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Estado de Minas MERCADO EDITORIAL

Im�vel onde funcionou a tradicional Ouvidor vai abrigar nova livraria

Jenipapo deve ser aberta ainda neste primeiro semestre e s�cios querem fazer do local 'um lugar de conversas'


11/05/2022 04:00 - atualizado 10/05/2022 21:01

Fred Pinho e Tati Fontes são os sócios da nova livraria Jenipapo
Fred Pinho e Tati Fontes s�o os nomes � frente da nova livraria Jenipapo (foto: Thiago Bergmann/divulga��o )

Servidor p�blico, historiador e bibli�filo de carteirinha, Fred Pinho levou um baque ante o an�ncio, no in�cio deste ano, do fechamento da Ouvidor, a livraria de rua mais antiga de Belo Horizonte, com 52 anos de atua��o. Em seu perfil no Instagram, ele conta que frequentava diariamente o espa�o com seu filho Andr�. “Em raz�o do quadro de TEA, o Ded� � apegado �s rotinas e havia escolhido a livraria como nosso roteiro obrigat�rio depois das aulas”, escreve.

Mais adiante na postagem, ele relata que os dois eram sempre recebidos com muito carinho pelos livreiros, que muitas vezes buscavam alternativas para conter as crises de Andr� quando ele n�o encontrava um livro que havia visto no dia anterior. “Sim, meu filho conhecia a ordem dos livros e, �s vezes, dava falta de um e outro na estante”, conta.

Da lacuna que representou o fechamento da Ouvidor � que surgiu em Fred e em sua esposa, a jornalista Tati Fontes, tamb�m servidora p�blica, o desejo de manter naquele espa�o, na Rua Fernandes Tourinho, na Savassi, uma livraria. Este � o embri�o da Jenipapo, com a qual o casal pretende dar continuidade a uma hist�ria t�o marcante de livros e leitura naquele endere�o.

Tati conta que, primeiramente, eles conversaram com o propriet�rio da Ouvidor, Bernardo Ferreira, sobre uma forma de seguir com a livraria de portas abertas. “Depois entendemos que juridicamente seria complicado, ent�o come�ou uma outra conversa, de alugar a loja e abrir ali uma livraria nova, para n�o perder aquele espa�o, que � consolidado”, diz, chamando a aten��o para o fato de que foi tudo muito r�pido – “uma decis�o bem corajosa, intuitiva mesmo”.

“A gente quis fazer isso acontecer; foi, na verdade, um sonho que decidimos realizar”, destaca a jornalista, que se diz tamb�m uma grande leitora e frequentadora de livrarias. Ela aponta que o im�vel est� passando por reformas e por isso n�o � poss�vel precisar quando ser� o lan�amento da Livraria Jenipapo, mas a expectativa � que isso ocorra at� meados deste ano.

Interior da livraria Ouvidor na Rua Fernandes Tourinho
Interior da Ouvidor na Fernandes Tourinho: livraria de rua mais antiga de BH fechou ap�s 52 anos de atua��o (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press - 9/1/13 )


OPORTUNIDADE 

Fred, que tamb�m j� foi professor e t�cnico de patrim�nio cultural na Prefeitura de BH, observa que nem ele nem a esposa/s�cia tinham qualquer experi�ncia pregressa no com�rcio de livros. “�ramos apenas leitores, entusiastas, e isso foi um ponto de encontro meu e da Tati. Tenho um tr�nsito, conhe�o os livreiros da cidade, j� lancei livro de artigos na �rea da educa��o na Ouvidor, que frequentava h� mais de 20 anos. Talvez eu e a Tati j� pens�ssemos, sem um falar para o outro, em um dia ter uma livraria. Foi uma oportunidade”, aponta.

A falta de experi�ncia no com�rcio de livros foi, de certa forma, compensada pelo fato de Bernardo ter abra�ado a iniciativa de cria��o de uma nova livraria no lugar da Ouvidor. “Ele acolheu muito bem a proposta e tem sido bastante atencioso e dispon�vel em todo o processo, at� no sentido de nos apresentar �s distribuidoras e editoras. Esse apoio tem sido bastante importante. Muito embora a gente circulasse entre os livros, trabalhar com isso � uma coisa diferente, porque tem as quest�es pr�prias do neg�cio. A gente tem estudado a respeito”, ressalta.

Ele diz que o projeto � achar um ponto de equil�brio entre o que foi e o que ser�. Fred n�o vislumbra a Jenipapo seguindo o mesmo modelo ou funcionando da mesma forma que a Ouvidor, mas tamb�m n�o quer simplesmente deixar de lado uma hist�ria constru�da ao longo de meio s�culo. “A gente tem uma tens�o dial�tica nesse processo. Existe uma refer�ncia, por causa do p�blico que sempre frequentou a Ouvidor, mas tamb�m queremos uma nova proposta. Tentaremos chegar numa s�ntese, entender esse p�blico, acolher, mas tamb�m colocar uma proposta diferente”, diz.

JENIPAPOS LITER�RIOS 

Um dos projetos, por exemplo, � que o im�vel abrigue tamb�m um caf�, um local de conviv�ncia onde as pessoas possam se sentar e folhear os livros. “Tamb�m queremos ter um cuidado maior com um espa�o para as crian�as, uma curadoria mais pr�xima, uma rela��o mais estreita com os clientes. A gente quer colocar muito o foco no papel dos livreiros. A ideia � que a Jenipapo seja um lugar de conversas, de trocas de experi�ncias. Essa � uma linha que estamos muito ciosos em seguir”, aponta.

Num perfil do Instagram criado para a nova livraria, os empreendedores escrevem sobre a escolha do nome: “Pesquisamos sobre a rua. Ocorre que Fernandes Tourinho havia sido um bandeirante e n�o quisemos render homenagem � barb�rie do ‘projeto civilizat�rio’. Suger�amos e descart�vamos novos nomes, at� que num tor� de ideias surgiu ‘jenipapo’. Gostamos da sonoridade da palavra. Gostamos da cor extra�da do jenipapo, um azul acinzentado. Gostamos dos trocadilhos que o termo admitia, permitindo uma brincadeira que abrigava o que a gente pretendia como a nossa principal identidade: ser um lugar da conversa, do papo, de jenipapos liter�rios”.


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