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Estado de Minas CINEMA

"Deus e o diabo na terra do sol" ser� lan�ado pela segunda vez em Cannes

Restaurado em vers�o 4k, cl�ssico de Glauber Rocha ser� exibido em se��o dedicada � preserva��o do patrim�nio cinematogr�fico mundial


03/05/2022 04:00 - atualizado 03/05/2022 07:54

Othon Bastos como Corisco no filme Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha
Com Othon Bastos vivendo Corisco, filme � considerado o mais importante do cineasta baiano (foto: Copacabana Filmes/Divulga��o)

"�, sobretudo, uma maneira de recolocar o Glauber no local onde ele pertence, o certame dos grandes diretores do mundo (...) Tem uma frase que eles empre dizia: 'o novo � o eterno'"

Paloma Rocha, filha de Glauber



Lan�ado no Festival de Cannes de 1964, quando concorreu � Palma de Ouro, “Deus e o diabo na terra do sol”, segundo longa de Glauber Rocha (1939-1981) e considerado o mais importante de seus filmes, ganha segundo lan�amento no evento franc�s.

Restaurado em vers�o 4K, ele ser� exibido na se��o Cannes Classics, dedicada a filmes cl�ssicos e � preserva��o do patrim�nio cinematogr�fico mundial. A 75ª edi��o do festival ser� realizada entre 17 e 28 deste m�s.

A c�pia restaurada ficou pronta em fevereiro, depois de um longo processo iniciado em 2019. A iniciativa partiu do realizador brasiliense Lino Meireles, que se uniu a Paloma Rocha, filha de Glauber. “Quando fazia o document�rio ‘Candango: Mem�rias do festival’ (2020), sobre o cinema brasileiro, procurei filmes da cinematografia nacional que n�o estavam dispon�veis. Me deu vontade de trabalhar com restaura��o.”

Como Paloma tamb�m mora em Bras�lia, os dois se uniram para o projeto. O processo foi iniciado tr�s anos atr�s e interrompido em decorr�ncia da pandemia. A recupera��o foi feita a partir dos negativos, sob a guarda da Cinemateca Brasileira, em S�o Paulo.

QUADRO A QUADRO

Realizada pela Cinecolor, a restaura��o come�ou com o escaneamento dos negativos, quadro a quadro. “Foi criada uma matriz digital e depois foi feita a restaura��o do som (a cargo do Est�dio JLS)”, conta Meireles.

Os originais, ele diz, estavam em perfeitas condi��es. “Qualquer projeto de recupera��o (f�lmica) no Brasil s� � poss�vel por causa das cinematecas. Quando come�amos, est�vamos com a perspectiva desta ‘anticultura’”, acrescenta, referindo-se ao processo de sucateamento que a �rea cultural vem sofrendo em �mbito federal nos �ltimos anos.

"Estamos com os direitos para negoci�-lo e espero que haja muito interesse, pois continua sendo o filme brasileiro mais reconhecido do mundo''

Lino Meireles, diretor



A Cinemateca Brasileira, que desde mar�o est� com nova diretora, reabre em 13 de maio para o p�blico, com mostra dedicada � obra de Jos� Mojica Marins. A institui��o, que em governos anteriores j� vinha sendo relegada a segundo plano, ficou fechada nos �ltimos anos – o descaso do atual governo federal acabou levando ao inevit�vel. Em julho de 2021, um novo inc�ndio tomou conta do pr�dio – parte da obra de Glauber foi perdida.

Para Paloma Rocha, a sele��o para o Cannes Classics � n�o s� “o reconhecimento ao filme, mas �, sobretudo, uma maneira de recolocar o Glauber no local onde ele pertence, o certame dos grandes diretores do mundo.” 
 
Para ela, exibir “Deus e o diabo” restaurado � uma forma de relan�ar as ideias do pai. “Tem uma frase que ele sempre dizia: ‘O novo � o eterno’”.

OUTRAS TELAS 

Filmado em 1963, “Deus e o diabo” acompanha Manoel (Geraldo Del Rey), pobre e explorado, que depois de assassinar seu patr�o passa a peregrinar pelo sert�o com sua mulher, Rosa (Yon� Magalh�es), em busca do mar prometido pelo beato Sebasti�o (Lidio Silva).

Ap�s a morte de Sebasti�o, assassinado por Rosa, o casal volta a peregrinar at� encontrar um novo l�der, o cangaceiro Corisco (Othon Bastos). Nessa jornada, ele tem em seu encal�o o mercen�rio Ant�nio das Mortes (Maur�cio do Valle).

A partir do relan�amento em Cannes, Meireles espera que o longa ganhe novamente outras telas. “Estamos com os direitos para negoci�-lo e espero que haja muito interesse, pois continua sendo o filme brasileiro mais reconhecido do mundo. A matriz que temos agora cabe tanto para os cinemas atuais quanto para o streaming.”


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