de Eduardo Vaisman e Rodrigo van Derput que chega nesta quinta-feira (13/1) aos cinemas.
AFOGADO NA PISCINA
O tema de “Juntos e enrolados” vem sendo explorado na produ��o recente de Cacau para o cinema. Em sua primeira protagonista, a cabeleireira Neide de “A sogra perfeita” (2020), ela teve de encontrar uma nora para o filho e, assim, conseguir a sonhada liberdade.
Mais recentemente, foi novamente sogra, a umbandista Regina de “Amarra��o do amor” (2021), cujo filho est� para se casar com uma judia.
As diferen�as s�o tamb�m o ponto de fric��o da nova com�dia. Daiana � mandona e resolvida, enquanto J�lio, que ganhou o infame apelido de Perereca no dia do quase afogamento, � fraco, dominado por outras mulheres – a m�e e a ex-noiva.
� justamente a mensagem da ex, Melissa (Emanuelle Ara�jo), j� na hora da cerim�nia, que detona a confus�o. Daiana n�o pensa duas vezes e anuncia aos convidados que n�o haver� casamento, mas a festa vai continuar – ser� uma celebra��o de div�rcio.
Por�m, a gra�a est� mesmo no time de coadjuvantes. Os destaques v�o para Evelyn Castro e F�bio de Luca, a dupla de atores do Porta dos Fundos (tamb�m a “casa” do codiretor Rodrigo van Derput). Os dois fazem os melhores amigos dos noivos e, como boas “escadas”, roubam a cena.
COM A PEGADA DE TAT�
Ela � Suzie, al�ada ao posto de cerimonialista do cas�- rio. Ele � Carlos M�rio, o ombro que vai consolar J�lio quando o casamento for desfeito. Com timing que lembra muito o de Tat� Werneck, Evelyn Castro consegue arrancar risos da plateia.O elenco ainda traz muitos veteranos, a come�ar por Berta Loran, que chega aos 96 anos em mar�o, passando por Fafy Siqueira, Tony Tornado e Neusa Borges. O time, diverso e representativo, acaba desperdi�ado em uma com�dia que tenta muito, mas n�o decola.
“JUNTOS E ENROLADOS”
(Brasil, 2022, 94min, de Eduardo Vaisman e Rodrigo van Der Put, com Cacau Prot�sio, Rafael Portugal e Evelyn Castro) – Estreia hoje (13/1). BH 6, �s 15h10, 17h40, 19h55 e 22h10 (exceto s�bado e domingo) e 14h40, 17h30, 19h50 e 22h10 (s�bado e domingo). Boulevard 5, �s 17h20, 19h20 e 21h20. Cidade 5, �s 13h, 15h, 17h, 19h e 21h. Contagem 6, �s 13h15, 15h15, 17h15, 19h15 e 21h15. Del Rey 5, �s 13h15, 17h15, 19h15 e 21h15. Diamond 4, �s 19h30 e 21h50. Esta��o 6, �s 17h, 19h15 (exceto s�bado e domingo) e 21h30. Itaupower 3, �s 13h15, 17h10, 19h10 e 21h10. Minas 6, �s 13h10, 17h10, 19h10 e 21h10. Monte Carmo 1, �s 15h, 17h, 19h e 21h. P�tio 2, �s 13h (s�bado e domingo), 14h50 (exceto s�bado e domingo), 15h15 (s�bado e domingo), 17h30, 19h45 e 22h. Via Shopping 1, �s 17h05, 19h05 e 21h05.
''Pensei: sim, eu iria fazer o filme por mim, por todas as mulheres, por todas as negras, por todas as gordas e por todo o meu trabalho''
Cacau Prot�sio, atriz, a respeito do racismo que enfrentou durante as filmagens
TR�S PERGUNTAS PARA
CACAU PROT�SIO/ATRIZ
O elenco traz v�rios atores de diferentes escolas e gera��es. Como foi o clima no set?
Foi um presente. A gente ria muito, porque eles tinham hist�rias maravilhosas e t�nhamos prazer de ouvir. O set era divertido porque eles s�o engra�ados, piadistas e generosos ao mesmo tempo. Eles s�o sacanas demais, ent�o foi muito bom!
No final de 2019, voc� sofreu ataques racistas ap�s filmar sequ�ncia de “Juntos e enrolados” em um quartel do Corpo de Bombeiros (um bombeiro teria divulgado �udio com ofensas � comediante). O quanto hist�rias como essa machucam voc�?
Quando era nova, eu tinha o sonho de ser bombeira e por isso fiquei muito feliz com o papel. Foi muito dif�cil no decorrer do filme (os ataques virtuais), pensei em parar de rodar. Mas, na minha casa, pensei: sim, eu iria fazer o filme por mim, por todas as mulheres, por todas as negras, por todas as gordas e por todo o meu trabalho. Eu n�o mere�o isso. Foi muito desafiador por todos os motivos, mas hoje em dia vejo que valeu muito a pena! Os pretos e as mulheres pretas s�o v�timas de preconceito todos os dias. A estat�stica n�o mente.
Terezinha � um dos personagens marcantes do “Vai que cola”. O que a personagem representa para voc� e como foi voltar ao set sem o Paulo Gustavo?
Ela � t�o intensa, mulher�o, maravilhosa... S� sei que amo essa mulher escandalosa. (Sentimos) Um vazio enorme, uma tristeza sem fim, cora��o dilacerado, mas fizemos e voltamos por voc�s (o p�blico) e por ele, j� que o Paulo Gustavo mostrou que rir � um ato de muita resist�ncia.