Brasileiro indicado ao Oscar quer levar moradores de rua � cerim�nia
Pedro Kos � codiretor do curta "Onde eu moro", que concorre � estatueta. Ele pretende ir � festa no pr�ximo dia 27 com alguns dos personagens do filme
Ronnie "Astaire do futuro" Willis tem forma��o cl�ssica em bal� e hoje vive na rua. Ele dan�a no Hollywood Boulevard para sobreviver
Netflix/Divulga��o
Uma noite por ano, Hollywood recebe todo o glamour do Oscar, mas sua Cal�ada da Fama � onde diariamente pessoas em situa��o de rua v�o dormir. Esses mundos totalmente contrastantes se encontrar�o no pr�ximo dia 27, gra�as ao desejo dos diretores de um document�rio sobre a crise dos sem-teto, indicado � estatueta, de convidar seus personagens para o tapete vermelho.
“Espero que no dia da cerim�nia possamos mostrar um pouco dessa conviv�ncia e conscientizar sobre essa humanidade que est� ali, literalmente do outro lado da rua, e que ignoramos h� muito tempo”, disse o brasileiro Pedro Kos, codiretor do curta-metragem “Onde eu moro”. "Esperamos poder levar dois ou tr�s deles conosco", acrescentou seu parceiro na dire��o do filme, o americano Jon Shenk.
O document�rio, dispon�vel na Netflix, segue durante tr�s anos v�rias pessoas desabrigadas e em situa��o de vulnerabilidade em Los Angeles, S�o Francisco e Seattle. Mostra de forma �ntima suas rotinas e suas dificuldades nas ruas, assim como suas esperan�as de sair delas.
DAN�A
Entre as pessoas que acompanham est� Luis Rivera Miranda, um homem de meia-idade que tem um cachorro e que come�a um romance com uma mulher tamb�m sem-teto; e Ronnie "Astaire do futuro" Willis, que dan�a na Hollywood Boulevard na frente de turistas como seu ganha-p�o.
"Ele tem uma hist�ria extraordin�ria: algu�m com forma��o cl�ssica em dan�a que dan�ou com Janet Jackson, coreografou o sucesso 'Thong song'”, de Sisqo, e "viveu tempos muito dif�ceis, infelizmente, por v�rias raz�es", explicou Kos.
Segundo os cineastas, parte do problema � que muita gente v� as pessoas vivendo nas ruas de forma desumanizada e se convence de que elas s�o respons�veis por sua trag�dia.
Ao abordar as causas que as empurraram para as ruas, o filme elenca v�rios fatores, como defici�ncias, rejei��o de suas fam�lias por serem trans e depress�o.
"Esperamos que o document�rio possa fornecer uma nova perspectiva, que d� um rosto ao que est� acontecendo", disse Shenk. "Eles s�o americanos, s�o nossos vizinhos, t�m direitos, s�o pessoas."
Os diretores abra�aram seus personagens e ganharam sua confian�a trabalhando com organiza��es de apoio aos moradores de rua.
ABRIGOS
Em vez de entrevist�-los diretamente, Shenk colocou sua c�mera em abrigos onde pessoas ali atendidas participaram de entrevistas de "an�lise de vulnerabilidade", e saiu da sala para permitir que discutissem mais livremente sua situa��o.
Shenk e Kos n�o prop�em uma solu��o para esse problema, o que cabe �s autoridades dos munic�pios, mas acreditam que simplificar a enorme burocracia dos programas sociais dispon�veis para os sem-teto poderia ser um come�o.
O document�rio aponta que a pol�tica de n�o despejo adotada durante a pandemia da COVID-19 ir� expirar em breve, possivelmente agravando ainda mais a crise.
"N�o temos d�vidas de que estamos passando por uma gigantesca crise humanit�ria nos Estados Unidos", ressaltou Shenk.
*Para comentar, fa�a seu login ou assine