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Estado de Minas S�RIE

Concurso de miss e suic�dio movem a trama de "Se�orita 89"

Produ��o que estreia no domingo (27/2) parte das disputas de beleza no M�xico do final dos anos 80 para falar de press�o est�tica e ind�stria do entretenimento


25/02/2022 04:00 - atualizado 25/02/2022 02:19

com vestidos longos de festa em ambiente iluminado, atrizes se aplaudem
Escrita pela argentina Luc�a Puenzo e produzida pelos irm�os chilenos Pablo e Juan Larra�n, a s�rie "Se�orita 89" questiona o papel das "f�bricas de misses" mexicanas (foto: STARZPLAY/DIVULGA��O)

Os produtores s�o chilenos, a criadora � argentina e a hist�ria, bem como o elenco, s�o mexicanos. “Se�orita 89”, com estreia neste domingo (27/2) na Starzplay, � uma produ��o com um tema universal que cala fundo aos latino-americanos: os concursos de miss. O t�tulo refere-se ao ano em que se passa a trama: 1989, ent�o auge da disputa.  

As 32 candidatas selecionadas para o concurso se re�nem em La Encantada, uma fazenda-ref�gio paradis�aca. A ideia � que, no per�odo em que passarem ali, elas se preparem para as etapas do processo. Mas o local esconde segredos, como tamb�m as pr�prias candidatas e toda a equipe envolvida.

O primeiro epis�dio come�a em alta combust�o: em uma grande festa, uma das jovens se mata na frente de todos. A partir da trag�dia, a hist�ria acompanha, em flashbacks, a trajet�ria das envolvidas. � uma narrativa com v�rias protagonistas, todas mulheres. Quatro misses, bem como uma universit�ria que resolve dar aulas para as misses, como uma forma de lev�-las para al�m da quest�o est�tica, e a respons�vel pelo concurso.

VIL� 

A atriz mexicana Ilse Salas interpreta Concepci�n, a chefe de tudo. “No come�o da hist�ria, ela � apresentada s� como uma vil�. Para mim, � uma personagem muito mais complexa. Assim como qualquer monstro, n�o se nasce como tal, mas se torna um por causa das circunst�ncias. E as de Concepci�n est�o em seu passado”, diz.

Assim que chegam a La Encantada, as candidatas t�m que assinar um documento em que abrem m�o de muita coisa, inclusive da pr�pria liberdade. N�o podem ir e vir, al�m de ter que seguir regras r�gidas.

Diretora e roteirista argentina, Luc�a Puenzo, quando recebeu o convite dos irm�os Pablo e Juan de Dios Larra�n, da produtora chilena Fabula, ouviu deles apenas que queriam uma s�rie sobre o “mundo da beleza”. “Nunca foi um tema que tenha me interessado”, ela diz. � medida que come�ou a pesquisar o universo das misses, ela viu que havia “linhas vermelhas” e que poderia colocar outros temas, “como um cavalo de troia” na narrativa.

“O que me fascinou � que a hist�ria falaria tamb�m de pol�tica, da ind�stria do espet�culo, da m�dia. Quando entendi que na d�cada de 1990 os concursos de miss eram centrais no M�xico, que eram como f�brica de misses, eu entrei de cabe�a na hist�ria”, comenta Luc�a. 

De acordo com ela, na proposta original, a s�rie giraria em torno de uma universit�ria branca que entraria no concurso. “Achei muito perigoso. Ent�o resolvemos incluir como protagonistas quatro candidatas bem diferentes de outras regi�es do M�xico, al�m da Concepci�n.”

Para Ilse Salas, s�o v�rias as quest�es tratadas. “Abuso � um deles. Mas tamb�m sororidade e estere�tipos que normalizamos por muitos anos. A s�rie acaba questionando como eles afetam nossa vida enquanto mulheres e na sociedade em geral.”


J�RI 

A atriz diz que come�ou a se preparar para o papel por meio das lembran�as que tinha dos concursos. “No M�xico, nos anos 1980, era um programa das fam�lias passar os domingos assistindo aos concursos. Olhando agora, percebi um monte de coisas que n�o tinha visto quando crian�a. Na �poca, a gente falava: ‘Aquela ali � feia, por que ela est� l�?’. Eu era terr�vel, assim como milh�es de outras pessoas. O j�ri era quase todo formado por homens brancos. Por que teriam que ser eles, sempre no topo na pir�mide, a dizer como as coisas teriam que ser?”

Filha do cineasta argentino Luis Puenzo, vencedor do Oscar (o primeiro de um pa�s latino-americano na categoria filme internacional) por “A hist�ria oficial” (1985), Luc�a est� no universo do cinema desde que se entende por gente. “�ramos como uma fam�lia de ciganos, sempre viajando para filmar. E n�o s� meu pai, mas minha m�e, meus tios, todos trabalhavam nos filmes. Eu era do tipo que n�o queria ir para escola para poder acompanhar meu pai filmando.”

Ela diz que a ind�stria audiovisual tem mudado muito rapidamente. “Meu primeiro longa, ‘O m�dico alem�o’ (2013), foi uma coprodu��o da Argentina com pa�ses europeus. Desde ent�o, tudo o que fiz depois, seja filmes ou s�ries, foi em coprodu��o n�o mais com a Europa, mas com pa�ses da Am�rica Latina. Vejo essas produ��es como um grupo de pessoas de v�rios pa�ses que se uniram para fazer algo juntos. A COVID, de certa maneira, antecipou o futuro muito rapidamente. Al�m disso, o streaming aceita nossa l�ngua. Antes, me pediam hist�rias universais em ingl�s, que eu odiava. Agora, pedem em espanhol. Querem escutar a nossa l�ngua”, diz.

“SE�ORITA 89”

 S�rie em oito epis�dios. Os dois primeiros estreiam neste domingo (27/2), na Starzplay. Os demais ser�o lan�ados semanalmente, sempre aos domingos


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