
Jap�o, Dinamarca, Noruega, It�lia e But�o. Em 27 de mar�o, o Oscar de melhor filme internacional vai para um desses cinco pa�ses. “Drive my car”, “Flee – A fuga”, “A pior pessoa do mundo”, “A m�o de Deus” e “A felicidade das pequenas coisas” disputam a estatueta, depois de passar pela “peneira” que reuniu 92 produ��es. O Brasil ficou de fora, mais uma vez, ap�s tentar a chance com “Deserto particular”, de Aly Muritiba.
Destaca-se na “lista dos cinco” o japon�s “Drive my car”, que brigar� por estatuetas em outras tr�s categorias: melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado. � a produ��o com mais indica��es ao Oscar na hist�ria do cinema do Jap�o, a primeira a concorrer ao pr�mio de melhor filme.
MURAKAMI E TCHEKOV
Dirigido por Ryusuke Hamaguchi e baseado no conto hom�nimo de Haruki Murakami, o longa � protagonizado por Hidetoshi Nishijima. Ele interpreta o ator e encenador Yusuke Kafuku, convidado a encenar a pe�a “Tio V�nia”, de Anton Tchekov, num festival de teatro em Hiroshima.
No carro em que se desloca, dirigido pela jovem Misaki Watari (Toko Miura), Kafuku reflete sobre o trauma de sua vida pessoal: a morte da mulher, a dramaturga Oto (Reika Kirishima), a quem jamais conseguiu compreender. Naquele Saab 90, tanto o diretor quanto a motorista se deparam com o passado.
Outra produ��o que faz hist�ria no Oscar 2022 � a anima��o dinamarquesa “Flee – A fuga”, indicada a tr�s categorias: melhor filme internacional, melhor document�rio e melhor longa animado.
O diretor Jonas Poher Rasmussen se inspirou na hist�ria real de um amigo afeg�o, “marginalizado, gay e refugiado”, segundo ele. Sob o pseud�nimo de Amin Nawabi, que construiu bem-sucedida carreira acad�mica na Dinamarca, o personagem revela como deixou o pa�s natal, traumas que viveu e segredos guardados at� ent�o.
Rasmussen mescla anima��o e v�deos com imagens reais para narrar a jornada do afeg�o. Seu objetivo � oferecer nova abordagem sobre a quest�o dos refugiados, geralmente limitada, pela m�dia, a car�ncias materiais e impasses pol�ticos. O diretor busca revelar a individualidade de um ser humano que circunstancialmente vive em outro pa�s e sua complexidade psicol�gica.
At� agora, a �nica produ��o n�o falada em ingl�s que levou o Oscar de melhor anima��o foi o japon�s “A viagem de Chihiro”, de Hayao Miyazaki, premiado em 2001.
O italiano Paolo Sorrentino, vencedor do Oscar de filme estrangeiro em 2014 (o nome da modalidade mudou este ano para internacional) com “A grande beleza”, disputa a mesma categoria com “A m�o de Deus”, produzido pela Netflix.
Por meio do personagem Fabietto (Filippo Scotti), a “pseudoautobiografia” retrata a juventude de Sorrentino na cidade de N�poles, nos anos 1980, quando o argentino Diego Maradona era o astro do time da cidade.
FELICIDADE NO HIMALAIA
Autodenominado o pa�s “mais feliz do mundo” e encravado no Himalaia, o But�o concorre ao Oscar de filme internacional com “A felicidade das pequenas coisas”, dirigido pelo estreante Pawo Choyning Dorji, de 38 anos.
Conta a hist�ria do professor Ugyen (Sherab Dorji), enviado a contragosto para a “escola mais remota do mundo”, em Lunana. Chegando l�, ganha um iaque, bovino imenso que tem de criar na sala de aula por causa do frio. Vem da� o t�tulo original: “Lunana, um iaque na sala de aula”.
Conta a hist�ria do professor Ugyen (Sherab Dorji), enviado a contragosto para a “escola mais remota do mundo”, em Lunana. Chegando l�, ganha um iaque, bovino imenso que tem de criar na sala de aula por causa do frio. Vem da� o t�tulo original: “Lunana, um iaque na sala de aula”.
Fechando a lista, o longa noruegu�s “A pior pessoa do mundo” mistura drama e com�dia para contar a hist�ria de Julie (Renate Reinsve), que em breve far� 30 anos e n�o consegue se estabilizar na vida. Quando pensa ter encontrado um companheiro em Aksel (Anders Danielsen Lie), escritor de sucesso de 45 anos, conhece o jovem e bonito Eivind (Herbert Nordrum). � o terceiro filme da “Trilogia de Oslo”, do diretor Joachim Trier, que lan�ou “Reprise” (2006) e “Oslo, 31 de agosto” (2011).

ONDE VER
No Brasil, “A m�o de Deus” j� pode ser visto na plataforma Netflix. Em BH, “A felicidade das pequenas coisas” est� em cartaz nesta quarta-feira (16/2), �s 14h, na Sala 2 do UNA Cine Belas Artes.
Enquanto isso, o franc�s “Titane”, da diretora Julia Ducournau e vencedor da Palma de Ouro em Cannes, gerou pol�mica ao n�o ser indicado ao Oscar. Mesclando terror, crimes e vingan�a, o longa est� dispon�vel na plataforma Mubi, que o define como “coquetel molotov ao misturar pol�tica de g�nero, compaix�o familiar e desejo feminino”.
* Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria