
Na Semana da Conjura��o Mineira, quando se lembram “os 230 anos do sacrif�cio de Tiradentes”, e no ano do bicenten�rio da Independ�ncia do Brasil, Ouro Preto, na Regi�o Central do estado, valoriza ainda mais as p�ginas da hist�ria com a chegada de uma obra importante.
Em cerim�nia na tarde desta ter�a-feira (19/4), no Museu da Inconfid�ncia, haver� a entrega oficial do livro “Tractado da cultura dos pessegueiros”, traduzido do original franc�s e editado pelo padre inconfidente Manoel Rodrigues da Costa (1754-1844), com publica��o em Lisboa, Portugal, em 1801.
A doa��o do exemplar ao museu – iniciativa do munic�pio de Ouro Preto, com apoio do historiador Edson Brand�o e patroc�nio de empresa privada – mostra que a grandeza do patrim�nio se faz com edifica��es, objetos, documentos e tamb�m com os livros.
“O 'Tractado da cultura dos pessegueiros', obra rara a ser exposta a partir de maio, ficar� ao lado dos paramentos usados pelo padre Manoel Rodrigues da Costa, j� � mostra no Museu da Inconfid�ncia. Temos ainda uma biblioteca no anexo, a Casa do Pilar”, informa o diretor do museu, Alex Calheiros.
Com enfoque em tema agr�cola, o livro em l�ngua portuguesa tem 136 p�ginas, 16 estampas e texto original atribu�do a De Combles, com o t�tulo original “Trait� da la culture des p�chers”. Foi escrito provavelmente na primeira metade do s�culo 18.
REBELDE NONAGEN�RIO
Nascido no antigo Arraial da Igreja Nova, atual Barbacena, o padre Manoel Rodrigues da Costa foi o mais longevo dos inconfidentes – viveu 90 anos – e um dos mais cultos. Possu�a biblioteca, ent�o raridade em Minas Gerais no per�odo colonial.
O sacerdote vivia em sua Fazenda do Registro, remanescente da abertura do Caminho Novo da Estrada Real, pouso de tropeiros e visitada regularmente por Joaquim Jos� da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792), expoente m�ximo da Inconfid�ncia Mineira, al�m de destino das comitivas de Dom Pedro I (1798-1834) em duas ocasi�es (1822 e 1831).

“Sabemos que, al�m de leitor, ele tamb�m produziu manuscritos e um livro de temas agr�colas”, observa Brand�o.
Na condi��o de “condenado e inconfidente”, o religioso, com atividade pol�tica intensa, foi degredado para Portugal e l� viveu na clausura.
“Nesse per�odo, o padre colaborou como tradutor e tip�grafo na c�lebre tipografia do Arco do Cego, ativa entre 1799 e 1801, casa editorial inovadora por seus temas enciclop�dicos e ricas ilustra��es”, explica Brand�o no texto de divulga��o do evento desta ter�a-feira, que ser� realizado no audit�rio do anexo do Museu da Inconfid�ncia, no Centro de Ouro Preto.

O raro exemplar, “comprovadamente aut�ntico”, destinado ao Museu da Inconfid�ncia pertenceu � cole��o da Quinta das L�grimas.
O Museu da Inconfid�ncia abre de ter�a-feira a s�bado, das 9h �s 17h. Nesta quinta-feira (21/4), funcionar� a partir do meio-dia, devido �s cerim�nias do Dia da Inconfid�ncia.
No pr�ximo domingo (24/4), o equipamento cultural ficar� aberto, excepcionalmente, das 9h �s 17h, com entrada franca.
