
O bailarino mineiro Arthur Wille venceu o Youth America Grand Prix, considerado a maior competi��o de bal� do mundo, disputada por alunos de dan�a de todas nacionalidades. Ele concorreu com 103 jovens na final realizada em Tampa, na Fl�rida (EUA), e ficou em primeiro lugar na categoria s�nior masculina.
Arthur, de 21 anos, � aluno do ATM Centro Cultural de Dan�as, sediado no Centro Cultural Sesiminas, em Belo Horizonte. Come�ou a se dedicar ao bal� aos 16 anos, ap�s ingressar no Centro de Forma��o Art�stica e Tecnol�gica (Cefart) do Pal�cio das Artes.
“Comecei fazendo circo, at� que a professora me mostrou esse curso. Foi quando me encantei por dan�a e passei a pesquisar a fundo sobre ela”, conta.
FUTURO
A convite de Miriam Tomich, diretora e cofundadora do ATM, ele ingressou na escola e decidiu ser artista.
“O ATM � mais que escola, � a minha segunda casa, onde passo mais tempo. Os professores s�o �timos, em especial a Renata e a Miriam, e sou muito pr�ximo dos meus colegas, que sempre ficam felizes com as conquistas de todos”, revela Arthur.
''J� temos 12 alunos fora do Brasil e o Arthur recebeu propostas de companhias do exterior. Mas � triste saber que aqui n�o temos companhias de dan�a cl�ssica suficientes para acolher esses meninos''
Renata Mara de Ara�jo, core�grafa
Miriam e a s�cia Renata Mara de Ara�jo, ensaiadora e core�grafa do ATM, dizem que o rapaz sempre foi dedicado � dan�a.
“Coreografar para ele � incr�vel. Consigo montar um solo em um dia”, afirma Renata. “Ele tem mem�ria e facilidade corporal imensas, al�m de ser extremamente musical e interpretativo. � um prazer para o core�grafo trabalhar com ele.”
O belo-horizontino Arthur revela que a timidez foi um dos grandes problemas que teve de superar. “Sou bem t�mido para conversar, tive de enfrentar essa minha dificuldade”, admite.
Miriam e Renata contam que nem a pandemia nem a obrigatoriedade de seguir aulas virtuais foram empecilho para o jovem.
“Come�amos com as aulas on-line e vimos o grande crescimento no Arthur, que teve de faz�-las no corredor de seu apartamento. Na primeira aula na modalidade h�brida, nem acreditei como ele havia mudado”, aponta Miriam.
Morador do bairro Santa M�nica, na regi�o norte da capital, Arthur sempre contou com o apoio da fam�lia, de origens humildes. “� dific�limo a fam�lia apoiar um menino a ingressar no bal�”, comenta Miriam Tomich. “As meninas costumam ser colocadas para estudar dan�a desde cedo, mas com os meninos ainda existe preconceito e dificuldade de aceita��o, apesar de a situa��o ter melhorado um pouco”, diz a professora.
As duas professoras apontam dificuldades financeiras e a falta de acesso a aulas e equipamentos como fatores que levam � pequena visibilidade do bal� na sociedade brasileira, o que torna as bolsas de estudos essenciais.
''Come�amos com as aulas on-line e vimos o grande crescimento de Arthur, que teve de faz�-las no corredor de seu apartamento''
Miriam Tomich, diretora do ATM Centro Cultural de Dan�as
PROPOSTAS DO EXTERIOR
“Ficamos muitos felizes com a conquista. J� temos 12 alunos fora do Brasil e o Arthur recebeu propostas de companhias do exterior. Mas � triste saber que aqui n�o temos companhias de dan�a cl�ssica suficientes para acolher esses meninos”, lamenta Renata Ara�jo.
Depois de conquistar o pr�mio principal do Festival de Dan�a de Joinville, em Santa Catarina, em 2021, Arthur vai apresentar novo solo na edi��o deste ano. “Espero que possa continuar estudando e em breve fazer parte de uma companhia para seguir minha carreira profissional e viver da minha arte”, diz ele.
* Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria