
Pela primeira vez na hist�ria, os metaleiros e f�s de m�sica pesada belo-horizontinos foram agraciados com o furioso som do Metallica, que se apresentou na noite de quinta-feira (12/5) para um p�blico de mais de 50 mil pessoas.
O show, que chegou a ser remarcado duas vezes devido � pandemia da COVID-19, agitou o Mineir�o, com direito a tel�es, lasers e lan�a-chamas. Diferentemente da apresenta��o da banda em Curitiba (7/5) – segunda parada da turn�, que come�ou por Porto Alegre (5/5) e passou por S�o Paulo (10/5) antes de chegar � capital mineira –, n�o houve acontecimentos inusitados na plateia. Na capital paranaense, uma f� deu � luz em plena apresenta��o.
O show em BH marcou o encerramento da turn� Worldwired Tour no Brasil, originalmente marcada para 2020 e suspensa devido � pandemia do novo coronav�rus.
Ap�s dois anos de espera, James Hetfield, Kirk Hammett, Robert Trujillo e Lars Ulrich entregaram o prometido e fizeram o show que seu p�blico esperava, aquecido pelas tra��es de abertura: Greta van Fleet e Ego Kill Talent.
J� no in�cio do dia, quem passasse pela Avenida Abra�o Caram por volta das 10h veria uma profus�o de roqueiros a car�ter (roupas pretas, bandanas na cabe�a e braceletes de couro nos pulsos) em torno de todo o est�dio para receber os californianos num Mineir�o que ficou lotado.
Apesar do n�mero de pessoas e de carros, vans e �nibus na avenida, a chegada ao est�dio estava tranquila e a entrada bem organizada. Uma vez dentro do Mineir�o, o p�blico teve que enfrentar filas enormes na hora de comprar comida e bebida. J� na sa�da, ap�s o show, o estacionamento enfrentou uma noite de caos, com um congestionamento que durou quase 1h30min e irritou quem tentava chegar em casa.
Quem abriu a noite foi a banda nacional Ego Kill Talent. Os brasileiros v�m se destacando ultimamente, tocando em festivais como Rock in Rio, Lollapalooza (Brasil e Chile), Brixton Academy, em Londres, e Heineken Music Hall, em Amsterd�, e foram elogiados pelo baterista Lars Ulrich em uma postagem no Instagram.
Em seguida, veio o Greta Van Fleet. Devidamente elogiado e conhecido por seu vocal, capaz de atingir com finesse as mais altas e dif�ceis notas, o vocalista Josh Kiszka e seus irm�os Jake (guitarra) e Sam (baixo), ao lado do baterista Daniel Wagner, mostraram que s�o mais do que um simples “Led Zeppelin moderno” (compara��o que, sejamos honestos, n�o � para qualquer um). A banda abriu com “Built by nations” e se despediu do palco com seu primeiro sucesso, “Highway tune”.
A atra��o principal foi �pica do in�cio ao fim. O Metallica subiu ao palco ao som de “The ecstasy of gold”, de Ennio Morricone, a ic�nica m�sica do cl�max de “Tr�s homens em conflito”, de Sergio Leone, uma m�sica perfeita para criar expectativa – e entreg�-la.
Da� pra frente foi s� emo��o: “Hardwired” foi a primeira das 16 m�sicas tocadas pelos roqueiros, que inclu�ram cl�ssicos obrigat�rios como “One”, “Sad but true”, “The unforgiven” e “Master of puppets” no setlist. O bis foi com “Fight fire with fire”, “Nothing else matters” e, claro, “Enter Sandman”.
Tamb�m houve luzes, lasers e lan�a-chamas (que esquentaram o Mineir�o em “Moth into flame”), al�m de grandiosos cen�rios e tel�o, vis�veis de qualquer lugar da pista.
O p�blico, h� dois anos na seca, n�o poupou esfor�os para gritar junto com James Hetflield, que se emocionou ao falar abertamente sobre os problemas com abuso de �lcool que enfrentou recentemente. “Se voc� est� passando por um momento dif�cil, saiba que voc� n�o est� sozinho.”
O momento foi emotivo. Ele chegou a receber o abra�o dos colegas de banda e os aplausos do p�blico, que reconheceu o esfor�o do artista na supera��o de seus problemas pessoais.
Uma noite certamente inesquec�vel para o p�blico de BH, que conseguiu segurar a ansiedade por dois anos de espera e foi recompensado com um espet�culo grandioso e o encontro, pela primeira vez, com uma das maiores bandas do heavy metal do mundo. Agora que James Hetfield e companhia j� sabem o caminho para a capital mineira, � torcer para que eles voltem mais vezes.
* Estagi�rio sob supervis�o da editora Silvana Arantes