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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Teatro Francisco Nunes tem espet�culo de circo de gra�a neste domingo

A companhia paulista Piccolo Circo apresenta �s 17h deste dia 5 de junho ''Teatro de variedades'', homenagem ao circo antigo


05/06/2022 04:00 - atualizado 04/06/2022 22:54

No picadeiro, postados atrás de uma gangorra perto da qual estouram fogos de artifício, os artistas do Piccolo Circo posam para foto, fazendo gestos amplos
Al�m de apresentar os n�meros de equil�brio, malabarismo e palha�aria, artistas do Piccolo Circo executam ao vivo a trilha sonora do espet�culo (foto: Paulo Barbuto/Divulga��o)

O trapezista, a bailarina, o homem forte que entorta barras de ferro, a dupla de palha�os, o acrobata e o apresentador. O circo ing�nuo e po�tico que encantava as plateias no in�cio do s�culo 20 faz uma viagem de mais de 100 anos aterrissa, neste domingo (5/6), no palco do Teatro Francisco Nunes, onde a trupe paulista Piccolo Circo apresenta, �s 17h, o espet�culo “Teatro de variedades”, uma ode aos picadeiros de outrora.

A atra��o integra o recorte circense da programa��o 2022 do projeto Divers�o em Cena ArcelorMittal, que prev� um total de 11 espet�culos ao longo do ano, com curadoria da Agentz Produ��es Culturais, respons�vel pela realiza��o do Festival Mundial de Circo.

“Piccolo Circo – Teatro de variedades” traz 14 artistas em cena, que se revezam entre os n�meros de habilidades circenses, as fun��es de contrarregras e a banda. Com piano, viol�o, contrabaixo, acordeom, pandeiro e percuss�o, s�o executados ao vivo ritmos que remontam ao in�cio do s�culo passado, como choro, valsa e maxixe.

O espet�culo “Teatro de variedades” marcou, em 2014, a estreia do Piccolo Circo, que foi fundado um ano antes por um grupo de artistas circenses com experi�ncia s�lida e diversa nessa linguagem. “A gente tinha o desejo de criar esse circo po�tico, genuinamente brasileiro, que era muito popular antigamente”, diz Marina Bombachini, uma das integrantes da trupe.

Artista do Piccolo Circo faz pose de ballet no centro do palco azul, iluminado por lâmpadas amarelas
O n�mero da bailarina, que ''caiu em desuso'', como aponta a produtora Fernanda Vidigal, � uma das atra��es do ''Teatro de variedades'' (foto: Paulo Barbuto/Divulga��o)

Releitura da tradi��o

Ela explica que a proposta do Piccolo Circo � a de uma releitura do que se fazia antigamente. “Nossa busca � por um circo imagin�rio; n�o pretende ser uma reprodu��o do que era, mas uma interpreta��o mesmo”, diz. A artista ressalta que a pesquisa sobre como eram essas atra��es se d� de forma natural, no cotidiano da equipe.

“Temos uma paix�o grande pelo que fazemos. O circo antigo � um tema que nos interessa desde sempre, faz parte da nossa vida. Temos registros hist�ricos, livros, ent�o a gente se apoia no que tem para levar o ‘Teatro de variedades’ aos palcos e picadeiros”, afirma.

A artista observa que os principais elementos de que a trupe se vale para fazer essa viagem no tempo s�o os personagens, muito iconogr�ficos, dos antigos circos – a bailarina, o trapezista, o homem forte, o apresentador, que era uma figura muito marcante nos picadeiros de tempos idos, anunciando os n�meros.

“Tamb�m trabalhamos a quest�o est�tica, n�o como reprodu��o, mas como leitura. O espet�culo � todo em preto e branco e em tons de s�pia, como se fosse uma foto antiga”, diz. Com rela��o aos n�meros que o p�blico ver� em cena, Marina diz que h� um pequeno trap�zio, uma b�scula, que � uma esp�cie de gangorra em que os acrobatas fazem seus saltos, uma apresenta��o de equil�brio de pratos e as entradas c�micas dos palha�os, entre outros. 

Novidade em BH

“E para Belo Horizonte a gente est� levando uma novidade, que � um n�mero de d�ndis, muito tradicional, antigo, pouco visto na atualidade, que traz dois acrobatas que se atrapalham em cima de uma mesa, com um trope�ando no outro, escorregando, trombando”, conta.

Ela diz que, fora essa novidade, a estrutura de “Teatro de variedades” � basicamente a mesma desde a estreia, com um natural refinamento decorrente dos constantes ensaios e apresenta��es ao longo dos anos. Essas apresenta��es, conforme a artista observa, vieram se alternando entre a lona e o palco dos teatros.

Acima de sua cabeça, homem de colete sustenta equilibrista, acima de sua cabeça, em espetáculo do Piccolo Circo
N�meros tradicionais s�o valorizados e ganham espa�o no Piccolo Circo (foto: Paulo Barbuto/Divulga��o)
“A gente consegue trazer para o teatro a atmosfera do circo de lona. Claro que s�o necess�rias algumas adapta��es, t�cnicas principalmente, em rela��o a como o espet�culo � visto. No picadeiro, sob a lona, a gente est� com os olhares ao nosso redor, e no teatro o p�blico est� de frente para a cena. Mas a est�tica da lona est� presente mesmo quando estamos no teatro”, afirma.

Circo teatro

Depois de “Teatro de variedades”, o Piccolo Circo montou, em 2017, seu segundo espet�culo, “Piccola mem�ria”, que deu continuidade � explora��o dos elementos que compunham o circo antigo. A segunda cria��o que a trupe levou aos palcos e picadeiros teve dire��o de Fernando Neves, artista que vem de uma fam�lia tradicional do chamado circo teatro, segundo Marina.

“As apresenta��es de antigamente come�avam com o circo teatro, que era como se fosse uma pe�a teatral mesmo; a� vinha um intervalo e depois o circo de variedades, com esses n�meros de trap�zio, malabarismo, palha�os e bailarina, mediados pelo apresentador. O ‘Piccola mem�ria’ inclui essa parte do circo teatro, que n�o est� presente no ‘Teatro de variedades’. O Fernando trouxe refer�ncias importantes para a gente”, conta.

Marina se recorda que, no mesmo ano em que estreou, o “Teatro de variedades” veio para Belo Horizonte, como parte integrante da programa��o do Festival Mundial de Circo. “Estreamos em S�o Paulo, fizemos uma temporada no Sesc de Osasco e depois fomos para Belo Horizonte. Foi uma experi�ncia muito legal, porque � um festival que re�ne trabalhos importantes. Nessas ocasi�es, n�s, artistas, temos a oportunidade de ter contato com outros grupos e espet�culos que s�o referenciais. � uma troca muito rica”, destaca.
 
Confira 'Piccolo Mem�ria', com a trupe do Piccolo Circo:
 
 

Patroc�nio e curadoria

O fato de a Funda��o ArcelorMittal ser a patrocinadora do Festival Mundial de Circo � o que explica a inclus�o dessa linguagem art�stica na programa��o 2022 do projeto Divers�o em Cena, conforme explica a produtora Fernanda Vidigal, diretora da Agentz. “Quando levei para a empresa a proposta de patroc�nio para o festival, que j� � realizado h� 20 anos, fiz quest�o de falar que faltava representa��o do circo no Divers�o em Cena. Eles entenderam e toparam a ideia de incluir, nos convidando para fazer a curadoria”, diz.

O “Teatro de variedades” do Piccolo Circo � o terceiro dos 11 espet�culos que comp�em a programa��o. Antes, passaram por Belo Horizonte “Aplausos e vaias”, do Palha�o Mendon�a, de S�o Paulo, e “Bagun�a”, do grupo carioca Roda Gigante, no �ltimo final de semana. 

Fernanda aponta que o conjunto de espet�culos que integram o projeto este ano procura apresentar para o p�blico a diversidade de linguagens presente na arte circense. “Assim como o Piccolo, tem outros grupos que trabalham a nostalgia, que t�m essa preocupa��o com a mem�ria, no sentido de trazer aquele circo do in�cio do s�culo 20 para hoje, mas tamb�m tem muita palha�aria, que � uma vertente forte em Minas e no Brasil, com grupos importantes, e tamb�m propostas focadas em t�cnicas espec�ficas, de malabares, acrobacias ou a�reos”, diz.

P�blico infantil

Segundo Fernanda, o objetivo � diversificar para mostrar um recorte, voltado para o p�blico infantil – que � o alvo do Divers�o em Cena –, da produ��o contempor�nea. Com rela��o � linhagem que o Piccolo Circo representa, ela aponta alguns princ�pios fundamentais.

“O primeiro deles � o formato, com apresentador – algo de que o circo contempor�neo j� n�o se vale mais. Mas esse tipo de espet�culo, como o ‘Teatro de variedades’, tem isso bem marcado, e tem a dupla de palha�os atrapalhados, tem o n�mero da bailarina, que era uma coisa muito comum, tradicional, que tamb�m caiu um pouco em desuso”, comenta.

Ela cita, ainda, a presen�a da trapezista e do homem capaz de quebrar correntes como n�meros marcantes do circo de antigamente. “�bvio que isso vem, hoje, embalado em uma atualiza��o, formatado por uma leitura contempor�nea do que foi o circo de um s�culo atr�s, com uma pitada de humor que � atual”, pontua.

Outro elemento cl�ssico que a produtora destaca � a presen�a da banda executando a m�sica ao vivo durante a apresenta��o. “O circo de antigamente tinha na trilha um momento muito importante. Era uma caracter�stica marcante no in�cio do s�culo 20, todos os circos tinham isso, inclusive com bandas bem numerosas tocando cl�ssicos do nosso repert�rio”, diz.

Oito artistas do grupo Piccolo Circo, usando figurinos antigos, e estão sentados e em pé no palco, transformado em picadeiro
Trupe prop�e um circo po�tico e genuinamente brasileiro (foto: Paulo Barbuto/Divulga��o)

Pausa na programa��o

Depois da apresenta��o do Piccolo Circo, a programa��o circense do Divers�o em Cena d� uma pausa e retorna em setembro, com o espet�culo “O jardim do imperador”, do grupo Pelo Cano, de S�o Paulo, que ser� apresentado na Pra�a Duque de Caxias, em Santa Tereza.

O restante da programa��o para o ano, segundo Fernanda, ainda ser� definido a partir desse hiato nos meses de julho e agosto. “Durante a pandemia os grupos n�o produziram, n�o podiam se encontrar, ensaiar, ent�o ficou tudo parado. A partir do in�cio deste ano � que muitos deles come�aram a montar espet�culos novos. Conhe�o v�rios, mas tem que aguardar, dar tempo de os artistas produzirem, por isso � uma coisa para o segundo semestre”, explica.

O pr�prio Piccolo Circo – que mesmo antes da chegada da pandemia estava com suas atividades em um compasso mais lento, porque seus integrantes tamb�m atuam em outras companhias – est� em fase de projetar novidades. 

“Agora � um momento de retomada que est� sendo muito gratificante. Temos o projeto de um espet�culo menor, em que atuamos como se estiv�ssemos na era do r�dio, explorando outras linguagens de comunica��o. Temos vontade de desenvolver isso”, revela Marina Bombachini.

“TEATRO DE VARIEDADES”

Espet�culo do Piccolo Circo, neste domingo (5/6), �s 17h, no Teatro Francisco Nunes (av. Afonso Pena, 1.321, dentro do Parque Municipal, Centro, 31. 3277-6325). Entrada gratuita, sujeita � lota��o do teatro, mediante retirada de ingressos no site Disk Ingresso, ou duas horas antes do espet�culo, na bilheteria do Francisco Nunes.


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