
Celebrando a rainha das �guas, Camila Menezes lan�a nas plataformas digitais seu quarto single, “Samba pra Iemanj�”. Ampliando as experimenta��es da mineira com a viola caipira e ritmos brasileiros, o single � incrementado pela percuss�o de D�bora Costa.
Multi-instrumentista, compositora, arranjadora, maestrina e produtora, Camila faz parte da banda de indie pop Dolores 602 e do grupo Tutu com Tacac�, que funde ritmos mineiros e do Norte do pa�s.
MARACATU COM ELETR�NICA
O novo single chega depois do EP “Ben�a”, no qual a viola se juntou ao maracatu e � m�sica eletr�nica. Depois de apresentar a can��o em saraus e festival dedicado a composi��es femininas, ela decidiu grav�-la em est�dio.
“Samba pra Iemanj�” foi composto em 2016. Camila conta que, sem ela se dar conta, a letra relata epis�dio ocorrido com uma amiga, durante a inf�ncia. “Ela tem Iemanj� como orix� de cabe�a, ent�o fiz a m�sica pensando nisso. Peguei o viol�o, um caderno e as ideias flu�ram rapidamente. Em poucos minutos a m�sica estava pronta”, diz.
A “transi��o” da produtora para compositora come�ou h� algum tempo. “Rejo um coral que passou a gravar m�sicas autorais. Passei cerca de cinco anos em est�dio produzindo v�rios CDs, mais de 100 faixas, fiz os arranjos e acompanhei a produ��o. Ficava ao lado do t�cnico, vendo-o editar, mixar e masterizar. E eu ali, construindo com ele”, relembra.
Quando a pandemia come�ou, Camila decidiu compreender melhor o processo de grava��o. Estudava virtualmente, planejou seu est�dio caseiro. Com o surgimento da Lei Aldir Blanc, veio a chance de revelar seu projeto autoral.
“Quis me usar como cobaia, estudar mais a produ��o de �udio. J� tinha uma can��o para entrar nesse trabalho, que a banda Dolores 602 gravou, 'Azulamarelo'. Por�m, na releitura, decidi p�r viola caipira misturada com elementos eletr�nicos, pois eu queria nova sonoridade.”
“Azulamarelo” ganhou nova vers�o e Camila comp�s “Louva��o � minha m�e”, tamb�m para a viola caipira e com elementos eletr�nicos, inspirada na conviv�ncia dela com a m�e durante o confinamento social.
Outra da safra familiar foi “Parati”, feita para o pai. “Ele desencarnou em 2009, a gente tinha um autom�vel Volkswagen, modelo Parati”, explica.
FORA DA GAVETA
As tr�s can��es formaram o EP “Ben�a”, lan�ado em 2020. Deu certo; Camila recebeu elogios por seu trabalho solo e se animou a prosseguir. “Gostei muito da experi�ncia. N�o quero chegar ao futuro e ver que deixei m�sicas minhas na gaveta.”
“Samba pra Iemanj�” � especial para ela. “N�o sou umbandista, n�o tenho essa viv�ncia, mas estou lan�ando a m�sica com muito respeito”, ressalta. Quando mostrou a letra � amiga a quem homenageou, ouviu: “Voc� est� contando a hist�ria da minha vida”. Os versos falam de m�e e filha na beira da praia.
“Fiz um samba de roda da Bahia. N�o � o samba carioca, pois ele tem conga, prato e faca. E a viola caipira tamb�m faz parte desse tipo de samba”, explica.
A percussionista D�bora Costa teve papel fundamental no projeto. “Ela est� nesse feat comigo. Quis chamar de feat, de participa��o mesmo, para descentralizar um pouco a figura da cantora”, comenta Camila.
Antes da pandemia, a mineira planejava fazer um show tocando viola caipira. Teve de cancel�-lo, com a chegada da crise sanit�ria, e partiu para outras experimenta��es.
“Estou no meio de uma coisa que ainda n�o sei bem o que �. Vou descobrir com o tempo. Meu objetivo �, principalmente, me mostrar como produtora, como algu�m que faz arranjos e � capaz de gravar, mixar e masterizar. Estou aprendendo cada vez mais”, revela.Desde 2012, Camila Menezes � maestrina do Coral Casa de Aux�lio e Fraternidade Olhos da Luz, de Sabar�, que se dedica a v�rios g�neros musicais – tango, folk, canto coral tradicional e m�sica regional brasileira. Ela tamb�m d� aulas particulares de viol�o, baixo e ukulele. “E agora fa�o tudo em casa: gravo, edito, fa�o arranjos, mixagem e masteriza��o”, conclui.
SAMBA PARA IEMANJ�
Quem � que mora na beira do mar?
Semeia flores na beira do mar...
Quem � que bole as conchinhas na areia?
Sorrindo estrelas no mar de Iemanj�
Quando eu era pequena, minha m�e me falou
Quando eu fosse pro mar, buscasse lhe dar valor
Que pedisse licen�a ao imenso sem fim
Contemplando a beleza que estava diante de mim
Foi na beira do mar
Que mam�e me chamou
E na noite serena batizou de estrelas em nome do amor
Foi na beira do mar
Foi o mar que embalou
E hoje canto pra ela trazendo a ci�ncia de Nosso Senhor