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Estado de Minas M�SICA

Caetano Brasil faz sua homenagem ao mestre com disco dedicado a Pixinguinha

"Pixinverso - Infinito Pixinguinha" tem 10 faixas que incluem cl�ssicos e a primeira grava��o de uma partitura do mestre do choro


28/03/2022 04:00 - atualizado 27/03/2022 20:13

de chapéu, calça, camisa e colete com diversos botões, Caetano Brasil apoia o clarinete no ombro direito e sorri
Mineiro de Juiz de Fora, o clarinetista Caetano Brasil lan�a o �lbum "Pixinverso - Infinito Pixinguinha", com releituras de 10 m�sicas do mestre do choro, que incluem seus cl�ssicos e uma partitura in�dita em grava��o (foto: Igor Tibiri��/Divulga��o)
Gravar um disco com m�sicas de Pixinguinha (1897-1973) era uma das vontades do clarinetista, saxofonista e compositor Caetano Brasil. Agora, o m�sico mineiro consegue realizar o velho sonho e lan�a nas plataformas digitais o �lbum “Pixinverso – Infinito Pixinguinha”. 

Com 10 faixas do compositor carioca, esse � o terceiro �lbum de Caetano, que foi indicado ao Grammy Latino, em 2020, com o CD “Cartografias”, na categoria  Melhor �lbum instrumental.

O novo trabalho traz, em primeir�ssima m�o, a grava��o da in�dita can��o “Quebra cabe�a”. Para o artista, “Pixinverso – Infinito Pixinguinha” � um disco focado em estreitar os la�os entre o choro, o jazz contempor�neo e a world music. Al�m de Caetano, participaram das grava��es Guilherme Veroneze (piano), Gladston Vieira (bateria) e Adalberto Silva (baixo).

O �lbum traz ainda as participa��es especiais do Quarteto Scherzo, formado por Vin�cius Faza (violino), Ana Paula Lacerda (violino), Alfredo Kollarz (viola) e Mirele Kollarz (violoncelo), de Laura Concei��o (voz e texto original da faixa 3), Leandro Domith (acordeom) e Pedro Paes (clarone).

O clarinetista conta que acalenta esse projeto ao lado dos amigos instrumentistas desde 2013. “Estamos, nesses nove anos, pesquisando uma maneira de tocar juntos. E depois de dois �lbuns autorais, quis trazer nesse disco uma releitura para um repert�rio que � o meu de musicaliza��o. Fui apresentado e pude tocar um instrumento a partir desse repert�rio, de conhecer o choro, a obra de Pixinguinha, e isso foi um encontro forte e marcou o meu jeito de ver a m�sica.”
 
GIGANTE 
Mais tarde, o artista expandiu seu repert�rio, mas afirma que tudo acaba passando pelo filtro do choro, da m�sica brasileira, da forma como aprendeu a fazer e compartilhar m�sica. “E nesse �lbum quis fazer uma sele��o, tanto de coisas consagradas do Pixinguinha, mas apresentando o meu olhar particular para as pessoas que entrassem em contato com o �lbum e, ao mesmo tempo, usar esse espa�o para mostrar essa obra t�o gigante.”

Ele ressalta que h� muitas coisas que as pessoas acabam por n�o conhecer. “Ent�o, havia m�sicas pelas quais eu j� nutria uma afetividade e outras tamb�m para pesquisar, como foi o caso da in�dita ‘Quebra cabe�a’, uma can��o que teve suas edi��es originais de partituras esgotadas. Foi relan�ada em um livro chamado ‘Pixinguinha: In�ditas e redescobertas’ (IMS – 2012), no qual a conheci, mas apenas a partitura. Essa grava��o que fizemos � a primeira oficial na hist�ria.”

Caetano acredita que � uma oportunidade �mpar de buscar uma reconex�o com o Brasil verdadeiro. “Um Brasil que vai muito al�m de camisa da CBF... Acho que � um Brasil ancestral, preto, que fala da nossa ess�ncia como povo, da nossa dor, da nossa velhice. Acho que o choro tem essa caracter�stica, o retrato muito fiel da nossa hist�ria, de quem a gente � e que tem o Pixinguinha, acredito, como  embaixador maior.”

O m�sico lembra que a escolha do repert�rio foi um desafio. “Primeiro, entendi que, para falar de Pixinguinha, n�o poderia deixar cl�ssicos de fora, como ‘Carinhoso’, ‘Rosa’ e ‘Um a zero’. Comecei por essas, que seriam escolhas naturais. Mas, quanto �s outras, foi todo um processo de escolha. Tenho um quadro de avisos em casa, no qual escrevia e rabiscava, pensando sempre como iria conseguir fazer essa s�ntese, at� chegar nessas 10 m�sicas. E fui escrevendo os arranjos daquelas que tinha a certeza de que n�o ficariam de fora, ouvindo e reouvindo as grava��es originais e tentando perceber como poderia dar melhor esse recado.”

NUANCES 
Caetano dividiu o repert�rio em dois trechos. “O primeiro � como se fosse o Lado A, que tem os cl�ssicos; em rela��o �s outras eu quis correr para um lugar no qual poderia trazer mais nuances. Isso porque esse disco se baseia em um repert�rio de choro. Mas n�o sei definir se ele � realmente um �lbum de choro, por causa das minhas interven��es, que trouxeram influ�ncias do jazz e da world music de uma forma geral, al�m de pesquisas que realizei no meu trabalho anterior, sobre m�sica folcl�rica e tradicional de v�rios lugares do mundo. Isso foi transformando a forma de apresentar as m�sicas.”

O m�sico explica que foi entendendo tamb�m como o repert�rio de Pixinguinha poderia lhe dar espa�o. “A m�sica dele � t�o generosa que me daria espa�o para mostrar nuances. Ent�o, foi uma coisa que levou alguns meses para ser fechada e, no processo de confec��o dos arranjos, fui entendendo o que complementaria melhor o que contar dessa hist�ria.”

Ele lembra que a m�sica “Naquele tempo” foi lan�ada como single em fevereiro passado. “� um feat com a Laura Concei��o, de quem sou muito f�, que � uma poetisa de Juiz de Fora, maravilhosa, ligada � cultura do hip- hop. Ela fez uma abertura para essa parte, e o Est�dio TEI de design, de Juiz de Fora, confeccionou um clipe de anima��o para essa pe�a, que foi lan�ado junto com o single. Em abril lan�aremos o clipe de ‘Solu�os’ que � uma faixa desse lado B do �lbum.”

Caetano explica que � um clipe no qual flerta com a linguagem da dan�a. “Ele tem uma linguagem diferente para o universo da m�sica instrumental, na qual, normalmente, os clipes s�o com as pessoas tocando. Quis fugir um pouco disso, buscando continuar na proposta que o disco tem da intera��o da linguagem, que vejo como uma tend�ncia da arte contempor�nea.”

As bases do disco foram gravadas na cidade de S�o Jo�o Nepomuceno (MG), no Est�dio Vers�o Ac�stica; as participa��es do Quarteto Scherzo, Laura Concei��o e Leandro Domith foram gravadas em Juiz de Fora, no Est�dio Sensorial. Pedro Paes gravou seu clarone em Piedade, no interior paulista.

Caetano esclarece que, nesse momento, est� concentrado em divulgar o projeto. “Lan�aremos mais um single-clipe deste disco, em 23 de abril, quando � anivers�rio do choro e de Pixinguinha. Estamos tamb�m programando a��es para explorar esse material que produzimos e tentar, de alguma forma, vencer um pouco a efemeridade do mercado. Vamos concentrar for�as nesse projeto, que deu bastante trabalho e pelo qual temos muito carinho.”
Capa do CD 'PIXINVERSO - INFINITO PIXINGUINHA'

“PIXINVERSO – INFINITO PIXINGUINHA”
Disco de Caetano Brasil
10 faixas
Dispon�vel nas plataformas digitais

 





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