Filmes exibidos em Cannes discutem isl�, racismo e persegui��o a imigrantes
Tarik Saleh, diretor de 'Boy from heaven', diz que Ocidente n�o entende nada sobre islamismo. 'RMN', longa de Cristian Mungiu, questiona �dio racial
Tarik Saleh sorri ao falar de seu filme "Boy from heaven", no festival franc�s
(foto: Julie Sebadelha/AFP)
“O Ocidente est� obcecado pelo isl� e, ao mesmo tempo, n�o entende nada sobre essa religi�o”, afirmou o diretor sueco Tarik Saleh, filho de pai eg�pcio, cujo filme, “Boy from heaven”, disputa a Palma de Ouro no Festival de Cannes, que ter� sua 75ª edi��o encerrada no pr�ximo s�bado (28/5).
Quase cinco anos depois de “O incidente no Nile Hilton”, Saleh volta com um thriller pol�tico-religioso que denuncia o vi�s autorit�rio do presidente eg�pcio Abdel Fattah al-Sisi e mergulha no mundo do isl� sunita.
“Boy from heaven” documenta com precis�o as doutrinas opostas da corrente majorit�ria do isl�, e oferece aos espectadores o olhar – de dentro – de um mundo pouco conhecido.
“Acredito realmente que o Ocidente n�o entende nada do isl�”, insistiu Saleh, destacando sua rela��o pessoal com a religi�o.
Assim como “O incidente no Nile Hilton”, rodado no Marrocos, “Boy from heaven” n�o p�de ser filmado no Egito, mas na Turquia.
“N�o voltei ao Egito desde 2015. Durante as filmagens de 'O incidente no Nile Hilton', os servi�os de seguran�a eg�pcios nos mandaram deixar o pa�s. Desde ent�o, sou um indesej�vel que se colocar o p� em solo eg�pcio ser� detido”, assegurou.
Cena de'RMN', filme do diretor romeno Cristian Mungiu sobre a xenofobia na Europa (foto: Cannes/reprodu��o)
TRANSILV�NIA
Diretor aclamado do Leste Europeu, o romeno Cristian Mungiu voltou a Cannes com um filme sobre racismo e a rapidez com que o �dio pode surgir em uma comunidade.
“RMN” conta a hist�ria de uma cidade na Transilv�nia onde coabitam v�rias comunidades, incluindo romenos, h�ngaros e alem�es. O cotidiano � alterado com a chegada de tr�s cingaleses para trabalhar em uma padaria. A presen�a deles afeta os vizinhos e o clima fica cada vez mais tenso.
Mungiu disputa a segunda Palma de Ouro, 15 anos depois de levar o pr�mio com “4 meses, 3 semanas, 2 dias”, filme sobre o aborto. Em seu novo longa, quando vizinhos hostilizam os imigrantes do Sri Lanka, autoridades convocam reuni�o p�blica para decidir o destino deles.
“Por meio de pequenos eventos em pequenas cidades, tento falar sobre a natureza humana e a situa��o do mundo hoje, a sensa��o de que as coisas n�o est�o indo na dire��o certa”, comentou Mungiu.
“Vinte e quatro horas s�o suficientes para identificar um inimigo (...) e liberar os instintos animais que est�o em n�s. Pessoas vizinhas s�o capazes de qualquer coisa amanh�, de estuprar, torturar ou matar”, alertou.
Claudia Cochet aposta em nova linguagem (foto: Reprodu��o)
TIKTOK E S�TIMA ARTE
V�deos do TikTok representam liberdade para criar, sem amarras financeiras e trazendo a possibilidade de “nova gram�tica visual”, com planos verticais, acreditam jovens que usam o aplicativo, parceiro desta edi��o do Festival de Cannes. A plataforma lan�ou concurso de curtas e Claudia Cochet, atriz francesa de 34 anos, ganhou o pr�mio de melhor roteiro com “Princesse moderne”, de tr�s minutos. “O TikTok me d� liberdade criativa e um p�blico, al�m de confian�a para fazer as coisas por conta pr�pria”, afirmou ela.
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